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Zaraht Al'dam
Zaraht Al'dam
Hemomancia
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Seg Ago 31, 2020 3:38 pm
01.
Recompensas
"Não há tesouro mais valioso do que aquele que corre em nossas veias."
Recompensa 1
10 de Ouro - Link
Recompensa 2
50 de Xp | 15 de Xp | 30 de Ouro | 1 Baú Simples - Link
Recompensa 3
15 de Xp - Link
Recompensa 4
50 de Xp | 25 de Ouro | 1 Baú Básico - Link
Recompensa 5
30 de Xp - Link
Recompensa 6
100 de Xp | 80 de Ouro | 1 Baú Mediano - Link
Recompensa 7
30 de Xp - Link
Recompensa 8
50 de Xp | 35 de Ouro | 1 Baú Básico - Link
02.
Cenário
Dissidência de Charissa
Zaraht fez seu caminho até Charissa, sob pretexto de encontrar e aprender mais com os hemomantes. Seguindo as pistas que recolheu no sangue de suas vítimas, o hematócio fez uma longa jornada desde o Placídio de Sangue, até aqui. E mesmo assim, isso não o preparou para o encontro com os Licantropos. Foi como um rio, correndo seu curso naturalmente e de repente, desaguando em um oceano. Zaraht sentiu que o sangue o levou até lá. Sentiu no sangue de cada um dos lobos, javalis e até ratos licantropos, todo o poder e toda a história que havia por traz do cenário mirabolante e sombrio de Charissa. Zaraht sentiu que ali ele aprenderia muito sobre suas próprias capacidades e mais, até sobre a existência dos hemomantes.
03.
Npc's
Personagens secundários de determinada importância na trama.
  • Vox TempestaLíder dos Licantropos Lobos
    Vox apresentou-se como o líder da guilda dos licantropos lobos. Um homem de poucas palavras, carrega até mesmo em seu semblante a postura de um líder. Seu manto em pele de lobo esbranquiçada é quase a sua marca registrada, já que ninguém o vê transformado de fato já faz alguns anos. Sabe-se que ele nutre uma grande rivalidade com as outras guildas, principalmente com os ratos. Tem uma história de romance proibido envolvendo uma hemomante.

  • Dens PutridusLíder dos Licantropos Ratos
    Dens revelou-se o líder dos licantropos ratos. Ele se abriga no que chama de reino subterrâneo, um grande espaço abaixo do solo do cemitério, às margens do subúrbio de Charissa. Lá, o rei se esconde com os demais ratos de sua guilda, todos carregando incontáveis deformidades em sua aparência física. O próprio Dens carrega incontáveis pústulas ácidas em seu corpo, fruto de experiências bizarras que ele vem fazendo no próprio sangue há muito tempo. Seu controle de veneno é excepcional.

  • SheridanIntegrante da Guilda dos Lobos
    Sheridan tornou-se um companheiro para Zaraht desde o primeiro encontro dos dois. Foi graças ao sangue de Sheridan que o hematócio envolveu-se profundamente na realidade dos licantropos e conheceu a rivalidade entre eles. Sheridan é um lobo jovem, tem grande poder adormecido em sua transformação, coisa que Zaraht já visualizou em seu sangue mais de uma vez. Sheridan ainda não sabe, mas carrega em seu sangue o poder da descendência original da maldição. No mais, o lobo jovem não passa de um homem atraente, cabelos castanhos e olhos violeta.

  • A Madame HemomanteFigura Misteriosa
    Criatura misteriosa que apresentou-se mais de uma vez para Zaraht através do sangue dos licantropos. Pouco se sabe a respeito dessa figura, exceto pela sua ligação íntima para com os Licantropos, e também uma possível associação dela para com os temíveis hemomantes de Charissa.
04.
Quests
Quests e Sidequests
  • Quest Simples (Concluída)
    Nas suas Hemácias... eu vejo...

    Descrição: Como pode ser explicado? Era como uma tecelã experiente adicionando mais um novelo de lã em meio ao seu tricô realizado com maestria. Enquanto as antigas memórias ainda reconheciam Charissa pela perspectiva do hemomante, novos fios de lembranças eram adicionados com sutileza nas mãos de um verdadeiro mestre da costura — escarlates, vermelhos como o sangue daquele que havia sido recém beijado. Em meio à conexão dos fatos, Zaraht viu por além dos prazeres, além das confusões... ele mergulhou instintivamente sobre as preocupações latentes daquele licantropo, que não eram poucas. Pelo que teve acesso — ainda sendo pouco — ele pôde entender algo como guerras entre distintas guildas: ratos e lobos. De onde a coincidência nascia? Do ponto em que eles precisavam de alguém para tirar informações de um dos rivais capturados, já que não conseguiram por meio da tortura. Uma oportunidade de ouro, visto que os demais licantropos lupinos invadiram as percepções do dono de cabelos prateados como um cardápio: tantas memórias, tanto sangue, tantas... memórias irrestritas...
    Recompensas: 50 de XP — Baú Básico — Ouro a ser definido na conclusão.
  • Quest Simples (Concluída)
    Chances de Subir de Dificuldade
    Furos na Teia

    Descrição: Após a derrota do homem-javali, Zaraht percebeu que haviam detalhes faltando em meio à sua teia tecida com tanta delicadeza baseando-se nas últimas fontes obtidas — Sheridan e o rato assassinado — minuciosas informações ausentes que, de alguma forma, deixara-o a mercê da sorte no momento do encontro com o homem-suíno. Nas memórias do roedor torturado, contudo, era possível ver algumas ramificações de contatos que perdiam-se em um emaranhado de outros rostos e nomes, um deles em específico voltava-se de maneira interna para a guilda dos ratos: uma preocupação latente, como a que o licantropo lupino carregava dias atrás, mas de maneira diferente... um tratado, uma aliança bolada com um objetivo em comum não apenas para os roedores e suínos, mas também uma terceira guilda que, então era a origem de tudo. A verdadeira rival dos canídeos que, movendo peças do tabuleiro em movimentos sutis, fazia com que os lobisomens se desgastassem lidando com outras tribos até o momento certo chegar: uma brecha.
    Recompensas: 50 de XP — Baú Básico  — Ouro a ser definido na conclusão — Conhecimento Avançado sobre licantropos chari, suas guildas, tratados e rivalidades.
  • Quest Média (Concluída)
    Maior do Que Todos Nós

    Descrição: O chamado de Vox age para fazer com que Zaraht se posicione ao lado de sua tribo no momento. Com uma torrente infindável de informações históricas e extremamente preciosas, é como se o líder lupino tivesse imbuído sua própria vontade e saberes como uma espécie de pagamento adiantado para o hemomante que, dada a situação atual, talvez não veja um recuo como a melhor maneira de sair da situação. Sem muitas optativas, o pedido é que, durante a próxima Lua Cheia, Zaraht consiga alguma maneira de intermediar aquelas verdades obtidas e fazê-las agirem como um argumento preciso de que, em meio a esse tabuleiro, licans de todas as raças são apenas mais peças no xadrez entre hematófagos extremamente experientes e ancestrais. Quem deve ser convencido? A guilda dos homem-ratos, uma vez que, tendo sucesso nesse ato, os suínos também se verão dobrados ao mesmo caminho.
    Recompensas: 100 de XP — Baú Médio  — Ouro a ser definido na conclusão — Conhecimentos Aprofundados.
  • Quest Simples (Concluída)
    Traição do Próprio Sangue

