Página 3 de 3 • 1, 2, 3
- Vhraz'akanNecromancia
- Mensagens : 58
Data de inscrição : 21/09/2020
[CL] Póstumo
Seg Set 21, 2020 9:49 pm
Relembrando a primeira mensagem :
SUMÁRIO
SUMÁRIO
OBJETIVOS PRINCIPAIS
Entender sua condição atual de morto-vivo;Entender as próprias capacidades e limitações físicas;- Estudar a necromancia e suas possibilidades.
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS
- Estudar sobre espíritos e suas variações;
Encontrar um grimório não-primal;Iniciar aprendizado de um idioma não-alureano;Descobrir a existência da Aldeia Netheria.
MISSÕES CONCLUÍDAS
- HELL'S KITCHEN; simples
- AQUILO QUE QUER SER ENCONTRADO; simples
RECOMPENSAS
- 75 XP — 20 de Ouro — 1 Baú Básico (Equipamento lvl 1)
- 50 XP — 1 Baú Básico (Poção de Vida)
CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS
- Conhecimento básico sobre a raça Lich;
- Conhecimento sobre a existência dos Portões da Morte;
- Conhecimento superficial sobre A Cadência para o Leste;
- Conhecimento básico sobre a história da Aldeia Netheria;
- Conhecimento superficial sobre a Garganta do Desespero;
- Conhecimento superficial sobre as Criptas Profanas;
- Conhecimento sobre o Olho Lúgubre fazer parte do Conceptáculo;
- Conhecimento superficial sobre a oculariência e seu funcionamento;
- Conhecimento básico a respeito dos Faunos Cinzentos e suas afinidades manariais.
- Vhraz'akanNecromancia
- Mensagens : 58
Data de inscrição : 21/09/2020
Re: [CL] Póstumo
Ter Out 27, 2020 9:27 pm
C om apenas uma piscada, tudo se desfez. Encontrava-me novamente nas vielas de Charissa, longe de quaisquer vestígios da biblioteca orgânica ao meu redor. Bem como em meu encontro com Avareza, não fossem os sinais de que tudo de fato havia acontecido, poderia pensar estar delirando ou sendo vítima de uma contrafação. Um dos pontos que comprovava a experiência que vivi, era a fraqueza que sentia devido a considerável quantia de mana drenada durante meu contato com o Conceptáculo.
Utilizar da oculariência para decifrar as inusitadas runas e demais inscrições, assim como compreender o que a criatura me fornecia através da ligação estabelecida entre seus olhos e o meu, exigira mais de mim do que esperava num primeiro instante. Contudo, as recompensas por todo aquele ardor e dores lancinantes de cabeça faziam valer qualquer sofrimento momentâneo.
Não precisaria fazer quaisquer anotações em meu livreto ou coisa assim desta vez. Tudo estava nitidamente gravado em meu consciente, claro e acessível diante da mais simples menção mental do assunto. O cheiro e aura daquela espécie de grimório ainda reverberavam por todo o meu corpo, tanto quanto os gritos das almas em seu interior ainda ecoavam em minha cabeça. Eu queria, não... eu precisava do poder contido naquele livro. Imaginei a quantidade de segredos e conhecimentos que deviam estar incrustados em suas páginas, esperando que um mago promissor como eu o resgatasse da agonizante inércia.
— Algo que aquilo não saiba... — ponderava enquanto seguia pelas confusas ruas da cidadela.
Nas masmorras onde vivia temporariamente com Baba Yaga, ainda estabelecia alguns raciocínios a respeito das informações antes recebidas. A velha não havia chegado de onde quer que estivesse, o que me era um alívio, então aproveitaria da privacidade momentânea para pensar com mais clareza enquanto fazia algo um tanto vergonhoso e incômodo: limpar as feridas ao longo do meu corpo.
Por mais que a mana necromântica servisse como um alicerce e combustível para que toda minha anatomia se mantivesse — em partes — em funcionamento, o decorrer do tempo ainda era um castigo para mim. Os talhos em minha carne pútrida causados anteriormente no confronto com aquele Fauno desgraçado não se fechariam independente de quantas luas se passassem, assim como outros que obtive após minha vinda para Charissa também não o fizeram.
Me despi do sobretudo negro, deixando-o vestido nas costas da cadeira em frente ao espelho. Olhar meu reflexo naquele objeto sempre era algo detestável, como se a verdade fosse friamente reforçada e imposta sobre mim. Passei o pano úmido sobre meu rosto, e logo ele tingiu-se de escuro com os detritos, pele morta e gotículas de sangue removidos da face. A substância que antes corria escarlate em minhas veias, agora era preta, fétida e espeça, muito semelhante a gosmas que somente vira nos esgotos alastrios, ou agora pelas ruas chari.
Durante esses momentos, sentia-me inferior e toda a fortaleza mental que sempre esteve tão presente em mim, ruía lentamente. Logo as lembranças do meu coração palpitando de euforia quando entendia um novo feitiço vinham à tona, assim como tantas outras. Depois que essa espécie de melancolia passava, a irritação me dominava por completo. Sempre acabava reforçando meu ódio por Alastrine, por aquele soldado da altaguarda e enfim, por Baba Yaga.
