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- Zaraht Al'damHemomancia
- Mensagens : 43
Data de inscrição : 26/08/2020
[CL] Ferver
Seg Ago 31, 2020 3:38 pm
01.
Recompensas
"Não há tesouro mais valioso do que aquele que corre em nossas veias."
Recompensa 1
10 de Ouro - Link
Recompensa 2
50 de Xp | 15 de Xp | 30 de Ouro | 1 Baú Simples - Link
Recompensa 3
15 de Xp - Link
Recompensa 4
50 de Xp | 25 de Ouro | 1 Baú Básico - Link
Recompensa 5
30 de Xp - Link
Recompensa 6
100 de Xp | 80 de Ouro | 1 Baú Mediano - Link
Recompensa 7
30 de Xp - Link
Recompensa 8
50 de Xp | 35 de Ouro | 1 Baú Básico - Link
02.
Cenário
Dissidência de Charissa
Zaraht fez seu caminho até Charissa, sob pretexto de encontrar e aprender mais com os hemomantes. Seguindo as pistas que recolheu no sangue de suas vítimas, o hematócio fez uma longa jornada desde o Placídio de Sangue, até aqui. E mesmo assim, isso não o preparou para o encontro com os Licantropos. Foi como um rio, correndo seu curso naturalmente e de repente, desaguando em um oceano. Zaraht sentiu que o sangue o levou até lá. Sentiu no sangue de cada um dos lobos, javalis e até ratos licantropos, todo o poder e toda a história que havia por traz do cenário mirabolante e sombrio de Charissa. Zaraht sentiu que ali ele aprenderia muito sobre suas próprias capacidades e mais, até sobre a existência dos hemomantes.
03.
Npc's
Personagens secundários de determinada importância na trama.
- Vox Tempesta — Líder dos Licantropos Lobos
Vox apresentou-se como o líder da guilda dos licantropos lobos. Um homem de poucas palavras, carrega até mesmo em seu semblante a postura de um líder. Seu manto em pele de lobo esbranquiçada é quase a sua marca registrada, já que ninguém o vê transformado de fato já faz alguns anos. Sabe-se que ele nutre uma grande rivalidade com as outras guildas, principalmente com os ratos. Tem uma história de romance proibido envolvendo uma hemomante. - Dens Putridus — Líder dos Licantropos Ratos
Dens revelou-se o líder dos licantropos ratos. Ele se abriga no que chama de reino subterrâneo, um grande espaço abaixo do solo do cemitério, às margens do subúrbio de Charissa. Lá, o rei se esconde com os demais ratos de sua guilda, todos carregando incontáveis deformidades em sua aparência física. O próprio Dens carrega incontáveis pústulas ácidas em seu corpo, fruto de experiências bizarras que ele vem fazendo no próprio sangue há muito tempo. Seu controle de veneno é excepcional. - Sheridan — Integrante da Guilda dos Lobos
Sheridan tornou-se um companheiro para Zaraht desde o primeiro encontro dos dois. Foi graças ao sangue de Sheridan que o hematócio envolveu-se profundamente na realidade dos licantropos e conheceu a rivalidade entre eles. Sheridan é um lobo jovem, tem grande poder adormecido em sua transformação, coisa que Zaraht já visualizou em seu sangue mais de uma vez. Sheridan ainda não sabe, mas carrega em seu sangue o poder da descendência original da maldição. No mais, o lobo jovem não passa de um homem atraente, cabelos castanhos e olhos violeta. - A Madame Hemomante — Figura Misteriosa
Criatura misteriosa que apresentou-se mais de uma vez para Zaraht através do sangue dos licantropos. Pouco se sabe a respeito dessa figura, exceto pela sua ligação íntima para com os Licantropos, e também uma possível associação dela para com os temíveis hemomantes de Charissa.
04.
Quests
Quests e Sidequests
- Quest Simples (Concluída)
Nas suas Hemácias... eu vejo...
Descrição: Como pode ser explicado? Era como uma tecelã experiente adicionando mais um novelo de lã em meio ao seu tricô realizado com maestria. Enquanto as antigas memórias ainda reconheciam Charissa pela perspectiva do hemomante, novos fios de lembranças eram adicionados com sutileza nas mãos de um verdadeiro mestre da costura — escarlates, vermelhos como o sangue daquele que havia sido recém beijado. Em meio à conexão dos fatos, Zaraht viu por além dos prazeres, além das confusões... ele mergulhou instintivamente sobre as preocupações latentes daquele licantropo, que não eram poucas. Pelo que teve acesso — ainda sendo pouco — ele pôde entender algo como guerras entre distintas guildas: ratos e lobos. De onde a coincidência nascia? Do ponto em que eles precisavam de alguém para tirar informações de um dos rivais capturados, já que não conseguiram por meio da tortura. Uma oportunidade de ouro, visto que os demais licantropos lupinos invadiram as percepções do dono de cabelos prateados como um cardápio: tantas memórias, tanto sangue, tantas... memórias irrestritas...
Recompensas: 50 de XP — Baú Básico — Ouro a ser definido na conclusão. - Quest Simples (Concluída)
Chances de Subir de Dificuldade
Furos na Teia
Descrição: Após a derrota do homem-javali, Zaraht percebeu que haviam detalhes faltando em meio à sua teia tecida com tanta delicadeza baseando-se nas últimas fontes obtidas — Sheridan e o rato assassinado — minuciosas informações ausentes que, de alguma forma, deixara-o a mercê da sorte no momento do encontro com o homem-suíno. Nas memórias do roedor torturado, contudo, era possível ver algumas ramificações de contatos que perdiam-se em um emaranhado de outros rostos e nomes, um deles em específico voltava-se de maneira interna para a guilda dos ratos: uma preocupação latente, como a que o licantropo lupino carregava dias atrás, mas de maneira diferente... um tratado, uma aliança bolada com um objetivo em comum não apenas para os roedores e suínos, mas também uma terceira guilda que, então era a origem de tudo. A verdadeira rival dos canídeos que, movendo peças do tabuleiro em movimentos sutis, fazia com que os lobisomens se desgastassem lidando com outras tribos até o momento certo chegar: uma brecha.