    Descrição: É evidente que licantropos em geral são extremamente fiéis para com seus líderes e demais companheiros, respeitando o que se tem por hierarquia e hombridade dentro do seu próprio nicho. Contudo, para toda regra, sempre há uma exceção. Dada a urgência da situação, independente do possível estado debilitado de Zarath, Vox traz até ele um dos licantropos de sua alcateia para um interrogatório. O Hematócio se pergunta o porquê ser necessária sua intervenção, mas assim que seus olhos caem sobre o prisioneiro, tem seus possíveis questionamentos enfim respondidos. Quem quer que estivesse tendo encontros às escondidas com o lobo, deixou-lhe com os dedos decepados e a língua dilacerada, garantindo que o mesmo não confessasse detalhes a respeito de suas conversas e segredos. Cabe a Zarath utilizar suas habilidades pessoais para extrair informações do traidor e descobrir o que ele esconde fluindo por entre suas veias.
    Recompensas: 50 de XP — Baú Básico  — Ouro a ser definido na conclusão.
F I C H A

 
Zaraht Al'dam
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Hemomancia
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Seg Ago 31, 2020 5:55 pm

S eus olhos cor de âmbar, ocultos em um manto de sombra e cabelos pálidos como a neblina, capturavam com facilidade a atenção dos muitos rostos transeuntes. Olhos como aqueles; numa tonalidade tão profunda e vívida, mais pareciam deter o próprio fogo em sua essência. Havia algo de muito peculiar ali. Alguns diriam até hipnotizador. Singular? Senão, é claro, pela variedade de criaturas que povoavam Charissa.

Zaraht estava longe de ser algo nunca antes visto por ali. E ainda assim, capturava atenção.

O caminho tortuoso e repleto de anomalias geográficas guiou o até então desconhecido em trapos de vermelho-sangue para dentro da Cidadela principal. Charissa era colossal. Muitas estruturas adjacentes se anexavam de maneira singular e até misteriosa ao que, numa primeira impressão, parecia ser uma única grande cidade. No entanto, para a medida que seus passos ganhavam a entrada da cidadela, era possível entender que havia algo de muito maior acontecendo ali. Uma deformidade absurda no fluxo de mana, em diversos pontos, em diferentes intensidades. Seu corpo podia sentir. O sangue em si reagia de maneira nostálgica, num possível reflexo de muitas memórias. Humanos que, outrora, residiram aqui. Alguns vestígios de sabor também formigavam em sua boca, forçando lembranças desconhecidas a respeito do que já foi provado e vivido aqui. Prazer. Luxúria. Desejo. Sensações que permeavam um conjunto de reações acontecendo em simultâneo e correndo em suas veias.

Sniff, sniff...

De repente, uma sequência de fungadas

— Ei, estranho! — seguido de uma voz interrompendo seu caminho — Que cheiro é esse em você? E-Eu nunca senti um igual..

O obstáculo então se aproximou, revelando-se um homem de expressão curiosa e até invasiva demais. Seus olhos violeta ansiavam por uma resposta quanto à verdadeira identidade questionada. Zaraht, no auge do cansaço de sua viagem, mal podia colocar-se ereto. Por traz de toda calmaria e de uma expressão deveras enigmática; ele escondia um ser cansado e além do limite. Um ser que precisava, quase que desesperadamente, alimentar-se. E a sede, praticamente selvagem, agredia com violência os seus sentidos forçando o hematócio além dos seus limites. No entanto, por traz daquele instinto terrível, havia um ser racional. Tão somente por isso que ele se tornou capaz de chegar até aqui. Tão somente por isso ele não atacou aquele homem.

— Hm... — suspirou — Eu esperava ser melhor recebido aqui, afinal, estamos em Charissa, não? — dono de uma voz estranhamente encantadora e rouca, Zaraht devolveu o questionamento com tranquilidade, rendendo surpresa no homem que lhe interrompera. O dono dos olhos violeta recuou um pouco, como que desarmado, e então franziu o cenho, desapontado com a resposta que recebeu.

—  Qual é! — cruzou os braços e avançou de novo, irredutível — Eu sou um Lycantropo! Esse é meu lance, entende? Eu conheço o cheiro de um monte de raça, mas a sua eu nunca senti antes.

— Um Lycantropo jovem, acredito eu. — Zaraht fez menção de levantar o braço direito para afastar o homem de si, mas não foi preciso. Suas palavras foram ainda mais eficazes.

—  Grrrrr, todos vocês falam isso. Que saco! — e se afastou de novo enquanto resmungava.

De fato, sua postura denunciava um Lycantropo jovem. Difícil dizer se nasceu assim ou foi transformado em um recentemente. Zaraht não provou o sangue deles o suficiente para saber como funcionava o processo de transformação nem de amadurecimento deles. Mas pelo pouco que lembrava, sentiu sua boca formigar na oportunidade de fortalecer-se com sangue jovem e poderoso como aquele. Tanto que não demorou para, em seus pensamentos, arquitetar um jeito de convencer ou seduzir o Lycantropo antes de atacá-lo de fato. Racionalidade acima do instinto.

— Já que faz tanta questão, eu posso ajudá-lo a conhecer melhor minha raça. Venha, aproxime-se. — e por traz daquelas palavras cheias de encanto, o hematócio escondia a preparação de seu truque.

—  Eita, você até que foi mais fácil de convencer do que os outros. — ele parou de resmungar e então se aproximou, abaixando-se pra ficar frente a frente com o rosto de Zaraht.

Estranhamente os dois se aproximaram, e aproveitando-se do receio e despreparo de sua presa, Zaraht avançou sobre ele desferindo-lhe um beijo. Tudo aconteceu lentamente, ainda que para o Lycantropo pego de surpresa, um misto de sensações encobriu seu julgamento da situação. Os cabelos pálidos e longos do hematócio pendiam sob as mãos quase esqueléticas que ele usava para segurar o rosto do Lycantropo. E mesmo com tantas características denunciando o perigo por traz daquilo, o jovem só conseguia prestar atenção naqueles olhos e naquele beijo. Ele sequer notou quando, de leve, o hematócio mordeu-lhe o lábio inferior, tirando um filete de sangue que dançou na língua dos dois entre o beijo. Aliás, beijo este que foi correspondido, pelo menos num primeiro momento.

—  P-Porra! — o jovem demorou, mas recobrou os sentidos, livrando-se do beijo e afastando Zaraht de si —  Que que foi isso?! — e ainda incrédulo, tentou limpar o sangue que lhe escorria da boca.

Mas já era tarde

— Você não desejava saber o que eu sou? — cheio de escárnio em sua resposta, o hematócio saboreava cada palavra para a medida que o sangue em sua boca era digerido — Agora você tem sua resposta...

O Lycantropo sentiu seu corpo formigar de um jeito estranho. Algo dentro dele estava sendo violado sem ele saber, algo muito além do moral ao ter seu beijo roubado. Algo mais profundo. Algo em seu sangue. E, a julgar pela protuberância crescendo deliberadamente dentro das calças; algo em sua virilidade também. Aquilo estava muito além do prazer com que Zaraht degustava o sangue do Lycantropo na boca. A manipulação de sangue garantiu que o jovem sofresse uma leve taquicardia, enquanto seu pênis acometido de uma forte ereção devido ao bombeamento de sangue anormal; garantiu o que qualquer um com o mínimo conhecimento dos boatos, precisava saber.

—  Um Hemomante! — esbravejou o jovem, recuando mais dois passos e revelando uma expressão de terror.

Aos poucos o sangue digerido foi se transformando em benefícios físicos para o hematócio. Sua postura ganhou uma nova forma, capaz de manter-se ereto e sustentar os seus quase 2 metros de altura antes ocultos numa corcunda decrépita. Seus cabelos pálidos ganharam uma tonalidade loira, vívida como o âmbar de seus olhos. A capa vermelha e imensa que vestia, agora vibrava como se fizesse parte de algum encantamento ou magia própria; quando na verdade, era parte de seu próprio corpo, feita em sangue puro.