— Velha desgraçada — a amaldiçoava enquanto passava o tecido em meu braço esquerdo.
Eu ainda não conseguia entender como aquela moribunda de alguma forma foi capaz de ganhar a consideração de Avareza a ponto de entrar para a aliança contra Netheria. Isso certamente seria um empecilho para que eu a matasse quando estivesse forte o suficiente para isso, e também a tornaria ainda mais um grilhão em minhas pernas. Só de lembrar de suas risadas e a vergonha que me fez passar no banquete por a conhecer... Argh.
— Minha orelha tá queimando hoje, puta merda! — ela surgiu como se por teletransporte na entrada da cela que eu usava como aposentos. — Ei, mortalha, tapa essas feridas nojentas aí. Você tem visita!
— Velha maldita! Ainda vou acabar com você! — vesti o casaco o mais rápido que pude, só não mais envergonhado devido ao ódio que sentia por ela. — Quem está aí? — imaginei se seria algum dos outros convidados, Azmael ou Zurathi.
— Bwahaha! Você vai amar quando ver quem é, ah se vai!
Eu sabia que ela estava sendo irônica e debochada como era do costume nojento dela, então logo descartei a possibilidade de tratar-se de alguém importante. Terminei de arrumar as dobras do casaco, ajustei as calças e preenchi os bolsos e demais pontos com meus pertences pessoais, principalmente o punhal para alguma eventualidade.
Cruzei o corredor com certa pressa, passando pelos estoques de poções enquanto sentia meu rosto quente dada a proximidade com os archotes nas paredes, e desemboquei no que era considerado o saguão principal das ruínas. Esperando-me de pé, apoiado em seu cajado amadeirado, estava o mais velho dos malditos Faunos que eu acompanharia na tarefa nos incumbida por Avareza.
Utilizar da oculariência para decifrar as inusitadas runas e demais inscrições, assim como compreender o que a criatura me fornecia através da ligação estabelecida entre seus olhos e o meu, exigira mais de mim do que esperava num primeiro instante. Contudo, as recompensas por todo aquele ardor e dores lancinantes de cabeça faziam valer qualquer sofrimento momentâneo.
Não precisaria fazer quaisquer anotações em meu livreto ou coisa assim desta vez. Tudo estava nitidamente gravado em meu consciente, claro e acessível diante da mais simples menção mental do assunto. O cheiro e aura daquela espécie de grimório ainda reverberavam por todo o meu corpo, tanto quanto os gritos das almas em seu interior ainda ecoavam em minha cabeça. Eu queria, não... eu precisava do poder contido naquele livro. Imaginei a quantidade de segredos e conhecimentos que deviam estar incrustados em suas páginas, esperando que um mago promissor como eu o resgatasse da agonizante inércia.
— Algo que aquilo não saiba... — ponderava enquanto seguia pelas confusas ruas da cidadela.
...
Nas masmorras onde vivia temporariamente com Baba Yaga, ainda estabelecia alguns raciocínios a respeito das informações antes recebidas. A velha não havia chegado de onde quer que estivesse, o que me era um alívio, então aproveitaria da privacidade momentânea para pensar com mais clareza enquanto fazia algo um tanto vergonhoso e incômodo: limpar as feridas ao longo do meu corpo.
Por mais que a mana necromântica servisse como um alicerce e combustível para que toda minha anatomia se mantivesse — em partes — em funcionamento, o decorrer do tempo ainda era um castigo para mim. Os talhos em minha carne pútrida causados anteriormente no confronto com aquele Fauno desgraçado não se fechariam independente de quantas luas se passassem, assim como outros que obtive após minha vinda para Charissa também não o fizeram.
Me despi do sobretudo negro, deixando-o vestido nas costas da cadeira em frente ao espelho. Olhar meu reflexo naquele objeto sempre era algo detestável, como se a verdade fosse friamente reforçada e imposta sobre mim. Passei o pano úmido sobre meu rosto, e logo ele tingiu-se de escuro com os detritos, pele morta e gotículas de sangue removidos da face. A substância que antes corria escarlate em minhas veias, agora era preta, fétida e espeça, muito semelhante a gosmas que somente vira nos esgotos alastrios, ou agora pelas ruas chari.
Durante esses momentos, sentia-me inferior e toda a fortaleza mental que sempre esteve tão presente em mim, ruía lentamente. Logo as lembranças do meu coração palpitando de euforia quando entendia um novo feitiço vinham à tona, assim como tantas outras. Depois que essa espécie de melancolia passava, a irritação me dominava por completo. Sempre acabava reforçando meu ódio por Alastrine, por aquele soldado da altaguarda e enfim, por Baba Yaga.
— Velha desgraçada — a amaldiçoava enquanto passava o tecido em meu braço esquerdo.