Recompensas: 50 de XP — Baú Básico — Ouro a ser definido na conclusão — Conhecimento Avançado sobre licantropos chari, suas guildas, tratados e rivalidades. - Quest Média (Concluída)
Maior do Que Todos Nós
Descrição: O chamado de Vox age para fazer com que Zaraht se posicione ao lado de sua tribo no momento. Com uma torrente infindável de informações históricas e extremamente preciosas, é como se o líder lupino tivesse imbuído sua própria vontade e saberes como uma espécie de pagamento adiantado para o hemomante que, dada a situação atual, talvez não veja um recuo como a melhor maneira de sair da situação. Sem muitas optativas, o pedido é que, durante a próxima Lua Cheia, Zaraht consiga alguma maneira de intermediar aquelas verdades obtidas e fazê-las agirem como um argumento preciso de que, em meio a esse tabuleiro, licans de todas as raças são apenas mais peças no xadrez entre hematófagos extremamente experientes e ancestrais. Quem deve ser convencido? A guilda dos homem-ratos, uma vez que, tendo sucesso nesse ato, os suínos também se verão dobrados ao mesmo caminho.
Recompensas: 100 de XP — Baú Médio — Ouro a ser definido na conclusão — Conhecimentos Aprofundados. - Quest Simples (Concluída)
Traição do Próprio Sangue
Descrição: É evidente que licantropos em geral são extremamente fiéis para com seus líderes e demais companheiros, respeitando o que se tem por hierarquia e hombridade dentro do seu próprio nicho. Contudo, para toda regra, sempre há uma exceção. Dada a urgência da situação, independente do possível estado debilitado de Zarath, Vox traz até ele um dos licantropos de sua alcateia para um interrogatório. O Hematócio se pergunta o porquê ser necessária sua intervenção, mas assim que seus olhos caem sobre o prisioneiro, tem seus possíveis questionamentos enfim respondidos. Quem quer que estivesse tendo encontros às escondidas com o lobo, deixou-lhe com os dedos decepados e a língua dilacerada, garantindo que o mesmo não confessasse detalhes a respeito de suas conversas e segredos. Cabe a Zarath utilizar suas habilidades pessoais para extrair informações do traidor e descobrir o que ele esconde fluindo por entre suas veias.
Recompensas: 50 de XP — Baú Básico — Ouro a ser definido na conclusão.
F I C H A
- Zaraht Al'damHemomancia
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Data de inscrição : 26/08/2020
Re: [CL] Ferver
Seg Ago 31, 2020 5:55 pm
S eus olhos cor de âmbar, ocultos em um manto de sombra e cabelos pálidos como a neblina, capturavam com facilidade a atenção dos muitos rostos transeuntes. Olhos como aqueles; numa tonalidade tão profunda e vívida, mais pareciam deter o próprio fogo em sua essência. Havia algo de muito peculiar ali. Alguns diriam até hipnotizador. Singular? Senão, é claro, pela variedade de criaturas que povoavam Charissa.
Zaraht estava longe de ser algo nunca antes visto por ali. E ainda assim, capturava atenção.
O caminho tortuoso e repleto de anomalias geográficas guiou o até então desconhecido em trapos de vermelho-sangue para dentro da Cidadela principal. Charissa era colossal. Muitas estruturas adjacentes se anexavam de maneira singular e até misteriosa ao que, numa primeira impressão, parecia ser uma única grande cidade. No entanto, para a medida que seus passos ganhavam a entrada da cidadela, era possível entender que havia algo de muito maior acontecendo ali. Uma deformidade absurda no fluxo de mana, em diversos pontos, em diferentes intensidades. Seu corpo podia sentir. O sangue em si reagia de maneira nostálgica, num possível reflexo de muitas memórias. Humanos que, outrora, residiram aqui. Alguns vestígios de sabor também formigavam em sua boca, forçando lembranças desconhecidas a respeito do que já foi provado e vivido aqui. Prazer. Luxúria. Desejo. Sensações que permeavam um conjunto de reações acontecendo em simultâneo e correndo em suas veias.
Sniff, sniff...
De repente, uma sequência de fungadas
— Ei, estranho! — seguido de uma voz interrompendo seu caminho — Que cheiro é esse em você? E-Eu nunca senti um igual..
O obstáculo então se aproximou, revelando-se um homem de expressão curiosa e até invasiva demais. Seus olhos violeta ansiavam por uma resposta quanto à verdadeira identidade questionada. Zaraht, no auge do cansaço de sua viagem, mal podia colocar-se ereto. Por traz de toda calmaria e de uma expressão deveras enigmática; ele escondia um ser cansado e além do limite. Um ser que precisava, quase que desesperadamente, alimentar-se. E a sede, praticamente selvagem, agredia com violência os seus sentidos forçando o hematócio além dos seus limites. No entanto, por traz daquele instinto terrível, havia um ser racional. Tão somente por isso que ele se tornou capaz de chegar até aqui. Tão somente por isso ele não atacou aquele homem.
— Hm... — suspirou — Eu esperava ser melhor recebido aqui, afinal, estamos em Charissa, não? — dono de uma voz estranhamente encantadora e rouca, Zaraht devolveu o questionamento com tranquilidade, rendendo surpresa no homem que lhe interrompera. O dono dos olhos violeta recuou um pouco, como que desarmado, e então franziu o cenho, desapontado com a resposta que recebeu.
— Qual é! — cruzou os braços e avançou de novo, irredutível — Eu sou um Lycantropo! Esse é meu lance, entende? Eu conheço o cheiro de um monte de raça, mas a sua eu nunca senti antes.
— Um Lycantropo jovem, acredito eu. — Zaraht fez menção de levantar o braço direito para afastar o homem de si, mas não foi preciso. Suas palavras foram ainda mais eficazes.
— Grrrrr, todos vocês falam isso. Que saco! — e se afastou de novo enquanto resmungava.
De fato, sua postura denunciava um Lycantropo jovem. Difícil dizer se nasceu assim ou foi transformado em um recentemente. Zaraht não provou o sangue deles o suficiente para saber como funcionava o processo de transformação nem de amadurecimento deles. Mas pelo pouco que lembrava, sentiu sua boca formigar na oportunidade de fortalecer-se com sangue jovem e poderoso como aquele. Tanto que não demorou para, em seus pensamentos, arquitetar um jeito de convencer ou seduzir o Lycantropo antes de atacá-lo de fato. Racionalidade acima do instinto.
— Já que faz tanta questão, eu posso ajudá-lo a conhecer melhor minha raça. Venha, aproxime-se. — e por traz daquelas palavras cheias de encanto, o hematócio escondia a preparação de seu truque.
— Eita, você até que foi mais fácil de convencer do que os outros. — ele parou de resmungar e então se aproximou, abaixando-se pra ficar frente a frente com o rosto de Zaraht.