Restabelecido então, no auge de sua forma, o hemomante sorriu por traz daquela máscara de escuridão que trajava no lugar do rosto. O Lycantropo sequer esperou para ver qualquer outra reação, simplesmente deixou o lugar o mais rápido que pode, provavelmente temendo pelo mal que podia lhe acontecer uma vez cedido o sangue para um hemomante. No entanto, em seu lugar, memórias e pedaços de conhecimento aleatórios do Lycantropo começaram a chegar, correndo nas veias de Zaraht que saboreava cada segundo daquela apropriação.

Considerações:
Lvl 01 (00/100)

HP (155/155)

Mana (175/175)

ST (200/200)






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chansudesu
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Seg Ago 31, 2020 9:45 pm
[CL] Ferver 394e5daf3243c9e27171a58a8a6cb83d
Nível Simples
Quest: Nas suas Hemácias... eu vejo...
Descrição: Como pode ser explicado? Era como uma tecelã experiente adicionando mais um novelo de lã em meio ao seu tricô realizado com maestria. Enquanto as antigas memórias ainda reconheciam Charissa pela perspectiva do hemomante, novos fios de lembranças eram adicionados com sutileza nas mãos de um verdadeiro mestre da costura — escarlates, vermelhos como o sangue daquele que havia sido recém beijado. Em meio à conexão dos fatos, Zaraht viu por além dos prazeres, além das confusões... ele mergulhou instintivamente sobre as preocupações latentes daquele licantropo, que não eram poucas. Pelo que teve acesso — ainda sendo pouco — ele pôde entender algo como guerras entre distintas guildas: ratos e lobos. De onde a coincidência nascia? Do ponto em que eles precisavam de alguém para tirar informações de um dos rivais capturados, já que não conseguiram por meio da tortura. Uma oportunidade de ouro, visto que os demais licantropos lupinos invadiram as percepções do dono de cabelos prateados como um cardápio: tantas memórias, tanto sangue, tantas... memórias irrestritas...
Recompensas: 50 de XP — Baú Básico — Ouro a ser definido na conclusão.

  • Considere a informação como a absorvida de agora que a induzirá para a missão: o sangue foi roubado, memórias frescas como pão saindo do forno vieram...;
  • No meio da atracação você obteve 10 de Gold do dado.

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Zaraht Al'dam
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Ter Set 01, 2020 4:44 pm

E m seu sangue; o estímulo. Como um quebra-cabeça ganhando sentido para a medida que as peças se encaixam, as memórias do jovem licantropo invadiram os pensamentos de Zaraht. Um cenário de guerra e rivalidade entre raças foi se apresentando, tal como peças de um tabuleiro. De um lado um sangue forte e instintivo. Seu sabor trouxe muito conhecimento acerca da guilda de lobos, incluindo onde costumavam se reunir e também sobre suas desavenças com um inimigo específico. Enquanto, do outro lado, um sabor distinto. Alguns diriam até sujo. Sangue de licantropo rato, o inimigo cuja tamanha rivalidade é fomentada.

— Hmmmmm.. — espasmos tomavam a voz do hematócio — Tanto poder...

Zaraht mal podia conter sua ambição. Seus pensamentos absorveram toda informação possível advinda do sangue ingerido, ainda que boa parte deles permeassem o desejo de querer mais. Tamanho poder revigorante percorreu as veias do hematócio que ele mal pode conter seu prazer. Contorceu-se por mais algum tempo, rendendo cenas curiosas para aqueles que passavam à caminho da cidadela. Senão fosse pela fama dos habitantes de Charissa, certamente que teria arrumado problemas ao ser abordado por alguém. Mas não aqui. Não entre os dissidentes. Aqui, sua deformidade era contemplada.

Como um Chari, ele era mais do que bem vindo.

E já que estamos falando de boas vindas, pode-se dizer que o hematócio levou isso bem ao pé da letra. Servido de sua entrada, considerou extrema grosseria recusar o restante dos pratos e deixar a comemoração antes de uma gorda sobremesa. Que tipo de convidado faz isso? Ainda mais depois de tamanha cortesia. Agradecimentos à Sheridanjovem licantropo dos olhos violeta, grande anfitrião da festa e também cartão postal. Estava decidido então, Zaraht recompôs-se, aprumando sua capa em vermelho-sangue do mais vívido possível. Ajeitou os cabelos platinados pendendo atrás da orelha, tirou de algum lugar oculto em suas vestes aquele cajado carmesim, usando-o como bengala de apoio, e então ganhou em passos elegantes o que faria seu caminho até o ponto de encontro.

Uma vez ultrapassado o centro da cidadela, seu caminho o levou até um acesso representado por uma ponte-escada. Deformada pelo fluxo de mana, sua estrutura se quebrava em pedaços com facilidade após o uso, reconstruindo-se automaticamente em nova forma e decoração sempre que isso acontecia. Impossível dizer quantos passaram por ali, ou em quantas vezes a ponte já se transformou. Desta vez, Zaraht contemplou uma estrutura recheada de características rochosas e desérticas. Areia em abundância, ar quente e piso em rachaduras. Mais parecia um portal para algum lugar deserto, isso em plena cidadela.

A ponte o levou diretamente para uma construção antiga, muito provavelmente derivada da mesma funcionalidade da ponte. Quantas vezes foi atacada e reconstruída magicamente? Perguntas que permeavam aquelas paredes num misto de ruínas antigas e decoração Chari moderna. Pilastras incompletas no que deveriam simbolizar pares, recebiam os convidados em um breve caminho sinuoso. Suas curvas acompanhavam muretas de ruínas antigas e, intercalando entre as pilastras, haviam archotes acesos e marcas de garras acima das chamas. Dado os vislumbres do que Zaraht viu em sangue, essas marcas brilhavam sob as chamas em noites de lua-cheia, onde o poder dos licantropos desbravava os limites conhecidos.

E por falar em licantropos, dois deles espreitavam nas sombras a aproximação vagarosa e elegante do hematócio. Não que ele soubesse, é claro. Mas bastou aproximar-se um pouco mais da entrada das ruínas para ser surpreendido por seus admiradores secretos.

Mais devagar aí, sangue ruim. — esbravejou o primeiro, saltando a frente da última pilastra antes da porta.

Homem alto, robusto, vestia roupas estranhamente apertadas demais para o seu porte. O roupão de couro que trajava chamou atenção pelas mangas rasgadas que presenteavam conforto aos braços musculosos do licantropo. Dono de cabelos castanhos longos e uma expressão carrancuda, este parecia ser um dos caçadores da guilda. Andava cheio de postura e autoestima, pisando firme como se tivesse que provar ao mundo sua virilidade em troca de um pouco de respeito.

— Sangue ruim? — o hematócio parou, inclinando a cabeça em desgosto — É por este nome que vocês conhecem minha raça? — as palavras não saíram em tom amigável.

Estamos em Charissa, meu chapa! Por aqui já passou de tudo um pouco e você não é novidade, tsc. — o segundo licantropo então deu as caras, esse mais desinibido e requebrando os quadris. Tinha bastante molejo, um batedor talvez? Andou cerca de uns 3 passos à direita do companheiro de guilda, e ambos interromperam a trilha até a entrada das ruínas.

— E ainda assim, Sheridan me convidou...um sangue ruim.. — o espaçamento na maneira de falar do hematócio transmitiu uma sensação misteriosa e ameaçadora. Seu cajado pareceu vibrar por um instante, ainda que aos olhos de todos ali presentes; ele estivesse enrigecido. De repente o clima pesou, fez parecer que no cair da noite uma batalha brutal seria travada ali mesmo na entrada das ruínas. Senão fosse é claro pela intervenção daquele primeiro; o possível caçador.

Hemomantes não são bem vindos aqui, este é seu último aviso! — seu tom de voz se alterou, assumindo o porte de uma ameaça.