Eu ainda não conseguia entender como aquela moribunda de alguma forma foi capaz de ganhar a consideração de Avareza a ponto de entrar para a aliança contra Netheria. Isso certamente seria um empecilho para que eu a matasse quando estivesse forte o suficiente para isso, e também a tornaria ainda mais um grilhão em minhas pernas. Só de lembrar de suas risadas e a vergonha que me fez passar no banquete por a conhecer... Argh.
— Minha orelha tá queimando hoje, puta merda! — ela surgiu como se por teletransporte na entrada da cela que eu usava como aposentos. — Ei, mortalha, tapa essas feridas nojentas aí. Você tem visita!
— Velha maldita! Ainda vou acabar com você! — vesti o casaco o mais rápido que pude, só não mais envergonhado devido ao ódio que sentia por ela. — Quem está aí? — imaginei se seria algum dos outros convidados, Azmael ou Zurathi.
— Bwahaha! Você vai amar quando ver quem é, ah se vai!
Eu sabia que ela estava sendo irônica e debochada como era do costume nojento dela, então logo descartei a possibilidade de tratar-se de alguém importante. Terminei de arrumar as dobras do casaco, ajustei as calças e preenchi os bolsos e demais pontos com meus pertences pessoais, principalmente o punhal para alguma eventualidade.
Cruzei o corredor com certa pressa, passando pelos estoques de poções enquanto sentia meu rosto quente dada a proximidade com os archotes nas paredes, e desemboquei no que era considerado o saguão principal das ruínas. Esperando-me de pé, apoiado em seu cajado amadeirado, estava o mais velho dos malditos Faunos que eu acompanharia na tarefa nos incumbida por Avareza.
Lvl 02 (135/200)
HP (100/100)
MANA (65/175)
ST (50/50)
HP (100/100)
MANA (65/175)
ST (50/50)
- Vhraz'akanNecromancia
- Mensagens : 58
Data de inscrição : 21/09/2020
Re: [CL] Póstumo
Qua Out 28, 2020 12:51 am
L evei rapidamente minha mão até o punhal embainhado na cintura. Se ele estava ali para me afrontar ou algo do tipo, eu trabalharia por dois para Avareza, mas não me retesaria em estripá-lo assim como fiz com o amigo dele antes de entregá-lo aos ratos. Na verdade, eu torcia pela oportunidade de agir em legítima defesa, pois assim restariam apenas cinco para me livrar durante nosso percurso até as Criptas.
— Vim em paz, jovem. Sou Luvwieq — comunicou, erguendo a mão livre num gesto estranho.
— Esquenta não, ele é nervosinho assim mesmo. Haha! — a bruxa interviu. — Venha, tenho uma sala boa pra sentar e bater um papo de qualidade. Bwahahaha! — convidou o Fauno, olhando para mim em seguida em menção de também me chamar.
Fomos até um dos alojamentos onde havia um trio de estofados em péssimo estado de conservação, assim como uma mesa de centro desgastada. Era ali que a velha recebia sempre uma amiga pessoal de humor tão irritante quanto o dela, e passava horas segredando assuntos e rindo tão histericamente quanto era possível. Embora eu desconhecesse o rosto e sempre tenha evitado me deparar com a conhecida da moribunda, a detestava tanto quanto ela por fazer com que a maldita Yaga desse risadas ainda mais altas que o de costume.
— Pera aí que vou pegar as bebidas. Não comecem sem mim! Bwahaha! — pediu, saindo do cômodo em passos tão rápidos quanto sua estrutura decrépita permitia. — Que falta me faz um serviçal igual o daquela vadiazinha Lich...
— O que você quer aqui? — questionei assim que a velha desapareceu.
O Fauno, por vez, repousou seu cajado na parede à esquerda e sentou-se na poltrona ao lado. Suas ações eram calmas, mas não por alguma incapacidade etária eu podia perceber, e sim por mero modo de agir. Havia presenciado alguém movimentar-se tão tranquilamente assim somente quando alguns monges visitaram Alastrine, muitos anos atrás.
— Como disse, vim em paz. Peço que escute o que tenho a dizer — indicou então o estofado paralelo ao dele, à minha direita.
— Seja breve — sentei, colocando o punhal em evidência sobre o colo.
— Vim por diplomacia. Entendo que não será fácil pra você a convivência conosco, assim como também não será para nós — fez uma pausa para tirar alguma coisa da longa e suja barba, e então prosseguiu. — Por sorte, vivi mais que o suficiente para aprender a colocar a razão acima da emoção quando necessário. Entenda, nossa relação foi conturbada desde o início, mas o motivo da conturbação foi justamente o que acabou também o trazendo até nós seis.
— Aonde você quer chegar com isso?
Ele deu um breve riso abafado, como uma pessoa mais velha faz diante de uma tolice. Em resposta, segurei de modo mais firme o cabo da minha lâmina. Ele pareceu entender.
— Eu acredito em destinos e naquilo que algo além de nós tem planejado para cada um. Talvez existam mais forças e deuses além dos que acredito, mas penso que eles agem em conjunto para que tudo flua de acordo com seus planos — ele olhou para o teto, pensativo, depois voltou seus olhos negros para mim. — Aonde quero chegar: não tenho intenção de criar uma inimizade com alguém que preciso me unir após ter aparecido em meu caminho, ainda que por vias que eu desaprove.