Estranhamente os dois se aproximaram, e aproveitando-se do receio e despreparo de sua presa, Zaraht avançou sobre ele desferindo-lhe um beijo. Tudo aconteceu lentamente, ainda que para o Lycantropo pego de surpresa, um misto de sensações encobriu seu julgamento da situação. Os cabelos pálidos e longos do hematócio pendiam sob as mãos quase esqueléticas que ele usava para segurar o rosto do Lycantropo. E mesmo com tantas características denunciando o perigo por traz daquilo, o jovem só conseguia prestar atenção naqueles olhos e naquele beijo. Ele sequer notou quando, de leve, o hematócio mordeu-lhe o lábio inferior, tirando um filete de sangue que dançou na língua dos dois entre o beijo. Aliás, beijo este que foi correspondido, pelo menos num primeiro momento.
— P-Porra! — o jovem demorou, mas recobrou os sentidos, livrando-se do beijo e afastando Zaraht de si — Que que foi isso?! — e ainda incrédulo, tentou limpar o sangue que lhe escorria da boca.
Mas já era tarde
— Você não desejava saber o que eu sou? — cheio de escárnio em sua resposta, o hematócio saboreava cada palavra para a medida que o sangue em sua boca era digerido — Agora você tem sua resposta...
O Lycantropo sentiu seu corpo formigar de um jeito estranho. Algo dentro dele estava sendo violado sem ele saber, algo muito além do moral ao ter seu beijo roubado. Algo mais profundo. Algo em seu sangue. E, a julgar pela protuberância crescendo deliberadamente dentro das calças; algo em sua virilidade também. Aquilo estava muito além do prazer com que Zaraht degustava o sangue do Lycantropo na boca. A manipulação de sangue garantiu que o jovem sofresse uma leve taquicardia, enquanto seu pênis acometido de uma forte ereção devido ao bombeamento de sangue anormal; garantiu o que qualquer um com o mínimo conhecimento dos boatos, precisava saber.
— Um Hemomante! — esbravejou o jovem, recuando mais dois passos e revelando uma expressão de terror.
Aos poucos o sangue digerido foi se transformando em benefícios físicos para o hematócio. Sua postura ganhou uma nova forma, capaz de manter-se ereto e sustentar os seus quase 2 metros de altura antes ocultos numa corcunda decrépita. Seus cabelos pálidos ganharam uma tonalidade loira, vívida como o âmbar de seus olhos. A capa vermelha e imensa que vestia, agora vibrava como se fizesse parte de algum encantamento ou magia própria; quando na verdade, era parte de seu próprio corpo, feita em sangue puro.
Restabelecido então, no auge de sua forma, o hemomante sorriu por traz daquela máscara de escuridão que trajava no lugar do rosto. O Lycantropo sequer esperou para ver qualquer outra reação, simplesmente deixou o lugar o mais rápido que pode, provavelmente temendo pelo mal que podia lhe acontecer uma vez cedido o sangue para um hemomante. No entanto, em seu lugar, memórias e pedaços de conhecimento aleatórios do Lycantropo começaram a chegar, correndo nas veias de Zaraht que saboreava cada segundo daquela apropriação.
Zaraht estava longe de ser algo nunca antes visto por ali. E ainda assim, capturava atenção.
O caminho tortuoso e repleto de anomalias geográficas guiou o até então desconhecido em trapos de vermelho-sangue para dentro da Cidadela principal. Charissa era colossal. Muitas estruturas adjacentes se anexavam de maneira singular e até misteriosa ao que, numa primeira impressão, parecia ser uma única grande cidade. No entanto, para a medida que seus passos ganhavam a entrada da cidadela, era possível entender que havia algo de muito maior acontecendo ali. Uma deformidade absurda no fluxo de mana, em diversos pontos, em diferentes intensidades. Seu corpo podia sentir. O sangue em si reagia de maneira nostálgica, num possível reflexo de muitas memórias. Humanos que, outrora, residiram aqui. Alguns vestígios de sabor também formigavam em sua boca, forçando lembranças desconhecidas a respeito do que já foi provado e vivido aqui. Prazer. Luxúria. Desejo. Sensações que permeavam um conjunto de reações acontecendo em simultâneo e correndo em suas veias.
Sniff, sniff...
De repente, uma sequência de fungadas
— Ei, estranho! — seguido de uma voz interrompendo seu caminho — Que cheiro é esse em você? E-Eu nunca senti um igual..
O obstáculo então se aproximou, revelando-se um homem de expressão curiosa e até invasiva demais. Seus olhos violeta ansiavam por uma resposta quanto à verdadeira identidade questionada. Zaraht, no auge do cansaço de sua viagem, mal podia colocar-se ereto. Por traz de toda calmaria e de uma expressão deveras enigmática; ele escondia um ser cansado e além do limite. Um ser que precisava, quase que desesperadamente, alimentar-se. E a sede, praticamente selvagem, agredia com violência os seus sentidos forçando o hematócio além dos seus limites. No entanto, por traz daquele instinto terrível, havia um ser racional. Tão somente por isso que ele se tornou capaz de chegar até aqui. Tão somente por isso ele não atacou aquele homem.
— Hm... — suspirou — Eu esperava ser melhor recebido aqui, afinal, estamos em Charissa, não? — dono de uma voz estranhamente encantadora e rouca, Zaraht devolveu o questionamento com tranquilidade, rendendo surpresa no homem que lhe interrompera. O dono dos olhos violeta recuou um pouco, como que desarmado, e então franziu o cenho, desapontado com a resposta que recebeu.
— Qual é! — cruzou os braços e avançou de novo, irredutível — Eu sou um Lycantropo! Esse é meu lance, entende? Eu conheço o cheiro de um monte de raça, mas a sua eu nunca senti antes.
— Um Lycantropo jovem, acredito eu. — Zaraht fez menção de levantar o braço direito para afastar o homem de si, mas não foi preciso. Suas palavras foram ainda mais eficazes.
— Grrrrr, todos vocês falam isso. Que saco! — e se afastou de novo enquanto resmungava.
De fato, sua postura denunciava um Lycantropo jovem. Difícil dizer se nasceu assim ou foi transformado em um recentemente. Zaraht não provou o sangue deles o suficiente para saber como funcionava o processo de transformação nem de amadurecimento deles. Mas pelo pouco que lembrava, sentiu sua boca formigar na oportunidade de fortalecer-se com sangue jovem e poderoso como aquele. Tanto que não demorou para, em seus pensamentos, arquitetar um jeito de convencer ou seduzir o Lycantropo antes de atacá-lo de fato. Racionalidade acima do instinto.