— Cachorros tolos! Façam um favor a si e me escutem! — Zaraht bateu seu cajado no chão, capturando atenção e o silêncio dos licantropos. Seu cajado vibrou uma segunda vez, revelando sua manipulação de sangue, coisa que mais uma vez os deixou ameaçados — Em seu sangue eu vi. Problemas com os ratos, estou certo? — continuou, amenizando o clima de tensão.

Então foram eles que te mandaram aqui, praga de sangue?! — o desinibido falou, fazendo menção de usar as presas pra atacar.

— Muito pelo contrário. Eu já disse, Sheridan foi o meu convite. E eu só decidi aceitar e oferecer minha ajuda em agradecimento. — desta vez as palavras cativaram os lobos.

Dali em diante, Zaraht deixou suas intenções malignas de lado e assumiu o papel de convidado. Os licantropos baixaram a guarda e, cativados pelas possíveis capacidades do hemomante, convidaram-no a entrar nas ruínas onde discutiram noite a dentro a respeito de muitas coisas. A primeira delas; que diabos foi aquilo com Sheridan, o novato? Mas Zaraht poupou-se de responder, deixando-os em lágrimas de curiosidade. Em segundo; discutiram a respeito de como o hemomante conseguiu tanta informação sobre eles com só um pouco de sangue? E desta vez, o hematócio não poupou palavras. Falou um pouco mais sobre sua raça, sobre sua origem, e também um pouco — nada além do necessário — sobre suas capacidades. Por sinal, capacidades essas que encantaram os lobos com uma ideia que resolveria de uma vez por todas os seus problemas.

Ficou combinado então que aceitariam a ajuda do hemomante, uma vez que ele desse seu preço. Mas Zaraht garantiu que estava fazendo tudo aquilo em agradecimento ao jovem licantropo por ceder-lhe o seu sangue, ainda que fizesse menção de exigir uma única recompensa possível depois do serviço feito.

No ápice da madrugada, uma pequena tropa de licantropos retornou de mais uma caçada. Traziam consigo um prisioneiro; um licantropo rato, ainda que em seus rostos os companheiros lupinos não estampavam muita esperança de arrancar qualquer informação desse prisioneiro. Portanto, levaram-no as celas que mantinham no interior das ruínas e então chamaram pelo hemomante, colocando-os somente os dois no mesmo espaço. O licantropo rato estava amarrado, completamente ensanguentado e repleto de feridas. Tomou uma bela surra, a julgar por alguns ossos expostos além das feridas. Tudo aquilo parecia mais um banquete oferecido ao monstro.

— Ah! Até que enfim o meu banquete! — com as mãos erguidas, Zaraht fez menção de alcançar o rato mesmo naquela distância de cerca de 2 metros. O rato cuspiu, grunhiu, se sacudiu, fez tudo de pra se livrar da presença do hemomante, ainda que não soubesse de fato o que ele é. Os licantropos revelaram que, em muitas das tentativas de extrair informações, perceberam que os ratos tinham uma tática pra cometer suicídio e então impedir que fossem torturados por mais tempo. Tática essa que o prisioneiro já estava prestes a usar, isso é claro, se não estivesse diante de quem estava.

Antes de tentar qualquer coisa, o rato sentiu de repente uma pontada. Em seguida um calor. Seu sangue vibrou como se alguém o estivesse chacoalhando por dentro, e aquilo fez brotar o terror em seus olhos. O bicho tentou gritar, tentou amaldiçoar Zaraht ao reconhecer nele a magia que tantos temem, mas já era tarde demais. As mãos do hematócio deslizaram no ar, num movimento circular, forçando o sangue a borbulhar levemente nas feridas do licantropo e então saltar para fora. As gordas porções de sangue, agora imbuídas de magia, acumulavam-se no ar, formando pequenos córregos que vinham direto até Zaraht. Sua capa vermelho-sangue vibrou uma vez mais, como que ansiando por mais uma corrente de informações, ao passo que o sangue era saboreado em uma grande bocada pelo hemomante.

O processo se repetiu cerca de mais duas vezes, até que o rato estivesse inteiramente seco e morto antes do amanhecer.

— Obrigado pela refeição — as palavras deslizaram da boca do hemomante junto a gotículas de sangue que saltaram no chão. A esta altura os licantropos observavam horrorizados do lado de fora da cela, entre eles um Sheridan apavorado, temendo que acontecesse o mesmo com ele caso ele tivesse confrontado Zaraht outrora.

Os questionamentos ficaram pra outra hora. Como prometido, em seguida o hemomante deixou a cela e passou um bom tempo em reunião com os licantropos lobos para revelar-lhes tudo sobre os ratos. Desde as táticas de caça e hierarquia, até onde se reuniam e quais planos tinham em mente para afrontar os lobos. Tudo foi muito bem aproveitado pelos líderes da guilda, que imediatamente mudaram as estratégias e começaram os ataques. Todo o confronto durou cerca de 4 dias, e durante esse período, Zaraht permaneceu como convidado dos licantropos lobos até que toda informação que lhes foi cedida, de fato fosse aproveitada e confirmada. E ao término do quarto dia, o próprio líder da guilda agradeceu ao hemomante por sua ajuda, implorando pra que ele desse o seu preço.

Zaraht foi específico;

— Entreguem-me sangue. — e as suas palavras pesaram mais do que lâminas em cada um naquelas ruínas.

Depois do que viram com o prisioneiro, nenhum licantropo queria estar nas mãos de um hemomante assim. Nenhum, exceto Sheridan, o novato.

— Pode beber o meu. — assim que tomou a frente, todos os demais olharam pra ele incrédulos — Cê ajudou minha guilda, então nada mais justo que eu agradecer também. Mas sem o lance do beijo! — esbravejou.

— Assim seja, licantropo jovem. — e com um movimento rápido das unhas endurecidas em sangue, Zaraht realizou um corte superficial no antebraço do licantropo. Nada grave, mas o suficiente para que o sangue escorresse e então permitisse ao hemomante lamber e se deleitar com o líquido escarlate. A cena não durou muito, apenas o suficiente para que o hematócio deixasse o lugar satisfeito com o que aprendeu. O suficiente para que os licantropos se vissem livres daquela aparição sinistra e maldita.

Missão:

Habilidade Utilizada:

Considerações

  • Utilizei a habilidade 3x - durante o processo de tortura lá do rato, pra colher informações
  • Adição de Conhecimento - sugiro que, com o ganho de informação, seja anexado conhecido intermediário acerca dos licantropos lobos e ratos, dado o que eu absorvi do sangue deles e da espécie.

Lvl 01 (00/100)

HP (155/155)

Mana (85/175)

ST (200/200)






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chansudesu
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Ter Set 01, 2020 10:39 pm
Missão Concluída;

  • + 50 de EXP;
  • + 15 de EXP ; (xp do licantropo)
  • + 30 de Ouro;
  • + 1 Baú Simples.

Conhecimento Adquirido: Zaraht possui conhecimentos intermediários sobre licantropos de Charissa das ramificações lupinas e roedoras. Como a hierarquia de suas guildas funcionam, seus esconderijos, objetivos, estratégias não apenas de invasão, mas também os lugares que tinham acesso para obter refúgio urgente e suprimentos. Como uma teia ainda meio opaca em certos pontos, é possível também reconhecer alguns rostos e contatos que podem se mostrar úteis no futuro.

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Zaraht Al'dam
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Qua Set 02, 2020 12:47 am

P ara Zaraht, o encontro com os licans foi como um banquete. As ruínas ficaram para traz ao passo que os acessos mirabolantes de Charissa guiavam-no em sua despedida. Em sua mente, permeavam pensamentos acerca de quando foi a última vez que teve uma refeição tão suculenta e forte. Afinal, desde o seu nascimento e sua partida do Placídio de Sangue; até aqui; foram quantos dias? Meses talvez? Difícil dizer. Impossível dizer. Sua capacidade de absorver vidas era também a sua maldição. Incontáveis vidas já permeavam a sua agora.