Toda aquela conversa já estava me causando irritações. O que ele queria? Um amigo? Os cinco de sua raça não eram o suficiente para suprir suas carências pessoais? Respirei profundamente, pensei em Avareza, no retorno que eu poderia ter caso fosse bem sucedido em nossa missão, e tentei me acalmar. Precisava ter paciência com aquele híbrido por hora, já que não poderia matá-lo.
— Não acredito nessa baboseira de deuses. Também não quero amizade com você ou com os outros do seu bando — fui enfático. — Só irei até as Criptas com vocês devido a decisão da Rainha — seria melhor me referir à ela com respeito em caso dele estar aqui a pedido dela para me testar.
— Justamente por isso intermediarei nossas relações. Independente dos motivos, todos temos razões para almejar o êxito na jornada que nos aguarda, seja agradar a Majestade — ele fez uma breve pausa, nitidamente denotando meus interesses pessoais —, seja ao menos voltar com vida para Charissa.
Precisava admitir que ele tinha razão, o que inclusive fez-me perceber que embora fosse uma criatura animalesca e tão grotesca quanto os outros, ao menos ele era capaz de raciocinar devidamente. Talvez fosse realmente preciso que eu desse um passo para trás, mas isso não significaria que seria fácil ou mesmo que eu me submeteria às vontades daqueles outros boçais.
— Ai, caramba, demorei pra misturar! — a indesejável bruxa voltara. — Não vou servir ninguém não hein! Peguem aí! BWAHA! — depositou a jarra com um líquido quente e alaranjado na mesa de centro, assim como três taças metálicas. Notei que todas estavam com alguns borrões de sujeira nas bordas interiores. Velha porca. — Perdi muita coisa?
— Nada que fosse da sua alçada — a cortei antes que começasse a falar sem freios. — Luvwieq, vou ser breve. Se manter seus amigos no lugar deles e nenhum cruzar meu caminho, acredito que seguiremos bem. Caso contrário, não me responsabilizo por baixas menores.
— BWAHAHA! — a velha engasgou com a bebida numa risada gorgolejante. — Chega me tremi toda!
— Compreendo, jovem — ele ainda terminava de se servir, levando em seguida a taça aos lábios rachados e se saciando com a mistura da bruxa. — Sabores assim são difíceis de se encontrar na floresta.
— Finalmente alguém que reconhece meu talento! — ela abafou um risinho, cheia de si, insuportável como sempre. — Deixa eu te perguntar, porque vocês são dessa cor aí? Faunos não são verdes e saltitantes? Bwahahaha!
Entendi que seria impossível manter uma conversa com o híbrido agora que ela estava aqui. Eu ainda vou aprender um feitiço que cale a boca dessa velha maldita, ou não me chamo Vhraz'akan. Estava prestes a levantar, mas achei sensato esperar para ter a resposta para a pergunta dela. Talvez saber um pouco mais sobre eles fosse útil caso precisasse enfrentá-los mais tarde.
— Nunca entendemos a razão de nascermos diferentes dos outros, porém acreditam ser uma maldição, azar, ou qualquer outra coisa — ele tomou mais um gole da bebida, e então continuou em seu tom de contador de histórias. — Em maioria nós Faunos Cinzentos não temos nenhuma afinidade manarial, mas alguns despertam manas que não sejam a Bestial ou Elemental como os demais de nossa espécie — compartilhou, agora com a voz um pouco embargada. — Sofremos muito preconceito devido a isso, então acabamos seguindo por outros caminhos, como Charissa, no meu caso em particular.
— Nossa, quase chorei aqui! BWAHAHA!
Enquanto a vadia velha debochava, eu fazia anotações mentais. Os seis poderiam não possuir nenhuma habilidade mágica, ou caso tivessem, não seriam de duas das cinco primais. Claro, isso não eliminava a possibilidade de se familiarizarem com o que Alastrine considera magia do caos.
— Ah, sim. É uma história um tanto triste a minha. Tudo começou quando meus pais...
— Luvwieq — o interrompi, levantando. — Irei resolver alguns assuntos pessoais e me preparar pelo resto da noite para nossa partida. Estarei pronto amanhã, caso também estejam.
— Claro, aliás — tirou um frasco pequeno preenchido por um líquido escarlate do bolso. — Fique com isso como um sinal de nosso... acordo.
— AH! Uma poção de vida, reconheço só pela cor! Bwahaha! — a velha avaliou rapidamente. — Pode confiar, maldito. Pela cor não tá envenenada não! HAHAHA!
Tomei o presente em mãos, dando às costas aos dois em seguida. Eu não precisava de tempo de preparo algum e poderia partir para a Garganta do Desespero naquele mesmo momento, mas pelo modo como Baba Yaga e o híbrido velho gostavam de conversar, eu mataria ambos caso continuasse ali os ouvindo.
— Vim em paz, jovem. Sou Luvwieq — comunicou, erguendo a mão livre num gesto estranho.