— Já que faz tanta questão, eu posso ajudá-lo a conhecer melhor minha raça. Venha, aproxime-se. — e por traz daquelas palavras cheias de encanto, o hematócio escondia a preparação de seu truque.
— Eita, você até que foi mais fácil de convencer do que os outros. — ele parou de resmungar e então se aproximou, abaixando-se pra ficar frente a frente com o rosto de Zaraht.
Estranhamente os dois se aproximaram, e aproveitando-se do receio e despreparo de sua presa, Zaraht avançou sobre ele desferindo-lhe um beijo. Tudo aconteceu lentamente, ainda que para o Lycantropo pego de surpresa, um misto de sensações encobriu seu julgamento da situação. Os cabelos pálidos e longos do hematócio pendiam sob as mãos quase esqueléticas que ele usava para segurar o rosto do Lycantropo. E mesmo com tantas características denunciando o perigo por traz daquilo, o jovem só conseguia prestar atenção naqueles olhos e naquele beijo. Ele sequer notou quando, de leve, o hematócio mordeu-lhe o lábio inferior, tirando um filete de sangue que dançou na língua dos dois entre o beijo. Aliás, beijo este que foi correspondido, pelo menos num primeiro momento.
— P-Porra! — o jovem demorou, mas recobrou os sentidos, livrando-se do beijo e afastando Zaraht de si — Que que foi isso?! — e ainda incrédulo, tentou limpar o sangue que lhe escorria da boca.
Mas já era tarde
— Você não desejava saber o que eu sou? — cheio de escárnio em sua resposta, o hematócio saboreava cada palavra para a medida que o sangue em sua boca era digerido — Agora você tem sua resposta...
O Lycantropo sentiu seu corpo formigar de um jeito estranho. Algo dentro dele estava sendo violado sem ele saber, algo muito além do moral ao ter seu beijo roubado. Algo mais profundo. Algo em seu sangue. E, a julgar pela protuberância crescendo deliberadamente dentro das calças; algo em sua virilidade também. Aquilo estava muito além do prazer com que Zaraht degustava o sangue do Lycantropo na boca. A manipulação de sangue garantiu que o jovem sofresse uma leve taquicardia, enquanto seu pênis acometido de uma forte ereção devido ao bombeamento de sangue anormal; garantiu o que qualquer um com o mínimo conhecimento dos boatos, precisava saber.
— Um Hemomante! — esbravejou o jovem, recuando mais dois passos e revelando uma expressão de terror.
Aos poucos o sangue digerido foi se transformando em benefícios físicos para o hematócio. Sua postura ganhou uma nova forma, capaz de manter-se ereto e sustentar os seus quase 2 metros de altura antes ocultos numa corcunda decrépita. Seus cabelos pálidos ganharam uma tonalidade loira, vívida como o âmbar de seus olhos. A capa vermelha e imensa que vestia, agora vibrava como se fizesse parte de algum encantamento ou magia própria; quando na verdade, era parte de seu próprio corpo, feita em sangue puro.
Restabelecido então, no auge de sua forma, o hemomante sorriu por traz daquela máscara de escuridão que trajava no lugar do rosto. O Lycantropo sequer esperou para ver qualquer outra reação, simplesmente deixou o lugar o mais rápido que pode, provavelmente temendo pelo mal que podia lhe acontecer uma vez cedido o sangue para um hemomante. No entanto, em seu lugar, memórias e pedaços de conhecimento aleatórios do Lycantropo começaram a chegar, correndo nas veias de Zaraht que saboreava cada segundo daquela apropriação.
- Considerações:
- Introdução - Eu resolvi fazer uma introdução mais interpretativa. Julgando o trajeto dele desde o Placídio de Sangue até Charissa. Basicamente ele chegou só o pó da rabiola, mas tomou sanguinho e se revigorou, então vou apresentar ele nos seus 100% a partir daqui ok?
- Perícia da raça utilizada - tomei a liberdade de usar a perícia da raça pra justificar ele se revigorando ao tomar sangue, e com isso puxar informações do sangue Lycantropo junto, já que um dos prêmios do meu dado foi isso, coleta de informações. Então eu queria meio que mesclar isso das informações junto com a ideia de uma missão, e solicitar que a pessoa que avaliar faça uma missão relacionada aos Lycantropos mesmo. Quero aproveitar pra construir um background pra eles aqui em Charissa, é isto, bjs.
- Lançamento dos Dados - Aqui
- Introdução - Eu resolvi fazer uma introdução mais interpretativa. Julgando o trajeto dele desde o Placídio de Sangue até Charissa. Basicamente ele chegou só o pó da rabiola, mas tomou sanguinho e se revigorou, então vou apresentar ele nos seus 100% a partir daqui ok?
Lvl 01 (00/100)
HP (155/155)
Mana (175/175)
ST (200/200)
HP (155/155)
Mana (175/175)
ST (200/200)
Leoster, Emme e Tzo gostam desta mensagem
Re: [CL] Ferver
Seg Ago 31, 2020 9:45 pm
Nível Simples
Quest: Nas suas Hemácias... eu vejo...
Descrição: Como pode ser explicado? Era como uma tecelã experiente adicionando mais um novelo de lã em meio ao seu tricô realizado com maestria. Enquanto as antigas memórias ainda reconheciam Charissa pela perspectiva do hemomante, novos fios de lembranças eram adicionados com sutileza nas mãos de um verdadeiro mestre da costura — escarlates, vermelhos como o sangue daquele que havia sido recém beijado. Em meio à conexão dos fatos, Zaraht viu por além dos prazeres, além das confusões... ele mergulhou instintivamente sobre as preocupações latentes daquele licantropo, que não eram poucas. Pelo que teve acesso — ainda sendo pouco — ele pôde entender algo como guerras entre distintas guildas: ratos e lobos. De onde a coincidência nascia? Do ponto em que eles precisavam de alguém para tirar informações de um dos rivais capturados, já que não conseguiram por meio da tortura. Uma oportunidade de ouro, visto que os demais licantropos lupinos invadiram as percepções do dono de cabelos prateados como um cardápio: tantas memórias, tanto sangue, tantas... memórias irrestritas...
Recompensas: 50 de XP — Baú Básico — Ouro a ser definido na conclusão.
- Considere a informação como a absorvida de agora que a induzirá para a missão: o sangue foi roubado, memórias frescas como pão saindo do forno vieram...;
- No meio da atracação você obteve 10 de Gold do dado.
