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Re: [CL] Almofadas e peixes
Dom Ago 30, 2020 5:28 pm
Lvl 01 (00/100)
HP (125/125)
MANA (200/200)
ST (100/100)
Acordei em tempo de ouvir o farfalhar da cortina que cobria a entrada de minha cabana. Sem abrir os olhos, revirei-me em minha macia almofada, esticando o braço e confirmando que eu estava só. Perfeito. Não havia maneira melhor de terminar uma excelente noite do que dispensar cordialidades desnecessárias pela manhã. HP (125/125)
MANA (200/200)
ST (100/100)
Abri meus olhos, que rapidamente adaptaram-se a fraca luz que adentrava, e visualizei um punhado de moedas de ouro, certamente deixadas pelo casal que acabara de partir. Recolhi as moedas com minha pata, aproveitando o movimento de esticar para espreguiçar-me, sorrindo enquanto recordava da noite anterior, quando o casal aparecera em minha porta. Alias, era assim desde que eu retornara de minha primeira viagem às terras humanas com minha escovinha, quando eu era apenas um jovem não muito maior do que um gato comum.
Era um rito de passagem dentre os Tabaxi. Jovens iam até cidades humanas, passando-se por gatos comuns, e retornavam trazendo algum souvenir. No meu caso, eu retornara com minha mais fiel e amada companheira: minha escovinha. Lembro-me que nas primeiras semanas desde meu retorno os outros Tabaxi faziam fila para passar a noite em minha almofada e deliciar-se das maravilhas de que eu era capaz. Por vezes acordava enroscado em outros cinco felinos, nem sempre da mesma espécie que a nossa. Era totalmente compreensível, afinal tal item em meu poder era capaz de limpar e alinhar os pelos, fazendo qualquer um ronronar em questão de poucos segundos.
Nessa noite um casal viera relembrar dos prazeres que eu podia lhes proporcionar, dessa vez juntos. Achei bastante curioso quando revelaram estarem em uma relação fixa, afinal, dentre nós, evitávamos esse tipo de limitação, sempre preferindo a liberdade de estar com quem quiser, quando quiser, por quanto tempo quiser. Nem mesmo os filhotes ficavam sob a guarda de seus progenitores, visto que todos eram criados juntos como filhos da vila, até crescerem o suficiente para alimentar-se sozinhos e construir a própria cabana, que lhes acompanharia pelo resto da vida e seria queimada em seu rito de passagem para o outro mundo.
Levantei-me sem preocupações e peguei um pouco de leite para o dejejum. Havia poucos dias que eu retornara de minha última viagem. Muitos dos Tabaxi aprendiam magia por conta, em Ngerupolis, por vezes mentoreados por algum ancião. Contudo, as artes mágicas mais comuns dentre nosso povo eram as de ordem Bestial e Etéreo, por vezes um ou outro Arcano. Contudo, eu queria algo diferente, que me destacasse, motivo pelo qual viagem até encontrar um mago Elementalista que me aceitasse como seu aprendiz. Pobre humano, esperava que ele não falecesse de desgosto ao perceber que eu partira. Para mim era monótono passar tempo demais no mesmo lugar. Havia retornado à vila apenas temporariamente, para... reencontrar os demais e também, é claro, exibir a magia que agora era capaz de realizar.
Espreguicei-me novamente, libertando um bocejo, sentindo meu corpo um pouco leve e relaxado demais. Havia ficado muito tempo parado enquanto estava com o mago, talvez fosse bom dar uma volta e exercitar-me um pouco, afinal seria uma lástima perder a forma tão bela que eu já apresentava há tantos anos.
- considerações para missão:
- Sorteio realizado. Já peguei as moedinhas (não sei quantas são, na verdade) mas preciso de uma missão. Pretendo usar o gossip como um facilitador pra missão, que me de alguma informação importante que ajude e tudo mais, então pode ser um elemento dela ou eu mesmo desenvolver isso. Para melhor ambientação, a vila fica em uma floresta tropical, possuindo uma mata mais atlântica por ser bem próxima ao litoral. A vila é cortada por um rio, sendo que para um lado se chega em um vasto lago e, para o outro, se chega na praia, de onde eles tiram a maior parte do alimento, considerando a vasta quantidade de peixes. A floresta é mais fechada à medida em que se distancia do litoral. Qualquer outra dúvida, wpp-me.
Katiwk e Trueness gostam desta mensagem
Re: [CL] Almofadas e peixes
Dom Ago 30, 2020 6:57 pm
Nível Simples
Quest: Não, Não são Novelos de Lã.
Descrição: A pequena e pacata aldeia dos Tabaxi vem lidando com alguns problemas em suas plantações ao longo de um mês. Já tentaram de tudo com poções específicas contra pragas e encantamentos de proteção, mas parece que a incomum espécie de minhocas só tem ganhado resistência às adversidades e seguido corroendo seus pomares. Talvez seja o momento certo para que Leoster, junto de sua escovinha, consiga mais do que apenas satisfazer os prazeres de seus conterrâneos — mas também lidar diretamente com as problemáticas de Ngerupolis. As criaturas são pequenas e frágeis, mas reproduzem-se muito rapidamente e se escondem com maestria. Se ao menos ele pudesse descobrir de onde elas vêm...
Recompensas: 50 de XP — Baú Básico — Ouro a ser definido na conclusão.