Afinal, sangue é vidas.

Por consequência disso o hemomante fez seu caminho até Charissa. Através do sangue, tomou conhecimento das lendas e dos boatos daqueles que viveram aqui ou pelo menos conheceram outros hemomantes na região. Zaraht era um hematócio singular. Ele não desprezava as demais existências como um todo. Pelo contrário, desejava conhecê-las melhor. Entender até que ponto os seus conhecimentos podem explicar os segredos do mundo, e, por consequência disso, explicar melhor a sua criação. E que outro lugar senão Charissa para concentrar os segredos do caos?

— Esperaaaaa! — bradou uma voz conhecida, rompendo o raciocínio do hematócio e forçando-o a olhar para traz.

Sorte?

Senão fosse por isso, Zaraht jamais teria percebido a aproximação de outra criatura grotesca que avançava contra ele recém saída de um portal no chão. Por sorte, Sheridan, o elemento surpresa que forçou o despertar de Zaraht em seus devaneios, chegou a tempo para empurrar a criatura e interceptar seu avanço contra o hematócio. A transformação foi extremamente rápida, substituindo a pele morena e os cabelos castanhos por pelagem negra e presas. O lobisomen ganhou velocidade, tomou impulso entre um pilar e outro, e conseguiu interceptar o inimigo com um empurrão, jogando-o por cima de uma mureta do lado direito de onde estavam. A mureta praticamente foi demolida, revelando em seus escombros mais características daquele ser.

[CL] Ferver Wereboar-2

Graaaaawwrr! — o bicho se sacudiu num movimento brusco, jogando Sheridan pra cima e logo em seguida dando-lhe uma pancada com um mangual de ferro que lhe tirou muito sangue — Cachorro desgraçado! Grhp-!

A pancada arremessou o lican na mesma direção em que veio, por pouco não acertando Zaraht no caminho. Sheridan rolou, atropelando uma, duas, quase três pilastras do meio da cidadela. Todas se reconstruindo quase tão rapidamente quanto a mureta que amorteceu a queda do bicho-javali. Inclusive, por falar nele, o nome U''Lthayn veio na mente do hemomante, acompanhado dos seus muitos conhecimentos adquiridos através do sangue. Difícil dizer se a informação vinha do sangue dos lobos, ou dos ratos. O fato é que, lá estava outra espécie de licantropo; um homem-javali. No auge dos seus 2 metros de altura, tinha músculos o suficiente pra superar até mesmo os lobisomens. Seu dorso era grande, gordo e bom de aguentar porrada, uma vez que o empurrão de Sheridan pouco lhe causou ferimentos, muito menos a aterrissagem no muro

— Hmm? — em meio a toda confusão, Zaraht demorou pra assimilar tudo — U'lthayn? Não é? — dono de um tom de voz imponente, o hemomante até tentou estabelecer comunicação.

O javali simplesmente ignorou. Grunhiu e veio correndo na direção do hemomante, pronto pra mais uma pancada daquela com seu mangual.

Zaraht desviou

O mangual passou reto, mas os olhos do javali acompanharam com facilidade a esquiva do hemomante e, em uma resposta ainda mais rápida, o lican-porco jogou o peso do seu corpo todo naquela direção, acertando um empurrão que arremessou Zaraht na direção onde Sheridan havia caído momentos atrás. O impacto foi amortecido pelas costas do lobisomen que ainda tentava se recuperar da pancada, mas foi atingido e caiu no chão de novo, grunhindo de dor. Algo além da pancada lhe enfraqueceu, era um ferimento; grave até. As pontas de ferro do mangual abriram uma ferida grave no dorso do lobisomen, motivo pelo o qual ele foi derrubado tão facilmente.

— Você consegue ferí-lo! Não seja imprudente, lobo! — vociferou Zaraht, reassumindo posição.

Seu manto de sangue encobriu parcialmente a ferida do lobisomen enquanto este ainda era tomado por espasmos de dor. As presas salientaram uma resposta agressiva ao questionamento feito, mas o hemomante entendeu seu significado. Aproveitou o pouco tempo que tinham e a distância também, para promover uma habilidade rápida, usando do seu próprio sangue para manipular a ferida no dorso do lican e então estancar o sangramento. Foi tudo muito rápido, o suficiente pra dar fôlego ao lobisomen caído e presenteá-lo com uma segunda chance numa troca de pancadas. O javali veio correndo, balançando sua arma em ofensiva.

Sheridan jogou seu peso pra frente, forçando a se levantar rápido o suficiente.

Zaraht tomou distância o mais rápido que pode, cerca de dois ou três passos no máximo

U'lthayn avançou; grande como uma muralha de castelo

Sheridan contra-atacou, abaixando-se e jogando todo seu peso numa investida abaixo do javali. Deu-lhe um empurrão nas pernas que fez o javali tropeçar e cair com o próprio peso pra frente. O lobisomen rapidamente subiu nas costas do javali e cortou-lhe com as garras numa sequência de golpes extremamente rápidos. Havia mana imbuída ali, mesmo que no seu estado mais bruto. Tanto que os golpes dilaceraram a carne do lican-porco em diversas feridas expostas. Dolorosas.

MALDITOS! — entre os gemidos de dor, o porco finalmente falou — Vocês vão pagar pelo que fizeram aos ratos! Vão pagar! — e aos poucos revelou o motivo de seu ataque.

— Eu...eu não vi isso no sangue deles.. — o hemomante pareceu intrigado, até tentou se aproximar para tirar mais informações, talvez provar do seu sangue, mas não foi possível. Sheridan continuou o ataque com violência. Mostrou ali o seu verdadeiro potencial. Dilacerou em segundos a carne e até mesmo alguns ossos do lican-porco, tudo em golpes de garras e algumas mordidas. U'lthayn estava morto. Aquele era o potencial vislumbrado por Zaraht quando provou o sangue lican. Um potencial ancestral. O potencial que poucos conseguem acessar, mas que ficara visível na força de Sheridan.

— Parece que temos uma nova ameaça. — Zaraht foi curto e objetivo.

Considerações

  • Usei 1x a habilidade - estancar sangramento do aliado
  • Introduzi os lican-porco - U'lthayn é um Wereboar
  • Usei 1dado-hostil contra esse monstro
  • OBS - Quero recomendar que na quest (quem me der) me conduzam a descobrir a ligação dos Wereboar com os Wererat, pq no sangue o Zaraht não viu a aliança deles, então é algo novo que rolou nesses 4 dias da quest anterior. Bom também pra dar mais background pros licans de Charissa, e entender a hierarquia deles aqui, rivalidade e talz.


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Qua Set 02, 2020 1:43 am
+ 15 XP.

Quest Simples
Chances de Subir de Dificuldade
Furos na Teia

Descrição: Após a derrota do homem-javali, Zaraht percebeu que haviam detalhes faltando em meio à sua teia tecida com tanta delicadeza baseando-se nas últimas fontes obtidas — Sheridan e o rato assassinado — minuciosas informações ausentes que, de alguma forma, deixara-o a mercê da sorte no momento do encontro com o homem-suíno. Nas memórias do roedor torturado, contudo, era possível ver algumas ramificações de contatos que perdiam-se em um emaranhado de outros rostos e nomes, um deles em específico voltava-se de maneira interna para a guilda dos ratos: uma preocupação latente, como a que o licantropo lupino carregava dias atrás, mas de maneira diferente... um tratado, uma aliança bolada com um objetivo em comum não apenas para os roedores e suínos, mas também uma terceira guilda que, então era a origem de tudo. A verdadeira rival dos canídeos que, movendo peças do tabuleiro em movimentos sutis, fazia com que os lobisomens se desgastassem lidando com outras tribos até o momento certo chegar: uma brecha.
Recompensas: 50 de XP — Baú Básico  — Ouro a ser definido na conclusão — Conhecimento Avançado sobre licantropos chari, suas guildas, tratados e rivalidades.
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Qui Set 03, 2020 7:42 pm

A lgum tempo se passou até que o frenesi de Sheridan terminasse de tingir o chão em sangue de lican-porco. Zaraht aproximou-se em passos vagarosos, seus olhos presos à imensidão refletida na lâmina escarlate sob o chão. Perdido em seus pensamentos, o hematócio abaixou-se e levou suas garras pontiagudas endurecidas em sangue, na direção do líquido derramado. Era como um inseto atraído pela luz. Puro instinto.