— Esquenta não, ele é nervosinho assim mesmo. Haha! — a bruxa interviu. — Venha, tenho uma sala boa pra sentar e bater um papo de qualidade. Bwahahaha! — convidou o Fauno, olhando para mim em seguida em menção de também me chamar.
Fomos até um dos alojamentos onde havia um trio de estofados em péssimo estado de conservação, assim como uma mesa de centro desgastada. Era ali que a velha recebia sempre uma amiga pessoal de humor tão irritante quanto o dela, e passava horas segredando assuntos e rindo tão histericamente quanto era possível. Embora eu desconhecesse o rosto e sempre tenha evitado me deparar com a conhecida da moribunda, a detestava tanto quanto ela por fazer com que a maldita Yaga desse risadas ainda mais altas que o de costume.
— Pera aí que vou pegar as bebidas. Não comecem sem mim! Bwahaha! — pediu, saindo do cômodo em passos tão rápidos quanto sua estrutura decrépita permitia. — Que falta me faz um serviçal igual o daquela vadiazinha Lich...
— O que você quer aqui? — questionei assim que a velha desapareceu.
O Fauno, por vez, repousou seu cajado na parede à esquerda e sentou-se na poltrona ao lado. Suas ações eram calmas, mas não por alguma incapacidade etária eu podia perceber, e sim por mero modo de agir. Havia presenciado alguém movimentar-se tão tranquilamente assim somente quando alguns monges visitaram Alastrine, muitos anos atrás.
— Como disse, vim em paz. Peço que escute o que tenho a dizer — indicou então o estofado paralelo ao dele, à minha direita.
— Seja breve — sentei, colocando o punhal em evidência sobre o colo.
— Vim por diplomacia. Entendo que não será fácil pra você a convivência conosco, assim como também não será para nós — fez uma pausa para tirar alguma coisa da longa e suja barba, e então prosseguiu. — Por sorte, vivi mais que o suficiente para aprender a colocar a razão acima da emoção quando necessário. Entenda, nossa relação foi conturbada desde o início, mas o motivo da conturbação foi justamente o que acabou também o trazendo até nós seis.
— Aonde você quer chegar com isso?
Ele deu um breve riso abafado, como uma pessoa mais velha faz diante de uma tolice. Em resposta, segurei de modo mais firme o cabo da minha lâmina. Ele pareceu entender.
— Eu acredito em destinos e naquilo que algo além de nós tem planejado para cada um. Talvez existam mais forças e deuses além dos que acredito, mas penso que eles agem em conjunto para que tudo flua de acordo com seus planos — ele olhou para o teto, pensativo, depois voltou seus olhos negros para mim. — Aonde quero chegar: não tenho intenção de criar uma inimizade com alguém que preciso me unir após ter aparecido em meu caminho, ainda que por vias que eu desaprove.
Toda aquela conversa já estava me causando irritações. O que ele queria? Um amigo? Os cinco de sua raça não eram o suficiente para suprir suas carências pessoais? Respirei profundamente, pensei em Avareza, no retorno que eu poderia ter caso fosse bem sucedido em nossa missão, e tentei me acalmar. Precisava ter paciência com aquele híbrido por hora, já que não poderia matá-lo.
— Não acredito nessa baboseira de deuses. Também não quero amizade com você ou com os outros do seu bando — fui enfático. — Só irei até as Criptas com vocês devido a decisão da Rainha — seria melhor me referir à ela com respeito em caso dele estar aqui a pedido dela para me testar.
— Justamente por isso intermediarei nossas relações. Independente dos motivos, todos temos razões para almejar o êxito na jornada que nos aguarda, seja agradar a Majestade — ele fez uma breve pausa, nitidamente denotando meus interesses pessoais —, seja ao menos voltar com vida para Charissa.
Precisava admitir que ele tinha razão, o que inclusive fez-me perceber que embora fosse uma criatura animalesca e tão grotesca quanto os outros, ao menos ele era capaz de raciocinar devidamente. Talvez fosse realmente preciso que eu desse um passo para trás, mas isso não significaria que seria fácil ou mesmo que eu me submeteria às vontades daqueles outros boçais.
— Ai, caramba, demorei pra misturar! — a indesejável bruxa voltara. — Não vou servir ninguém não hein! Peguem aí! BWAHA! — depositou a jarra com um líquido quente e alaranjado na mesa de centro, assim como três taças metálicas. Notei que todas estavam com alguns borrões de sujeira nas bordas interiores. Velha porca. — Perdi muita coisa?
— Nada que fosse da sua alçada — a cortei antes que começasse a falar sem freios. — Luvwieq, vou ser breve. Se manter seus amigos no lugar deles e nenhum cruzar meu caminho, acredito que seguiremos bem. Caso contrário, não me responsabilizo por baixas menores.
— BWAHAHA! — a velha engasgou com a bebida numa risada gorgolejante. — Chega me tremi toda!
— Compreendo, jovem — ele ainda terminava de se servir, levando em seguida a taça aos lábios rachados e se saciando com a mistura da bruxa. — Sabores assim são difíceis de se encontrar na floresta.