Leoster, Emme e Tzo gostam desta mensagem
- Zaraht Al'damHemomancia
- Mensagens : 43
Data de inscrição : 26/08/2020
Re: [CL] Ferver
Ter Set 01, 2020 4:44 pm
E m seu sangue; o estímulo. Como um quebra-cabeça ganhando sentido para a medida que as peças se encaixam, as memórias do jovem licantropo invadiram os pensamentos de Zaraht. Um cenário de guerra e rivalidade entre raças foi se apresentando, tal como peças de um tabuleiro. De um lado um sangue forte e instintivo. Seu sabor trouxe muito conhecimento acerca da guilda de lobos, incluindo onde costumavam se reunir e também sobre suas desavenças com um inimigo específico. Enquanto, do outro lado, um sabor distinto. Alguns diriam até sujo. Sangue de licantropo rato, o inimigo cuja tamanha rivalidade é fomentada.
— Hmmmmm.. — espasmos tomavam a voz do hematócio — Tanto poder...
Zaraht mal podia conter sua ambição. Seus pensamentos absorveram toda informação possível advinda do sangue ingerido, ainda que boa parte deles permeassem o desejo de querer mais. Tamanho poder revigorante percorreu as veias do hematócio que ele mal pode conter seu prazer. Contorceu-se por mais algum tempo, rendendo cenas curiosas para aqueles que passavam à caminho da cidadela. Senão fosse pela fama dos habitantes de Charissa, certamente que teria arrumado problemas ao ser abordado por alguém. Mas não aqui. Não entre os dissidentes. Aqui, sua deformidade era contemplada.
Como um Chari, ele era mais do que bem vindo.
E já que estamos falando de boas vindas, pode-se dizer que o hematócio levou isso bem ao pé da letra. Servido de sua entrada, considerou extrema grosseria recusar o restante dos pratos e deixar a comemoração antes de uma gorda sobremesa. Que tipo de convidado faz isso? Ainda mais depois de tamanha cortesia. Agradecimentos à Sheridan — jovem licantropo dos olhos violeta, grande anfitrião da festa e também cartão postal. Estava decidido então, Zaraht recompôs-se, aprumando sua capa em vermelho-sangue do mais vívido possível. Ajeitou os cabelos platinados pendendo atrás da orelha, tirou de algum lugar oculto em suas vestes aquele cajado carmesim, usando-o como bengala de apoio, e então ganhou em passos elegantes o que faria seu caminho até o ponto de encontro.
Uma vez ultrapassado o centro da cidadela, seu caminho o levou até um acesso representado por uma ponte-escada. Deformada pelo fluxo de mana, sua estrutura se quebrava em pedaços com facilidade após o uso, reconstruindo-se automaticamente em nova forma e decoração sempre que isso acontecia. Impossível dizer quantos passaram por ali, ou em quantas vezes a ponte já se transformou. Desta vez, Zaraht contemplou uma estrutura recheada de características rochosas e desérticas. Areia em abundância, ar quente e piso em rachaduras. Mais parecia um portal para algum lugar deserto, isso em plena cidadela.
A ponte o levou diretamente para uma construção antiga, muito provavelmente derivada da mesma funcionalidade da ponte. Quantas vezes foi atacada e reconstruída magicamente? Perguntas que permeavam aquelas paredes num misto de ruínas antigas e decoração Chari moderna. Pilastras incompletas no que deveriam simbolizar pares, recebiam os convidados em um breve caminho sinuoso. Suas curvas acompanhavam muretas de ruínas antigas e, intercalando entre as pilastras, haviam archotes acesos e marcas de garras acima das chamas. Dado os vislumbres do que Zaraht viu em sangue, essas marcas brilhavam sob as chamas em noites de lua-cheia, onde o poder dos licantropos desbravava os limites conhecidos.
E por falar em licantropos, dois deles espreitavam nas sombras a aproximação vagarosa e elegante do hematócio. Não que ele soubesse, é claro. Mas bastou aproximar-se um pouco mais da entrada das ruínas para ser surpreendido por seus admiradores secretos.
— Mais devagar aí, sangue ruim. — esbravejou o primeiro, saltando a frente da última pilastra antes da porta.
Homem alto, robusto, vestia roupas estranhamente apertadas demais para o seu porte. O roupão de couro que trajava chamou atenção pelas mangas rasgadas que presenteavam conforto aos braços musculosos do licantropo. Dono de cabelos castanhos longos e uma expressão carrancuda, este parecia ser um dos caçadores da guilda. Andava cheio de postura e autoestima, pisando firme como se tivesse que provar ao mundo sua virilidade em troca de um pouco de respeito.
— Sangue ruim? — o hematócio parou, inclinando a cabeça em desgosto — É por este nome que vocês conhecem minha raça? — as palavras não saíram em tom amigável.
— Estamos em Charissa, meu chapa! Por aqui já passou de tudo um pouco e você não é novidade, tsc. — o segundo licantropo então deu as caras, esse mais desinibido e requebrando os quadris. Tinha bastante molejo, um batedor talvez? Andou cerca de uns 3 passos à direita do companheiro de guilda, e ambos interromperam a trilha até a entrada das ruínas.
— E ainda assim, Sheridan me convidou...um sangue ruim.. — o espaçamento na maneira de falar do hematócio transmitiu uma sensação misteriosa e ameaçadora. Seu cajado pareceu vibrar por um instante, ainda que aos olhos de todos ali presentes; ele estivesse enrigecido. De repente o clima pesou, fez parecer que no cair da noite uma batalha brutal seria travada ali mesmo na entrada das ruínas. Senão fosse é claro pela intervenção daquele primeiro; o possível caçador.
— Hemomantes não são bem vindos aqui, este é seu último aviso! — seu tom de voz se alterou, assumindo o porte de uma ameaça.
— Cachorros tolos! Façam um favor a si e me escutem! — Zaraht bateu seu cajado no chão, capturando atenção e o silêncio dos licantropos. Seu cajado vibrou uma segunda vez, revelando sua manipulação de sangue, coisa que mais uma vez os deixou ameaçados — Em seu sangue eu vi. Problemas com os ratos, estou certo? — continuou, amenizando o clima de tensão.
— Então foram eles que te mandaram aqui, praga de sangue?! — o desinibido falou, fazendo menção de usar as presas pra atacar.
— Muito pelo contrário. Eu já disse, Sheridan foi o meu convite. E eu só decidi aceitar e oferecer minha ajuda em agradecimento. — desta vez as palavras cativaram os lobos.