— Raawr! Arg-hh... — grunhiu o lobo, realocando os ombros na sua mesma estatura de antes e quebrando o silêncio — Quem é o cachorro tolo agora, hein?! — tão imprudente quanto era jovem.

O sangue na ponta dos dedos do hemomante assumiu uma postura volátil ao toque, como que manipulado pelo simples desejo de seu mais novo portador. Num piscar de olhos transfigurou-se num pequeno córrego imbuído de mana à medida que era degustado por Zaraht junto a um turbilhão de informações. Nada disso podia ser visto a olho nú, por mais que Sheridan se esforçasse pra chegar perto e entender o que estava acontecendo. O sangue entrou no organismo do hematócio e rapidamente foi digerido, desconstruído e absorvido. As informações ganharam espaço em seu interior para a medida que sua figura externa representou mais uma daquelas cenas estranhas. Espasmos de prazer levavam Zaraht a contorção e algumas posições até imorais — segundo Alastrios.

— Estou vendo... eu estou vendo-..nggh! — entre gemidos e uma voz falha, Zaraht revelou os segredos por traz daquele sangue.

O hemomante conseguiu ver a ligação tríplice por traz daquela aliança. Pode ver como os lican-porco estavam sendo manipulados por um arquiteto maior e mais forte. Viu além. Viu como as três raças lican estavam sendo colocadas umas contra as outras com um único propósito; enfraquecê-los como um todo. O desgaste e rivalidade entre eles, fomentado por disputas pequenas aqui e ali, levariam-nos ao que mais tarde parecia ser o grande plano por traz de tudo. Os licans estavam em ameaça ali, mas Zaraht não conseguiu ver nada além.. Muito menos Sheridan, que ouviu tudo atentamente mas não conseguia aceitar.

— Isso muito estranho! — bradou o licantropo, cruzando os braços mais uma vez — Eu sou novo na guilda, mas desde que cheguei, sempre houve rivalidade. Nunca uma aliança. O que será que mudou? — sua indignação era quase tão pura quanto seu sangue.

— Não seja ingênuo, lobo. Existe um outro alguém por traz dessa interferência, e nós vamos descobrir quem. — dono de poucas palavras, Zaraht conquistou a atenção e também o silêncio do companheiro lican.

O acesso de pontes mirabolantes e portais antes desérticos guiou a dupla mais uma vez até as ruínas, onde um encontro com os lobos tornou-se inevitável. Ainda que, desta vez, todos ou pelo menos a maioria deles, precisariam estar reunidos. Isso inclui o líder, que até então o hemomante só havia ouvido falar, mas não chegou a conhecê-lo. Sheridan fez questão de desenhar uma grande apresentação de seu líder em palavras; começando pelo maior e mais intrigante de todos os boatos; quase ninguém o viu assumir a forma de lobo nos últimos anos. Ninguém sabe o motivo, apesar de especularem a respeito da perda de alguém muito querido que marcou o líder em trauma e culpa. No mais, falam muito sobre suas capacidades marciais e sobre uma estranha habilidade pessoal que até então ninguém soube explicar com exatidão.

O fato é que o desenho logo estampou a realidade. O cenário, por sua vez, transformou-se de acordo com as vontades da cidadela. Suas características mágicas fluíram acerca do que antes cobria as ruínas em areia, transformando-a em neve e num ambiente gelado e solitário. Lá, licantropos lobos de todos os cantos de Charissa chegavam, aos poucos, amontoando-se sem entender ao certo o motivo daquela reunião. Sheridan e os demais lobos que o hemomante ajudou, agora retribuíram o favor, movendo montanhas para convocar aquela reunião. Rostos dos mais diversos começaram a aparecer entre as transformações, incluindo um em especial que parecia mais trazer a própria tempestade consigo.

[CL] Ferver Lider-dos-lican

— Luna Nera! — gritou, imponente.

Todos repetiram em uníssono. Um coral de saudação que, pelo pouco que o hemomante saboreou em sangue, sabia estar fazendo menção às fases da lua e à sua influência sobre os lobos. Zaraht sentiu o sangue vibrar em si, forçando o quebra-cabeça pra que as peças se encaixassem mais rápido e ele pudesse entender melhor. Contudo, antes que pudesse de fato acrescentar algo àquele momento solene, foi interrompido pelos passos firmes e postura altiva daquele que intitulavam o líder dos lobos. Seu nome era

— Vox Tempestas — o hemomante saudou o líder com uma meia-reverência.

— Sua raça — sua voz grave e profunda — Como chamam a sua raça? — questionou ao hemomante o que nenhum outro lican foi capaz até o momento.

— Somos hematócios. Fruto da guerra e do profano, emergimos em sangue daqueles que foram derrotados. — Zaraht respondeu de maneira sucinta.

O clima entre os dois pesou, tal como o silêncio desenhando expressões de medo e receio no rosto de cada um dos licans ali presentes. Todos conheciam o suficiente o seu líder pra entender que ele nunca concordaria em nada com a ajuda de um hemomante. Ele tem história com eles, apesar de pouco saberem a respeito. E ainda assim, lá estava ele, um falso-humano no auge do que sua capa vermelho-sangue e seu cajado carmesim poderiam sustentar. Cabelos platinados pendendo o rosto e fazendo sombra aos olhos amarelo-âmbar que encaravam intensamente o líder-lican.

— Serei breve, desde que compartilhe comigo uma curiosidade. O significado daquela saudação. — o hematócio estava curioso, ainda que não estivesse em condições de exigir nada.

— Por que você mesmo não descobre? — rebateu Vox.

Num movimento rápido então, ele cortou a palma da mão, derramando algumas gostas de sangue lentamente à frente do hemomante.

Zaraht não hesitou, apesar de surpreso. Abaixou-se, estendeu a língua e saboreeou lentamente cada gota que despencou em seu paladar. O sangue era diferente de tudo que ele já provou antes. Primeiro conseguiu a resposta que queria; Luna Nera, a lua negra. Influência religiosa e cultural advinda do que muitos magos e feiticeiros cultuavam em tempos antigos. Depois, sentiu seu corpo inteiro nausear, sua manipulação turvou e o próprio cajado carmesim antes endurecido na mão direita agora chacoalhava sozinho, fazendo menção de se transformar numa poça de sangue a qualquer momento. A capa vermelho-sangue acompanhou as reações. Vibrou, escureceu, e logo pareceu desbotar e voltar ao que nunca deveria ter deixado de ser; só uma capa velha. Foi como se todo o poder de manipulação do hemomante tivesse sido suprimido por um tempo. Zaraht caiu de joelhos, grunhindo, enfraquecido. Todos os lobos reagiram de sobressalto. Alguns pareciam querer atacá-lo, outros ajudá-lo, mas com a mesma mão que Vox despejou as gotas de sangue, ele também fez um sinal pra que nenhum lican se movesse.

Mais um tempo e o hematócio voltou a se contorcer. Seus grunhidos foram substituídos por gemidos e as características físicas de antes voltaram, garantindo aquele seu visual macábro e cheio de esplendor. Capa em sangue, cajado enrigecido, memórias absorvidas com sucesso. O processo foi doloroso, mas trouxe consigo todo conhecimento acerca do que pouco se fala. Segredos sobre um tempo em que uma feiticeira poderosa e um sacerdote, juntos, abraçaram o caos e permitiram-se descobrir os segredos da magia licantrópica.