— Finalmente alguém que reconhece meu talento! — ela abafou um risinho, cheia de si, insuportável como sempre. — Deixa eu te perguntar, porque vocês são dessa cor aí? Faunos não são verdes e saltitantes? Bwahahaha!
Entendi que seria impossível manter uma conversa com o híbrido agora que ela estava aqui. Eu ainda vou aprender um feitiço que cale a boca dessa velha maldita, ou não me chamo Vhraz'akan. Estava prestes a levantar, mas achei sensato esperar para ter a resposta para a pergunta dela. Talvez saber um pouco mais sobre eles fosse útil caso precisasse enfrentá-los mais tarde.
— Nunca entendemos a razão de nascermos diferentes dos outros, porém acreditam ser uma maldição, azar, ou qualquer outra coisa — ele tomou mais um gole da bebida, e então continuou em seu tom de contador de histórias. — Em maioria nós Faunos Cinzentos não temos nenhuma afinidade manarial, mas alguns despertam manas que não sejam a Bestial ou Elemental como os demais de nossa espécie — compartilhou, agora com a voz um pouco embargada. — Sofremos muito preconceito devido a isso, então acabamos seguindo por outros caminhos, como Charissa, no meu caso em particular.
— Nossa, quase chorei aqui! BWAHAHA!
Enquanto a vadia velha debochava, eu fazia anotações mentais. Os seis poderiam não possuir nenhuma habilidade mágica, ou caso tivessem, não seriam de duas das cinco primais. Claro, isso não eliminava a possibilidade de se familiarizarem com o que Alastrine considera magia do caos.
— Ah, sim. É uma história um tanto triste a minha. Tudo começou quando meus pais...
— Luvwieq — o interrompi, levantando. — Irei resolver alguns assuntos pessoais e me preparar pelo resto da noite para nossa partida. Estarei pronto amanhã, caso também estejam.
— Claro, aliás — tirou um frasco pequeno preenchido por um líquido escarlate do bolso. — Fique com isso como um sinal de nosso... acordo.
— AH! Uma poção de vida, reconheço só pela cor! Bwahaha! — a velha avaliou rapidamente. — Pode confiar, maldito. Pela cor não tá envenenada não! HAHAHA!
Tomei o presente em mãos, dando às costas aos dois em seguida. Eu não precisava de tempo de preparo algum e poderia partir para a Garganta do Desespero naquele mesmo momento, mas pelo modo como Baba Yaga e o híbrido velho gostavam de conversar, eu mataria ambos caso continuasse ali os ouvindo.
Lvl 02 (135/200)
HP (100/100)
MANA (65/175)
ST (50/50)
HP (100/100)
MANA (65/175)
ST (50/50)
- Considerações:
- Somente um Post de interação antes do próximo, que será da partida;
- Considerem o dado Monstro deste SORTEIO para o Luvwieq;
- Considerem o dado Informação deste SORTEIO para o que ele compartilhou a respeito dos Faunos Cinzentos;
- Poção de Vida ganha deste SORTEIO;
- Vou ignorar o dado Quest deste SORTEIO pois partirei para uma Quest já passada na sequência;
- Pendências de dados zeradas.
- Somente um Post de interação antes do próximo, que será da partida;
- Trueness
- Mensagens : 16
Data de inscrição : 03/09/2020
Re: [CL] Póstumo
Qua Out 28, 2020 7:25 pm
Moribundo recebeu 20 XP por post comum + 25 XP por interação prolongada com desenvolvimento de RP. Muito bom!
- Vhraz'akanNecromancia
- Mensagens : 58
Data de inscrição : 21/09/2020
Re: [CL] Póstumo
Sáb Out 31, 2020 6:19 pm
O restante da noite foi um tanto tedioso. Tentei manter minha mente ocupada com alguns raciocínios sobre Avareza ou o Conceptáculo, mas não havia material o suficiente para que eu elaborasse novas linhas de pensamento além das que já formulara anteriormente. No ápice da inércia, no que podia ser considerada a madrugada pelos alastrios, procurei Baba Yaga para tentar arrancar algumas informações a respeito dos convidados, Azmael e Zurathi, mas a velha não abriu a boca para nada que não fosse suas piadas ridículas e risadas exageradas. Logo dispensou-me para ir dormir e quando tentei insistir no assunto, em resposta ganhei roncos parecidos com o de algum animal selvagem.
— Que morra dormindo — praguejei, voltando aos meus aposentos.
Já nele, fui surpreendido pela visita de uma criatura um tanto estranha. Era composta unicamente por ossos e sua anatomia lembrava a de uma ave comum, não fosse por alguns detalhes ao longo da estrutura que sequer tentei compreender. Curiosamente, independente da ausência de membranas ou do restante de seu corpo, batia as asas esqueléticas e voava perfeitamente. Pousou sobre a madeira que eu usava como escrivaninha, deixou ali um pequeno papiro enrolado e aguardou, como se quisesse se certificar de que eu o leria. Nele, uma breve mensagem escrita com uma caligrafia bastante peculiar, embora ainda legível.