Dali em diante, Zaraht deixou suas intenções malignas de lado e assumiu o papel de convidado. Os licantropos baixaram a guarda e, cativados pelas possíveis capacidades do hemomante, convidaram-no a entrar nas ruínas onde discutiram noite a dentro a respeito de muitas coisas. A primeira delas; que diabos foi aquilo com Sheridan, o novato? Mas Zaraht poupou-se de responder, deixando-os em lágrimas de curiosidade. Em segundo; discutiram a respeito de como o hemomante conseguiu tanta informação sobre eles com só um pouco de sangue? E desta vez, o hematócio não poupou palavras. Falou um pouco mais sobre sua raça, sobre sua origem, e também um pouco — nada além do necessário — sobre suas capacidades. Por sinal, capacidades essas que encantaram os lobos com uma ideia que resolveria de uma vez por todas os seus problemas.
Ficou combinado então que aceitariam a ajuda do hemomante, uma vez que ele desse seu preço. Mas Zaraht garantiu que estava fazendo tudo aquilo em agradecimento ao jovem licantropo por ceder-lhe o seu sangue, ainda que fizesse menção de exigir uma única recompensa possível depois do serviço feito.
No ápice da madrugada, uma pequena tropa de licantropos retornou de mais uma caçada. Traziam consigo um prisioneiro; um licantropo rato, ainda que em seus rostos os companheiros lupinos não estampavam muita esperança de arrancar qualquer informação desse prisioneiro. Portanto, levaram-no as celas que mantinham no interior das ruínas e então chamaram pelo hemomante, colocando-os somente os dois no mesmo espaço. O licantropo rato estava amarrado, completamente ensanguentado e repleto de feridas. Tomou uma bela surra, a julgar por alguns ossos expostos além das feridas. Tudo aquilo parecia mais um banquete oferecido ao monstro.
— Ah! Até que enfim o meu banquete! — com as mãos erguidas, Zaraht fez menção de alcançar o rato mesmo naquela distância de cerca de 2 metros. O rato cuspiu, grunhiu, se sacudiu, fez tudo de pra se livrar da presença do hemomante, ainda que não soubesse de fato o que ele é. Os licantropos revelaram que, em muitas das tentativas de extrair informações, perceberam que os ratos tinham uma tática pra cometer suicídio e então impedir que fossem torturados por mais tempo. Tática essa que o prisioneiro já estava prestes a usar, isso é claro, se não estivesse diante de quem estava.
Antes de tentar qualquer coisa, o rato sentiu de repente uma pontada. Em seguida um calor. Seu sangue vibrou como se alguém o estivesse chacoalhando por dentro, e aquilo fez brotar o terror em seus olhos. O bicho tentou gritar, tentou amaldiçoar Zaraht ao reconhecer nele a magia que tantos temem, mas já era tarde demais. As mãos do hematócio deslizaram no ar, num movimento circular, forçando o sangue a borbulhar levemente nas feridas do licantropo e então saltar para fora. As gordas porções de sangue, agora imbuídas de magia, acumulavam-se no ar, formando pequenos córregos que vinham direto até Zaraht. Sua capa vermelho-sangue vibrou uma vez mais, como que ansiando por mais uma corrente de informações, ao passo que o sangue era saboreado em uma grande bocada pelo hemomante.
O processo se repetiu cerca de mais duas vezes, até que o rato estivesse inteiramente seco e morto antes do amanhecer.
— Obrigado pela refeição — as palavras deslizaram da boca do hemomante junto a gotículas de sangue que saltaram no chão. A esta altura os licantropos observavam horrorizados do lado de fora da cela, entre eles um Sheridan apavorado, temendo que acontecesse o mesmo com ele caso ele tivesse confrontado Zaraht outrora.
Os questionamentos ficaram pra outra hora. Como prometido, em seguida o hemomante deixou a cela e passou um bom tempo em reunião com os licantropos lobos para revelar-lhes tudo sobre os ratos. Desde as táticas de caça e hierarquia, até onde se reuniam e quais planos tinham em mente para afrontar os lobos. Tudo foi muito bem aproveitado pelos líderes da guilda, que imediatamente mudaram as estratégias e começaram os ataques. Todo o confronto durou cerca de 4 dias, e durante esse período, Zaraht permaneceu como convidado dos licantropos lobos até que toda informação que lhes foi cedida, de fato fosse aproveitada e confirmada. E ao término do quarto dia, o próprio líder da guilda agradeceu ao hemomante por sua ajuda, implorando pra que ele desse o seu preço.
Zaraht foi específico;
— Entreguem-me sangue. — e as suas palavras pesaram mais do que lâminas em cada um naquelas ruínas.
Depois do que viram com o prisioneiro, nenhum licantropo queria estar nas mãos de um hemomante assim. Nenhum, exceto Sheridan, o novato.
— Pode beber o meu. — assim que tomou a frente, todos os demais olharam pra ele incrédulos — Cê ajudou minha guilda, então nada mais justo que eu agradecer também. Mas sem o lance do beijo! — esbravejou.
— Assim seja, licantropo jovem. — e com um movimento rápido das unhas endurecidas em sangue, Zaraht realizou um corte superficial no antebraço do licantropo. Nada grave, mas o suficiente para que o sangue escorresse e então permitisse ao hemomante lamber e se deleitar com o líquido escarlate. A cena não durou muito, apenas o suficiente para que o hematócio deixasse o lugar satisfeito com o que aprendeu. O suficiente para que os licantropos se vissem livres daquela aparição sinistra e maldita.
— Hmmmmm.. — espasmos tomavam a voz do hematócio — Tanto poder...
Zaraht mal podia conter sua ambição. Seus pensamentos absorveram toda informação possível advinda do sangue ingerido, ainda que boa parte deles permeassem o desejo de querer mais. Tamanho poder revigorante percorreu as veias do hematócio que ele mal pode conter seu prazer. Contorceu-se por mais algum tempo, rendendo cenas curiosas para aqueles que passavam à caminho da cidadela. Senão fosse pela fama dos habitantes de Charissa, certamente que teria arrumado problemas ao ser abordado por alguém. Mas não aqui. Não entre os dissidentes. Aqui, sua deformidade era contemplada.
Como um Chari, ele era mais do que bem vindo.
E já que estamos falando de boas vindas, pode-se dizer que o hematócio levou isso bem ao pé da letra. Servido de sua entrada, considerou extrema grosseria recusar o restante dos pratos e deixar a comemoração antes de uma gorda sobremesa. Que tipo de convidado faz isso? Ainda mais depois de tamanha cortesia. Agradecimentos à Sheridan — jovem licantropo dos olhos violeta, grande anfitrião da festa e também cartão postal. Estava decidido então, Zaraht recompôs-se, aprumando sua capa em vermelho-sangue do mais vívido possível. Ajeitou os cabelos platinados pendendo atrás da orelha, tirou de algum lugar oculto em suas vestes aquele cajado carmesim, usando-o como bengala de apoio, e então ganhou em passos elegantes o que faria seu caminho até o ponto de encontro.
Uma vez ultrapassado o centro da cidadela, seu caminho o levou até um acesso representado por uma ponte-escada. Deformada pelo fluxo de mana, sua estrutura se quebrava em pedaços com facilidade após o uso, reconstruindo-se automaticamente em nova forma e decoração sempre que isso acontecia. Impossível dizer quantos passaram por ali, ou em quantas vezes a ponte já se transformou. Desta vez, Zaraht contemplou uma estrutura recheada de características rochosas e desérticas. Areia em abundância, ar quente e piso em rachaduras. Mais parecia um portal para algum lugar deserto, isso em plena cidadela.
A ponte o levou diretamente para uma construção antiga, muito provavelmente derivada da mesma funcionalidade da ponte. Quantas vezes foi atacada e reconstruída magicamente? Perguntas que permeavam aquelas paredes num misto de ruínas antigas e decoração Chari moderna. Pilastras incompletas no que deveriam simbolizar pares, recebiam os convidados em um breve caminho sinuoso. Suas curvas acompanhavam muretas de ruínas antigas e, intercalando entre as pilastras, haviam archotes acesos e marcas de garras acima das chamas. Dado os vislumbres do que Zaraht viu em sangue, essas marcas brilhavam sob as chamas em noites de lua-cheia, onde o poder dos licantropos desbravava os limites conhecidos.
E por falar em licantropos, dois deles espreitavam nas sombras a aproximação vagarosa e elegante do hematócio. Não que ele soubesse, é claro. Mas bastou aproximar-se um pouco mais da entrada das ruínas para ser surpreendido por seus admiradores secretos.
— Mais devagar aí, sangue ruim. — esbravejou o primeiro, saltando a frente da última pilastra antes da porta.
Homem alto, robusto, vestia roupas estranhamente apertadas demais para o seu porte. O roupão de couro que trajava chamou atenção pelas mangas rasgadas que presenteavam conforto aos braços musculosos do licantropo. Dono de cabelos castanhos longos e uma expressão carrancuda, este parecia ser um dos caçadores da guilda. Andava cheio de postura e autoestima, pisando firme como se tivesse que provar ao mundo sua virilidade em troca de um pouco de respeito.
— Sangue ruim? — o hematócio parou, inclinando a cabeça em desgosto — É por este nome que vocês conhecem minha raça? — as palavras não saíram em tom amigável.
— Estamos em Charissa, meu chapa! Por aqui já passou de tudo um pouco e você não é novidade, tsc. — o segundo licantropo então deu as caras, esse mais desinibido e requebrando os quadris. Tinha bastante molejo, um batedor talvez? Andou cerca de uns 3 passos à direita do companheiro de guilda, e ambos interromperam a trilha até a entrada das ruínas.
— E ainda assim, Sheridan me convidou...um sangue ruim.. — o espaçamento na maneira de falar do hematócio transmitiu uma sensação misteriosa e ameaçadora. Seu cajado pareceu vibrar por um instante, ainda que aos olhos de todos ali presentes; ele estivesse enrigecido. De repente o clima pesou, fez parecer que no cair da noite uma batalha brutal seria travada ali mesmo na entrada das ruínas. Senão fosse é claro pela intervenção daquele primeiro; o possível caçador.
— Hemomantes não são bem vindos aqui, este é seu último aviso! — seu tom de voz se alterou, assumindo o porte de uma ameaça.
— Cachorros tolos! Façam um favor a si e me escutem! — Zaraht bateu seu cajado no chão, capturando atenção e o silêncio dos licantropos. Seu cajado vibrou uma segunda vez, revelando sua manipulação de sangue, coisa que mais uma vez os deixou ameaçados — Em seu sangue eu vi. Problemas com os ratos, estou certo? — continuou, amenizando o clima de tensão.
— Então foram eles que te mandaram aqui, praga de sangue?! — o desinibido falou, fazendo menção de usar as presas pra atacar.
— Muito pelo contrário. Eu já disse, Sheridan foi o meu convite. E eu só decidi aceitar e oferecer minha ajuda em agradecimento. — desta vez as palavras cativaram os lobos.
Dali em diante, Zaraht deixou suas intenções malignas de lado e assumiu o papel de convidado. Os licantropos baixaram a guarda e, cativados pelas possíveis capacidades do hemomante, convidaram-no a entrar nas ruínas onde discutiram noite a dentro a respeito de muitas coisas. A primeira delas; que diabos foi aquilo com Sheridan, o novato? Mas Zaraht poupou-se de responder, deixando-os em lágrimas de curiosidade. Em segundo; discutiram a respeito de como o hemomante conseguiu tanta informação sobre eles com só um pouco de sangue? E desta vez, o hematócio não poupou palavras. Falou um pouco mais sobre sua raça, sobre sua origem, e também um pouco — nada além do necessário — sobre suas capacidades. Por sinal, capacidades essas que encantaram os lobos com uma ideia que resolveria de uma vez por todas os seus problemas.
Ficou combinado então que aceitariam a ajuda do hemomante, uma vez que ele desse seu preço. Mas Zaraht garantiu que estava fazendo tudo aquilo em agradecimento ao jovem licantropo por ceder-lhe o seu sangue, ainda que fizesse menção de exigir uma única recompensa possível depois do serviço feito.
No ápice da madrugada, uma pequena tropa de licantropos retornou de mais uma caçada. Traziam consigo um prisioneiro; um licantropo rato, ainda que em seus rostos os companheiros lupinos não estampavam muita esperança de arrancar qualquer informação desse prisioneiro. Portanto, levaram-no as celas que mantinham no interior das ruínas e então chamaram pelo hemomante, colocando-os somente os dois no mesmo espaço. O licantropo rato estava amarrado, completamente ensanguentado e repleto de feridas. Tomou uma bela surra, a julgar por alguns ossos expostos além das feridas. Tudo aquilo parecia mais um banquete oferecido ao monstro.
— Ah! Até que enfim o meu banquete! — com as mãos erguidas, Zaraht fez menção de alcançar o rato mesmo naquela distância de cerca de 2 metros. O rato cuspiu, grunhiu, se sacudiu, fez tudo de pra se livrar da presença do hemomante, ainda que não soubesse de fato o que ele é. Os licantropos revelaram que, em muitas das tentativas de extrair informações, perceberam que os ratos tinham uma tática pra cometer suicídio e então impedir que fossem torturados por mais tempo. Tática essa que o prisioneiro já estava prestes a usar, isso é claro, se não estivesse diante de quem estava.
Antes de tentar qualquer coisa, o rato sentiu de repente uma pontada. Em seguida um calor. Seu sangue vibrou como se alguém o estivesse chacoalhando por dentro, e aquilo fez brotar o terror em seus olhos. O bicho tentou gritar, tentou amaldiçoar Zaraht ao reconhecer nele a magia que tantos temem, mas já era tarde demais. As mãos do hematócio deslizaram no ar, num movimento circular, forçando o sangue a borbulhar levemente nas feridas do licantropo e então saltar para fora. As gordas porções de sangue, agora imbuídas de magia, acumulavam-se no ar, formando pequenos córregos que vinham direto até Zaraht. Sua capa vermelho-sangue vibrou uma vez mais, como que ansiando por mais uma corrente de informações, ao passo que o sangue era saboreado em uma grande bocada pelo hemomante.
O processo se repetiu cerca de mais duas vezes, até que o rato estivesse inteiramente seco e morto antes do amanhecer.
— Obrigado pela refeição — as palavras deslizaram da boca do hemomante junto a gotículas de sangue que saltaram no chão. A esta altura os licantropos observavam horrorizados do lado de fora da cela, entre eles um Sheridan apavorado, temendo que acontecesse o mesmo com ele caso ele tivesse confrontado Zaraht outrora.
Os questionamentos ficaram pra outra hora. Como prometido, em seguida o hemomante deixou a cela e passou um bom tempo em reunião com os licantropos lobos para revelar-lhes tudo sobre os ratos. Desde as táticas de caça e hierarquia, até onde se reuniam e quais planos tinham em mente para afrontar os lobos. Tudo foi muito bem aproveitado pelos líderes da guilda, que imediatamente mudaram as estratégias e começaram os ataques. Todo o confronto durou cerca de 4 dias, e durante esse período, Zaraht permaneceu como convidado dos licantropos lobos até que toda informação que lhes foi cedida, de fato fosse aproveitada e confirmada. E ao término do quarto dia, o próprio líder da guilda agradeceu ao hemomante por sua ajuda, implorando pra que ele desse o seu preço.
Zaraht foi específico;
— Entreguem-me sangue. — e as suas palavras pesaram mais do que lâminas em cada um naquelas ruínas.
Depois do que viram com o prisioneiro, nenhum licantropo queria estar nas mãos de um hemomante assim. Nenhum, exceto Sheridan, o novato.
— Pode beber o meu. — assim que tomou a frente, todos os demais olharam pra ele incrédulos — Cê ajudou minha guilda, então nada mais justo que eu agradecer também. Mas sem o lance do beijo! — esbravejou.
— Assim seja, licantropo jovem. — e com um movimento rápido das unhas endurecidas em sangue, Zaraht realizou um corte superficial no antebraço do licantropo. Nada grave, mas o suficiente para que o sangue escorresse e então permitisse ao hemomante lamber e se deleitar com o líquido escarlate. A cena não durou muito, apenas o suficiente para que o hematócio deixasse o lugar satisfeito com o que aprendeu. O suficiente para que os licantropos se vissem livres daquela aparição sinistra e maldita.
- Missão:
Nível Simples
Quest: Nas suas Hemácias... eu vejo...
Descrição: Como pode ser explicado? Era como uma tecelã experiente adicionando mais um novelo de lã em meio ao seu tricô realizado com maestria. Enquanto as antigas memórias ainda reconheciam Charissa pela perspectiva do hemomante, novos fios de lembranças eram adicionados com sutileza nas mãos de um verdadeiro mestre da costura — escarlates, vermelhos como o sangue daquele que havia sido recém beijado. Em meio à conexão dos fatos, Zaraht viu por além dos prazeres, além das confusões... ele mergulhou instintivamente sobre as preocupações latentes daquele licantropo, que não eram poucas. Pelo que teve acesso — ainda sendo pouco — ele pôde entender algo como guerras entre distintas guildas: ratos e lobos. De onde a coincidência nascia? Do ponto em que eles precisavam de alguém para tirar informações de um dos rivais capturados, já que não conseguiram por meio da tortura. Uma oportunidade de ouro, visto que os demais licantropos lupinos invadiram as percepções do dono de cabelos prateados como um cardápio: tantas memórias, tanto sangue, tantas... memórias irrestritas...
Recompensas: 50 de XP — Baú Básico — Ouro a ser definido na conclusão.
- Habilidade Utilizada:
Hemomancia
Nível: 1
Custo: 30 de mana
Dano Base: 10 (Inimigos com feridas abertas ou sangramento sofrem dano extra de x% do HP TOTAL somado ao dano total)
Notax: a porcentagem segue uma progressão de; para cada rank em superioridade na fórmula Intelecto(usuário) x Resistência(alvo), aumenta-se em 2%, aplicado somente em sangramentos e feridas expostas.
Descrição: Através da hemomancia, o usuário é capaz de literalmente assaltar sangue de um alvo, forçando-o a sair através dos poros e/ou feridas abertas/sangramento. O sangue, imbuído de magia, pode ser controlado pelo usuário afim de trazê-lo para si, e alimentar-se deste, ou usá-lo para outros fins. A mesma magia pode ser usada para estancar sangramento de aliados, seguindo a mesma fórmula de progressão Intelecto x Resistência para o sucesso do estancamento.
Alcance: Alcance máximo de 6 metros (para alvos em sangramento, não é necessário contato visual para utilização da skill).
Efeitos: Estancar sangramento(em aliados) | Alimentar-se de sangue(uso pessoal)
Considerações
- Utilizei a habilidade 3x - durante o processo de tortura lá do rato, pra colher informações
- Adição de Conhecimento - sugiro que, com o ganho de informação, seja anexado conhecido intermediário acerca dos licantropos lobos e ratos, dado o que eu absorvi do sangue deles e da espécie.
Lvl 01 (00/100)
HP (155/155)
Mana (85/175)
ST (200/200)
HP (155/155)
Mana (85/175)
ST (200/200)