Trueness gosta desta mensagem
Re: [CL] Almofadas e peixes
Seg Ago 31, 2020 9:45 pm
Lvl 01 (00/100)
HP (125/125)
MANA (200/200)
ST (100/100)
Após meu dejejum, vesti-me como era apropriado para um felino de classe - como eu -, saquei minha inseparável escovinha e saí de minha cabana, logo sendo banhado pelos raios solares matinais, aquecendo meu pelo escuro. HP (125/125)
MANA (200/200)
ST (100/100)
- Prrrrr... - ronronei baixo, sentindo o calor gostoso do sol - Mas que belo dia, não é mesmo? Vejamos o que temos por aqui.
Enquanto passava meus olhos pela vila, via os demais Tabaxi em seu comum dia-a-dia. Alguns marchavam, levando consigo redes, em direção à praia, onde certamente encontrariam as canoas que usávamos para pescar. Outros cuidavam dos filhotes mais novos, que ainda precisavam de mais atenção, levando-os para pegar sol e andar um pouco.
Haviam ainda aqueles que estavam construindo ou reformando suas cabaninhas, os mais novos sempre recebendo ajuda de alguém mais experiente, normalmente os anciões. Mais ao lado, um grupinho dava conta das plantações que tínhamos.
Tantos outros passeavam alegremente pela vila, crianças e adultos brincando com um novelo de lã que ainda não havia sido desfiado. Senti meus bigodes vibrarem ao ver aquela bolinha pulando pra cá e pra lá. Quem sabe só um pouquinho...
Já me encaminhava, a passos silenciosos e sorrateiros, em direção ao grupinho, meus olhos vidrados, fixos no novelo, todos meus músculos prontos pro bote, quando um murmurinho vindo das plantações chamou minha atenção. Conversa alta, exclamações. Reclamações.
Ergui uma de minhas orelhas e direcionei ao local, para poder ouvir melhor o que estava ocorrendo. - Eu não aguento mais, todo o dia isso! Esses vermes inúteis, por mais que eu me livre deles sempre voltam!
Olhei em direção de onde vinham as vozes. Aquele que falava enraivecido era Ronron, o responsável pelas plantações. Ele saltava e pisava com força, aparentemente esmagando alguma coisa que havia no chão, movimento esse que passou a ser imitado pelos ajudantes do dia.
Curioso como naturalmente sou, fui até o lugar. Ronron era um antigo amigo. Fizemos nossa viagem às terras humanas na mesma época e sempre aproveitávamos quando podíamos para nos encontrar e rir dos humanos que acreditavam que éramos simples gatos. Ele sempre fora muito engraçado, mas hoje seu bom humor não parecia se fazer presente.
- Ei, Ronron, quanto tempo! Tudo bem por aqui? - cumprimentei, sem mais delongas, enquanto me aproximava.
- Leo! Mas que saudade! - deixando os demais de lado, Ronron veio até mim e me deu um abraço apertado, esfregando seu rosto contra o meu, entre ronronados, o que foi correspondido por mim - um comum cumprimento entre dois Tabaxis que são próximos. Em seguida, tomou espaço novamente e seguiu com sua explicação - Para ser sincero, bem que podiam estar melhores, viu? Desde já uma semana que esses vermes infelizes aparecem pelas plantações, comendo tudo o que vêem pela frente. Não servem pra pescar, nem pra atrair outros animais, só são nojentos e fedorentos mesmo. Já tentei descobrir de onde eles vêm, mas parece que saem do chão, igual minhocas, só que nojentos.
Isso explicava a sua irritação. Ronron havia sido designado como responsável da plantação havia alguns anos, e desde então ele sempre fora muito zeloso com suas tarefas. Dei uma olhada por cima de seu ombro e pude avistar, por todo o solo entre as verduras, vermes nojentos e asquerosos se contorcendo e rastejando, de aspecto nada agradável ou que parecesse divertido de brincar e fazer rolar - o que era bastante estranho.
- Eles são... eca, repulsivos. - exclamei, enquanto via um deles ser esmagado por um dos outros Tabaxi, desmanchando-se sobre sua pata em uma pasta nojenta e fedida. De fato, uma visão por deveras desagradável. - Você disse que não conseguiu ver nenhuma trilha de onde eles possam ter vindo e que saem do solo, mas eles devem vir de algum lugar, não é? Já tentou procurar pela região para ver se descobre algo?
- Então, na verdade essa manhã um garoto voltou da primeira expedição dele um pouco... traumatizado. Parece que na floresta, no caminho pra cá, ele tava andando distraído e acabou tropeçando e caindo numa clareira, bem no meio de um monte de vermes nojentos. Então ele fugiu e veio correndo e gritando até aqui. Eu não falei com ele ainda, mas acredito que só podem ser eles. Pelo que as cuidadoras que estão acalmando ele disseram, ele veio daquela direção. - fez sinal com sua garra para dentro da floresta, mais ao longe. - Eu tava pretendendo ir verificar assim que terminássemos de nos livrar dos que estão aqui, gostaria de vir junto, como nos velhos tempos?
- Mas é claro! Eu não perderia isso por nada.
- considerações:
- Primeira parte da missão. Utilizei do gossip do dado pra conseguir a informação da localização de onde estão os outros vermes repulsivos. Segunda parte vem em seguida.