Nunca vira uma escrita com letras colocadas de forma tão próxima como aquela e posso dizer que embora o Fauno tenha mostrado sinais de racionalidade, fiquei surpreso com sua capacidade de escrever. Talvez de fato, ao menos ele, fosse uma criatura pouco mais evoluída que as demais. Claro, ainda muito abaixo do nível intelectual de um humano.
Quando enrolei o pequeno bilhete, finalizando a leitura, o pássaro ósseo alçou voo novamente, deixando meus aposentos e dirigindo-se à saída. Invés de ficar curioso a seu respeito, perguntava-me na verdade do que se tratava a condição de Burmahk, o híbrido supostamente enfermo, citada por Luvwieq. Lembrei-me de suas ações trêmulas e acovardadas durante o banquete, como se estivesse com medo o tempo todo de algo. Como alguém como ele seria útil numa missão tão importante?
Passado o tempo estabelecido, me encaminhei sem pressa para o sul da cidadela. Os céus nublados tingidos pelo cinza característico impediam a visão total do sol, mas a estrela irradiava luz o suficiente para iluminar todo o território chari naquele horário. No ponto de encontro, já me esperavam os seis, Strenmyr encarando-me com feições tão duras que poderia a qualquer momento disparar raios de energia pelos olhos. Pouco me abalei, mantendo o mesmo semblante por baixo do capuz.
— Está atrasado, zumbi — comentou Niqemae, a híbrida musculosa.
Carregava em suas mãos o mesmo porrete amadeirado de antes. O sorriso em sua boca e o olhar desafiador certamente eram lançados como se numa tentativa de fazer com que eu me alterasse e ela tivesse um motivo real para entrarmos em embate. Decidi ignorá-la completamente, o que seria a pior resposta para alguém com a sua personalidade. A visita do fauneso na noite anterior serviu para me clarear os pensamentos. Não preciso perder tempo ou gastar mana com um ser tão inferior assim.
— Luvwieq, temos algum mapa ou coisa do tipo?
— Somente orientações básicas — respondeu enquanto coçava a barba, pouco preocupado. — Não consegui muita coisa a respeito do local, apenas que devemos ter o máximo de cautela possível.
Lembrei-me do que li sobre a Garganta na biblioteca orgânica, ponderando se deveria ou não compartilhar as poucas informações obtidas com eles.
— Tenho certeza que vamos todos morrer antes das Criptas — Ythar comentou por trás da máscara dourada enquanto ajustava sua aljava. — Aliás, esse daí vai se comportar? — indicou-me. Strenmyr me dirigiu olhares novamente.
— Tanto quanto nós — o mais velho interviu antes de eu conseguir responder. Zhonyee riu, aparentemente achando engraçada a situação.
— Tud-do isso não me cheira bem.
Burmahk, o com o estado mais duvidoso entre todos, continuava a se coçar e tremer dos pés a cabeça desde o momento em que o vi. O curioso foi que sua fala pareceu-me muito mais se tratar de um real aroma captado por seu olfato do que apenas um modo de se expressar.
— O que quer dizer?
— Fique tranquilo Burmahk, a única coisa que fede aqui é o nosso novo amigo. — Niqemae provocou-me, cortando possibilidades do semi-quadrúpede me responder. Cerrei os punhos, contendo-me.
— Algumas palavras de motivação, Strenmyr? — Zhonyee encorajou o mais alto e também líder, seu tom carregando um humor que oscilava entre a inocência e a ironia.
— Vamos nos manter próximos e atentos como sempre fizemos — respondeu, a voz grave e rouca casando perfeitamente com a estrutura corporal. — Não pretendo morrer antes de vingarmos Ezhevet.
Com um clima estranho e de pouca confiança, embora ainda estável, iniciamos uma caminhada lenta em direção ao sul dos limites chari. A híbrida mais nova mantinha-se o tempo todo próxima de mim, não como forma de vigiar-me ou algo do tipo, mas parecendo esperar por alguma brecha para falar.
— Precisa de algo? — questionei, mantendo meus olhos fixos à frente.
— Quais capacidades mágicas você tem? — ela me estudava, curiosa. — Seria bom saber pra caso precisarmos, não é?
Em resposta apenas dei uma passada a mais, deixando-a para trás em meu encalço.
— Que morra dormindo — praguejei, voltando aos meus aposentos.
Já nele, fui surpreendido pela visita de uma criatura um tanto estranha. Era composta unicamente por ossos e sua anatomia lembrava a de uma ave comum, não fosse por alguns detalhes ao longo da estrutura que sequer tentei compreender. Curiosamente, independente da ausência de membranas ou do restante de seu corpo, batia as asas esqueléticas e voava perfeitamente. Pousou sobre a madeira que eu usava como escrivaninha, deixou ali um pequeno papiro enrolado e aguardou, como se quisesse se certificar de que eu o leria. Nele, uma breve mensagem escrita com uma caligrafia bastante peculiar, embora ainda legível.