— Sua raça está ameaçada. E você não precisa de sangue pra ver isso.. — o fôlego preencheu a boca do hematócio ao passo que ele se levantava — Algo no seu sangue me diz que você sabe quem está por traz disso. Estou certo? — por fim, a verdade.

Vox abaixou a cabeça em resposta positiva. Todos os licans ficaram chocados, só não mais do que o próprio Zaraht.

— Esse era o problema então. Vocês estão lidando contra hemomantes da pior espécie. Aristocratas. — o ponto de convergência foi descoberto.

O clima de tensão mudou, e aos poucos Vox baixou a guarda. Mesmo com o seu sangue nas mãos, Zaraht não seria capaz de machucá-lo, nem se tentasse. O hematócio sentiu isso no primeiro momento em que saboreou o sangue. Algo nas habilidades mágicas do líder-lican tinha grandes capacidades abjurativas. Sua resistência equivale a supressão. Seria preciso um poder enorme para sobrepuja-lo, e não demorou para que o líder compartilhasse com os demais a verdade sobre seus inimigos. Hemomantes. Criaturas com tamanha capacidade que conseguiram subjulgar o líder-lican a despeito de suas resistências. Claro que o mesmo deve ter acontecido com os lican-porco, e muito mais provável que tenha envolvido os lican-rato nisso também. No fim das contas, todos estavam agindo como peões ao controle dos verdadeiros mestres do jogo.

— Você viu, não é? — Vox foi categórico em sua pergunta. Fez referência a uma memória em especial, que ele tinha certeza que também caiu nas mãos do hematócio. Zaraht respondeu que sim com a cabeça, apesar de não esboçar preocupação nem surpresa com a informação. — Eu nunca vou ser capaz de me voltar contra ela. Ela é minha única fraqueza. — completou o líder.

No fim das contas, no covil do inimigo estava aquela que o lícan-lider um dia já chamou de seu amor.

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Qui Set 03, 2020 9:36 pm
[CL] Ferver Wolf


Vox Tempestas lentamente digeria as novas informações em seu consciente. Sua feição trabalhava numa máscara rígida, como quem não está em pé de demonstrar nada além da dureza e determinação. Ao redor, por todas as ruínas, os demais lupinos mantinham-se atentos, alguns trocavam olhares, tocavam-se entre si e depois apontavam para o hemomante: a matilha demonstrava pouca amistosidade com Zaraht mesmo depois da nova leva de informações acerca do verdadeiro inimigo. Como um prelúdio de algo ainda maior por vir, o vento transformou-se num suspiro uivante e farfalhou a copa das ávores ao redor.

O homem que trajava pele de lobo albina levantou a cabeça, fitando o hemomante:

— Você — apontou seu dedo ainda pouco ensanguentado.

Um clima de tensão surgiu no ar: os demais lobos mantinham uma linha de distância e, de alguma forma, Zaraht podia sentir Sheridan mais ao lado completamente estagnado com a situação. Era como se sentissem uma terrível pressão em seus corpos que os impedia de falar ou sequer uivar na presença do grande líder. Alguns abaixaram a cabeça ao passe em que dois lobos distanciavam-se do dono da capa e cajado escarlates. Em passos curtos, Vox aproximou-se mais ainda do hematócio. Suas respirações seguiam ritmos completamente diferentes, denotando a diferença não apenas física, mas psicológica de cada um naquele instante.

— Leia o resto do meu sangue — num idioma que fugia do alureano. Zaraht traduziu automaticamente devido ao sangue ingerido recentemente.

Não foi um pedido.

Foi um gatilho sendo acionado.

Zaraht percebeu que, pelo menos naquele instante, foi como se ele não tivesse controle do próprio sangue. Sentiu-se, de certa maneira, violado: ele via o que Vox Tempestas queria que ele visse. Tudo passou como cenas sendo rebobinadas: primeiro, uma fronteira polar tomada por enormes montanhas e uma queda de neve imensurável — uma criança na neve resistia adotada por lobos, mas logo o cenário mudou: ao invés de todo o branco e níveo do gelo, paredes de pedras grossas de uma fortaleza sob o luar ergueram-se rapidamente. Sentimentos de amor, cumplicidade, compaixão… foram varridos num piscar de olhos. Literalmente: Zaraht deve de piscar para digerir tanta informação.

Charissa apareceu. Grupos marchavam sob diferentes bandeiras: uma branca, uma escarlate e outra num azul esverdeado. Uma Tríplice. Ele se lembrava disso… compostos de seu sangue vibravam com as novas informações sendo adicionadas às que carregava até o momento: a guerra da Cadência para o Leste, o derramamento excessivo de sangue, a mana de inúmeros guerreiros encantando esses glóbulos no que futuramente viria a ser conhecido como a raça de hematócios. Não… mas havia algo além de apenas o surgimento dessa raça.

Havia uma linha de frente bem definida. Homens-lobos, homens-porco e homens-ratos esgueiravam-se pelo campo de batalha, sendo dilacerados um por um, unidos a um exército infindável de mortos e gigantes das montanhas gélidas: no meio de tudo isso, finalmente, as memórias adotaram postura de primeira pessoa, e então ele percebeu que via através dos olhos de Vox Tempestas. Ele via todo o seu povo ser utilizado como artilharia de guerra: mortos pelos magos alastrios um por um, descartados como peças de xadrez, deixados a escanteio… tudo de maneira tão arbitrária que chegava a causar-lhe ânsia. Uma voz ressoou em seus ouvidos, como quem o seduz num acordo, um pacto que envolvia uma aliança literal forjada em sangue — uma cerimônia conjugal debaixo da lua negra — felicidades, um amor proibido, a promessa de novos rumos, novas possibilidades… aceitação social.

— Você não quer tudo isso, Vox…?

ZUM!

”…No mais, falam muito sobre suas capacidades marciais e sobre uma estranha habilidade pessoal que até então ninguém soube explicar com exatidão.”

Tudo voltou ao normal. Ele havia engolido todas aquelas informações de uma só vez: um filete de sangue escorria de seu nariz, seus cabelos tornaram-se uma juba platinada desgrenhada à medida em que as maçãs de sua face murcharam como se sugadas. Foi como varrer a sujeira para debaixo do tapete e, muito além disso, posicionar uma decoração chamativa sobre esse: a informação mais recente, do lugar em que Vox estava. O líder lupino fê-lo ver que estava movendo suas peças, agindo por debaixo das sombras como podia, contratando espiões, movendo seus agentes em pontos estratégicos. Holmstheim era o ponto chave. Mas ainda não era o momento.

O hemomante foi envolvido em tudo aquilo de maneira tão rápida que sua cabeça ainda girava. Ele sentia que estava numa posição que não podia mais recuar: Vox o chamava. Os lobos o chamavam.

— Existe algo maior do que nós. Com as suas informações, podemos fazer com que esse jogo de grandeza lentamente tome novos rumos. — Sua voz era como trovões rasgando noite adentro. Os demais lupinos finalmente tomaram coragem e começaram a uivar debaixo da lua minguante que partia os céus com toda a sua beleza. — Daqui a três luas, você deverá intermediar nossa situação com a tribo dos ratos. Mude o jogo: faça-os verem a verdade, relembre-os as cicatrizes de guerra, relembre-os que um dia nós, lobos, marchamos ao lado deles. Traga-os para o nosso lado, e também trará os suínos juntos. Unirmos no momento é melhor do que avançar contra Holmstheim de uma única vez.

Zaraht… tinha escolha?

Quest Média
Maior do Que Todos Nós

Descrição: O chamado de Vox age para fazer com que Zaraht se posicione ao lado de sua tribo no momento. Com uma torrente infindável de informações históricas e extremamente preciosas, é como se o líder lupino tivesse imbuído sua própria vontade e saberes como uma espécie de pagamento adiantado para o hemomante que, dada a situação atual, talvez não veja um recuo como a melhor maneira de sair da situação. Sem muitas optativas, o pedido é que, durante a próxima Lua Cheia, Zaraht consiga alguma maneira de intermediar aquelas verdades obtidas e fazê-las agirem como um argumento preciso de que, em meio a esse tabuleiro, licans de todas as raças são apenas mais peças no xadrez entre hematófagos extremamente experientes e ancestrais. Quem deve ser convencido? A guilda dos homem-ratos, uma vez que, tendo sucesso nesse ato, os suínos também se verão dobrados ao mesmo caminho.
Recompensas: 100 de XP — Baú Médio  — Ouro a ser definido na conclusão — Conhecimentos Aprofundados.

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Sex Set 04, 2020 9:58 pm

A bsorver as memórias do líder-lican e viajar pra um momento tão impactante da história de Charissa fez com que o hematócio alcançasse o seu limite. Ficou claro, mesmo em meio a fadiga, as consequências de ingerir aquele sangue com capacidades mágicas tão opressoras. Seu controle do próprio corpo lhe enfraqueceu, ainda que a situação exigisse isso dele. Ele não tinha escolha. Aliás, ele não tinha outra escolha, uma vez que a sua foi feita desde o momento em que escolheu ajudar Sheridan, dias atrás.

Sangue é vidas, e agora o sangue dos lobos o chama

Diante da convocação, Zaraht não hesitou. Mesmo em seu pior estado desde o primeiro encontro com os licans, mostrou-se pronto para a tarefa que lhe foi designada. Tanto por escolha, quanto por curiosidade própria. O hematócio estava preenchido por ambição. Além das memórias e das experiências que vivenciou no sangue do líder-lican, ele desejava mais, desejava ir além e conhecer os poderes por traz dos aristocratas. Os únicos que foram capazes de subjulgar até mesmo uma linhagem sanguínea tão poderosa quanto a dos lobos. Quais os segredos da hemomancia que eles conheciam?

Perguntas que ficaram no silêncio de seus pensamentos mais ocultos. Havia urgência em deixar aquela reunião e recuperar sua estabilidade e integridade física. As formalidade ficaram para traz então, junto de um bando de licantropos alvoroçados e confusos com toda a história. A maioria deles avançou, cobrando explicações e até um posicionamento mais inflexível da parte de Vox Tempestas. Outros, discutiam entre si a tão sonhada oportunidade de usar o próprio veneno contra aqueles que os torturavam a tanto tempo. Mas para o hematócio, nada naquelas discussões lhe importava. Toda informação que ele precisava já circulava em seu sangue, ainda que com dificuldade devida a influência dos poderes de Vox.

— Ng-hh... grr! — o hematócio mal conseguia caminhar direito, seu corpo ainda tinha dificuldade em responder aos seus comandos.

— Ei, vai devagar aí! — então a voz que, nos últimos dias tem sido o seu elemento surpresa, chamou por sua atenção mais uma vez. Era Sheridan, o jovem lobo. Veio o mais rápido que pode assim que viu o rastro de sangue tingindo a neve no caminho para a saída das ruínas. A distância entre os dois não o suficiente para impedir o lican de segurar o hematócio a tempo antes que esse caísse na neve mais uma vez. Sheridan passou o braço do colega hemomante por cima do pescoço e então se inclinou de leve, amenizando o peso do corpo de seu amigo e ajudando-o a caminhar com mais facilidade. O vento frio uivou mais uma vez, acompanhando os lobos que gritavam alvoroçados lá atrás. Ainda que do lado de fora das ruínas, somente as árvores maltratadas pela mudança mágica no cenário esforçavam-se para derramar suas folhas na neve espessa.

— V-Você não faz... ideia.. do poder que o sangue de vocês tem... — Zaraht nunca foi do tipo sentimental. Aquele comentário foi mais como uma descoberta que ele precisava compartilhar.

— Pensei que ficava mais forte bebendo sangue, qual foi? — para o jovem lobo, as consequências de um sangue com características abjurativas ainda não eram tão claras.

— O sangue dele.. é como um veneno pra minha raça. — Zaraht esforçou-se para não ignorar. Respondeu em poucas palavras e depois voltou a armazenar toda força que tinha em função de se recuperar do sangue digerido.

Uma pena que os dois não teriam tempo suficiente pra mais explicações. Notaram, não muito longe dali, uma movimentação estranha entre as árvores que desta vez faziam o mesmo papel das pilastras; decoravam o caminho sinuoso da entrada das ruínas. A sombra da criatura esguia e com bigodes claramente chamativos, capturou atenção dos dois companheiros que imediatamente repararam nas pegadas deixadas na neve confirmando as suspeitas; um espião. Os olhos de Zaraht vibraram, ascendendo a sua tonalidade âmbar como próprio fogo queimando alguma coisa. Sheridan fez menção de se transformar e entrar em perseguição, mas ficou perdido quando percebeu que se o fizesse, deixaria o amigo para traz caído no chão. Ele hesitou. Zaraht não.

De um súbito, tamanha onda de poder invadiu o sangue do hematócio que vibrou em conjunto, forçando seus poderes além do limite. A distância entre o ponto onde os dois companheiros se encontravam e o suposto lugar onde o espião deveria estar não passava dos 8 metros de distância. E mesmo àquela distância, o hematócio viu. Ou melhor, sentiu; havia rastros de sangue naquela criatura. Foi como se a neve inteira estivesse tingida em sangue, desenhando um rastro mental da presa que o hemomante estava prestes a caçar. Seu braço esquerdo então se ergueu, girando o pulso com estranheza; quase como se tivesse quebrado alguns ossos, isso é, se tivesse algum. Mas para a medida que realizou aquele movimento, sentiu o sangue da vítima torcer. Espremeu. Logo em seguida forçou a sair.

— Arrrghh! — de repente um berro de dor.

De traz das últimas árvores e de um monte neve veio então um córrego de sangue imbuído em mana, atendendo ao chamado de seu mais novo portador e preparando-se para presenteá-lo com sua mais nova refeição. O sangue praticamente se despejou na boca de Zaraht, rendendo uma série de espasmos que forçaram Sheridan a se afastar. O jovem lican aproveitou a deixa para transformar-se e correr até o ponto de origem do sangue, onde provavelmente encontrou o inimigo já que entrou em luta corporal com ele. Uma troca de pancadaria aconteceu além daquele pequeno monte de neve e ao redor das árvores, mas para Zaraht um pouco atrás, tudo que importava era sua própria restauração. Sentiu o sangue lhe preencher de maneira gloriosa. Sentiu também um bocado de memórias e informações mesquinhas lhe preencher a mente. Era sangue de um lican-rato, provavelmente um espião enviado para descobrir os segredos daquela reunião. O fato é que, Sheridan cuidou dele, certificando-se que o bicho foi eliminado. Enquanto Zaraht, recuperou-se do mal que lhe abatia desde a reunião.

— Sangue é muito mais complexo do que você imagina, jovem lobo. — o hematócio logo venceu a distância entre ambos, fazendo seu caminho rumo à saída das ruínas.

— Ué?! Toda vez que eu como alguém, não vejo diferença no sangue nem nada. Eu to com fome, eu como. — Sheridan destransformou-se depois de eliminar o espião e então correu pra seguir o hematócio.

Considerações

  • Usei o Dado Hostil restante - pra botar o espião rato a ser derrotado
  • Post de Ligação - foi mais pra explicar o desenvolvimento da habilidade primária do Zaraht mesmo, por isso foi curto


Lvl 02 (30/100)

HP (95/155)

Mana (30/175)

ST (200/200)






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