Vhraz'akan,
Partiremos em quatro horas, assim que os primeiros sinais de claridade solar surgirem nos céus. Nos encontre no limite sul da cidadela.
Peço que evite olhares discriminosos para com os demais, principalmente com Burmahk, que está tendo problemas com a sua condição nos últimos dias.
Luvwieq.
Nunca vira uma escrita com letras colocadas de forma tão próxima como aquela e posso dizer que embora o Fauno tenha mostrado sinais de racionalidade, fiquei surpreso com sua capacidade de escrever. Talvez de fato, ao menos ele, fosse uma criatura pouco mais evoluída que as demais. Claro, ainda muito abaixo do nível intelectual de um humano.
Quando enrolei o pequeno bilhete, finalizando a leitura, o pássaro ósseo alçou voo novamente, deixando meus aposentos e dirigindo-se à saída. Invés de ficar curioso a seu respeito, perguntava-me na verdade do que se tratava a condição de Burmahk, o híbrido supostamente enfermo, citada por Luvwieq. Lembrei-me de suas ações trêmulas e acovardadas durante o banquete, como se estivesse com medo o tempo todo de algo. Como alguém como ele seria útil numa missão tão importante?
...
Passado o tempo estabelecido, me encaminhei sem pressa para o sul da cidadela. Os céus nublados tingidos pelo cinza característico impediam a visão total do sol, mas a estrela irradiava luz o suficiente para iluminar todo o território chari naquele horário. No ponto de encontro, já me esperavam os seis, Strenmyr encarando-me com feições tão duras que poderia a qualquer momento disparar raios de energia pelos olhos. Pouco me abalei, mantendo o mesmo semblante por baixo do capuz.
— Está atrasado, zumbi — comentou Niqemae, a híbrida musculosa.
Carregava em suas mãos o mesmo porrete amadeirado de antes. O sorriso em sua boca e o olhar desafiador certamente eram lançados como se numa tentativa de fazer com que eu me alterasse e ela tivesse um motivo real para entrarmos em embate. Decidi ignorá-la completamente, o que seria a pior resposta para alguém com a sua personalidade. A visita do fauneso na noite anterior serviu para me clarear os pensamentos. Não preciso perder tempo ou gastar mana com um ser tão inferior assim.
— Luvwieq, temos algum mapa ou coisa do tipo?
— Somente orientações básicas — respondeu enquanto coçava a barba, pouco preocupado. — Não consegui muita coisa a respeito do local, apenas que devemos ter o máximo de cautela possível.
Lembrei-me do que li sobre a Garganta na biblioteca orgânica, ponderando se deveria ou não compartilhar as poucas informações obtidas com eles.
— Tenho certeza que vamos todos morrer antes das Criptas — Ythar comentou por trás da máscara dourada enquanto ajustava sua aljava. — Aliás, esse daí vai se comportar? — indicou-me. Strenmyr me dirigiu olhares novamente.
— Tanto quanto nós — o mais velho interviu antes de eu conseguir responder. Zhonyee riu, aparentemente achando engraçada a situação.
— Tud-do isso não me cheira bem.
Burmahk, o com o estado mais duvidoso entre todos, continuava a se coçar e tremer dos pés a cabeça desde o momento em que o vi. O curioso foi que sua fala pareceu-me muito mais se tratar de um real aroma captado por seu olfato do que apenas um modo de se expressar.
— O que quer dizer?
— Fique tranquilo Burmahk, a única coisa que fede aqui é o nosso novo amigo. — Niqemae provocou-me, cortando possibilidades do semi-quadrúpede me responder. Cerrei os punhos, contendo-me.
— Algumas palavras de motivação, Strenmyr? — Zhonyee encorajou o mais alto e também líder, seu tom carregando um humor que oscilava entre a inocência e a ironia.
— Vamos nos manter próximos e atentos como sempre fizemos — respondeu, a voz grave e rouca casando perfeitamente com a estrutura corporal. — Não pretendo morrer antes de vingarmos Ezhevet.
Com um clima estranho e de pouca confiança, embora ainda estável, iniciamos uma caminhada lenta em direção ao sul dos limites chari. A híbrida mais nova mantinha-se o tempo todo próxima de mim, não como forma de vigiar-me ou algo do tipo, mas parecendo esperar por alguma brecha para falar.
— Precisa de algo? — questionei, mantendo meus olhos fixos à frente.
— Quais capacidades mágicas você tem? — ela me estudava, curiosa. — Seria bom saber pra caso precisarmos, não é?
Em resposta apenas dei uma passada a mais, deixando-a para trás em meu encalço.
Lvl 02 (190/200)
HP (100/100)
MANA (175/175)
ST (50/50)
HP (100/100)
MANA (175/175)
ST (50/50)
- Considerações:
- Inseri a letra cursiva de Luvwieq como uma forma estranha de se escrever;
- Último post na CL Póstumo. Obrigado pela audiência.
- Inseri a letra cursiva de Luvwieq como uma forma estranha de se escrever;
Página 3 de 3 • 1, 2, 3
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos