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Sáb Ago 29, 2020 9:30 pm
Relembrando a primeira mensagem :

EtéreoMonastério Shijiang


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Sorte para os que se foram, resiliência a quem permanece

Descrição: Diversos iniciados ficaram completamente estagnados com as notícias recentes sobre a morte de Knoe. Os mestres reuniram-se em templos mais sagrados, boatos correram acerca do próprio Anisimn ter agido como uma autoridade em ministrar tais reuniões e chegar num acordo em comum. Contudo, enquanto nada está decidido ainda, uma atividade foi encarregada a Tzo por um monge que encontrava-se repleto de afazeres: conseguir acalmar uma equipe inteira de iniciados. Composta por pessoas de todas as idades, talvez não fosse algo tão fácil, hm? Principalmente considerando a rebeldia da iniciação.
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Sáb Set 05, 2020 12:03 am
+ 25 de EXP

Quest Simples
Sorte para os que se foram, resiliência a quem permanece

Descrição: Diversos iniciados ficaram completamente estagnados com as notícias recentes sobre a morte de Knoe. Os mestres reuniram-se em templos mais sagrados, boatos correram acerca do próprio Anisimn ter agido como uma autoridade em ministrar tais reuniões e chegar num acordo em comum. Contudo, enquanto nada está decidido ainda, uma atividade foi encarregada a Tzo por um monge que encontrava-se repleto de afazeres: conseguir acalmar uma equipe inteira de iniciados. Composta por pessoas de todas as idades, talvez não fosse algo tão fácil, hm? Principalmente considerando a rebeldia da iniciação.
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[CL] Etéreo - Página 2 Empty Re: [CL] Etéreo

Dom Set 06, 2020 5:07 pm

M estre Whugan encontrara-me meditando pouco antes da meia-noite, trazendo até mim a informação de que o que era no início uma simples fuga de alguns Iniciados, agora seria quase que um motim deles. A morte do Monge Knoe e os relatos dos Acólitos intensificaram sentimentos de insegurança e revolta. Não só tentariam deixar o monastério aqueles que o queriam fazer desde seus primeiros dias aqui, mas também outros que se assustaram com o que ocorreu mais cedo.

O Shijiang não deveria ser um local de paz e tranquilidade? Não somos treinados justamente para lidar com feras e bestas das montanhas? Como dois acabaram mortos numa simples expedição? Era um destino que iniciantes confusos não poderiam aceitar, mas eu fora incumbido de lidar com a situação e lhes trazer de volta à razão. Quando o grande sino ressonou anunciando o início da meditação dedicada ao caos, eu já encontrava-me sentado ao lado de meu bastão no pátio de orações, preparado para interceptar os fugitivos. Se os rebeldes tentariam deixar o Shijiang nesta noite, não havia rota melhor que esta de acordo com Mestre Whugan.

Desceriam pelo ponto cego do pátio principal, seguiriam pelos dois grandes lances de escadas, chegando então até o segundo pátio de treinamento. Nesse ponto, somente mais oitenta degraus seriam necessários para terem acesso ao lugar onde eu me encontrava. Ele era amplo e encoberto por um telhado sustentado por apenas quatro pilares. Seu fundo ainda em construção desembocava numa área rochosa e irregular que serviria para os esconder de qualquer olhar vindo dos locais mais elevados. Se passassem por mim, em resumo, estariam enfim livres.

Embora fosse uma grande responsabilidade, eu não sentia-me receoso.

Caso decidissem não ouvir-me e tentassem travar algum combate físico, eu certamente seria capaz de vencê-los. Venho treinando as artes marciais há anos e possuo habilidades consideráveis no uso do bastão ou mesmo dos punhos. O ar rarefeito e sua inexperiência seriam fatores decisivos para que não fossem capazes de se destacar contra mim, diferente de qualquer outro Acólito como eu.

Se havia algo que talvez pudesse atrapalhar-me, era o fato de eu não ainda não estar em perfeito equilíbrio. Horas de meditação não foram o suficiente para o restabelecer, e agora via-me momento ou outro preocupado com meu estado interior. Minha mente, âmago e corpo precisam estar alinhados para qualquer que seja a ação em nome da Balança. Respiro profundamente na tentativa de reorganizar meu fluxo interior, mas logo após a segunda exalação de ar, ouvi o som de passos apressados.

Eles terminavam de descer os degraus e se encaminhavam diretamente a entrada do pátio de orações, de frente para mim. Eram ao todo cinco... sete... nove... doze. Logo que notaram minha presença, separados por cerca de oito metros de distância, frearam seus passos, assustados.

— Saia da frente! Estamos indo embora! Parecia ser o mais novo deles. Sua voz soava esganiçada e trêmula.

— Não posso permitir que passem. Peço que se acalmem e retornem.

Em resposta, um deles arremessou contra mim uma pedra pouco menor que seu punho. Sentado, ao invés de apostar em qualquer evasiva, decidi transpassar imponência e segurança em meu posicionamento. Concentrei uma quantia específica de mana na palma esquerda e a elevei na altura da cabeça, interceptando o projétil concomitante a um movimento do braço para o lado, visando diminuir o impacto do mesmo.

[CL] Etéreo - Página 2 A4Jw0w9

— Não posso permitir que passem. Repeti, esmagando a rocha e deixando que seus farelos caíssem no chão.

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[CL] Etéreo - Página 2 Empty Re: [CL] Etéreo

Seg Set 07, 2020 6:37 pm

T ão logo o último grão deixou o interior de meu punho, alguns outros ergueram suas mãos com intuito de aplicar força no arremesso de uma saraivada de rochas. Como se houvéssemos praticado a sincronia anteriormente, envolvi meu bastão com os dedos destros e girei o tórax, meu membros inferiores já se movimentando de modo que eu pudesse levantar-me numa meia-rotação.

Iniciei rapidamente o giro do bastão e trabalhei na angulação correta para reduzir aquela chuva de pedras a pó, sentindo vez ou outra alguns pequenos fragmentos atingirem meu rosto. Um deles, pouco maior, arranhou-me a testa e fez-me perceber que, conforme Mestre Verhitan insistia, ainda precisava aperfeiçoar essa técnica defensiva. Frente a uma quase que total ineficaz tentativa de acertar-me, estando agora desprovidos de projéteis, alguns dos rebeldes mostravam-se receosos.

— Ele é bom, não vamos conseguir.

— É melhor voltarmos.

— Já estamos aqui, se voltarmos vamos ser castigados.

— Eu não vou ficar nesse lugar de merda! Este avançou.

Parecia ter uma idade semelhante a minha. Suas veias nas têmporas estavam saltadas e eu podia ver o suor escorrendo por sua testa, certamente proveniente do esforço necessário para chegar no pátio de orações o mais rápido possível. Sua investida era falha e cheia de aberturas. Caso houvesse treinado tanto quanto eu e meus irmãos, jamais avançaria de forma tão desprecavida. Pés, flancos, coxa direita, laterais da cabeça e até mesmo o próprio punho canhoto que elevava a fim de atingir-me. Podia detectar vários pontos para o contra-ataque, e mesmo não sendo um dos melhores lutadores no monastério, se havia algo que eu sabia fazer melhor do que qualquer outra prática, era justamente o ato de travar combates físicos.

— Eu caminho entre as silhuetas da ordem e do caos, canalizando ambos, mas não me tornando nenhum. Larguei o bastão e dei sete passos em frente. Desviei seu punho com a lateral de meu antebraço sestro, fazendo-o desequilibrar-se devido a falta de apoio do pé direito no chão. O flanco esquerdo ficou ainda mais evidenciado e indefeso nessa fração de segundos, seu corpo quase que totalmente virado de lado. — Eu sou o guerreiro que ruma pela tênue linha da divisão. Cerrei os dedos da mão destra e apliquei-lhe um soco nas costelas. O ar em seus pulmões esvaiu-se assim que ele arfou secamente, sem voz. Com uma breve inclinação corporal, coloquei-me paralelo a ele de maneira que pudesse pisar então na região atrás de seu joelho, obrigando-o a cair sobre ele. — Enquanto eu agir para manter o equilíbrio, estarei isento de pecados. Um único golpe com a lateral da palma em sua nuca, e ele enfim desabou, inconsciente.

Meus olhos fixaram-se nos demais, pedindo silenciosamente que desistissem da péssima ideia que tiveram. Em resposta, três deles bradaram enquanto iniciavam uma corrida em minha direção. Recuei apenas um metro para afastar-me do corpo inerte, posicionando-me devidamente para a próxima troca de golpes. Essa necessitaria de mais foco e esforço, mas Mestre Verhitan havia me treinado bem o suficiente para isso.

O primeiro cometeu o erro de saltar a fim de me chutar com uma voadora. Dei um passo para o lado e agarrei sua perna, aproveitando da própria força produzida pelo seu movimento pra girar-lhe e o soltar contra o segundo que se aproximava mais à direita. Era um rapaz leve, mas até mesmo ossos pesavam. Caiu sobre o outro e ambos rolaram pelo chão, o atingido exclamando dor.

O terceiro deles era mais astuto.

Talvez tivesse um histórico de brigas em tavernas ou coisa do gênero, pois minhas cinco primeiras investidas foram defendidas perfeitamente. Ele tentou acertar-me em resposta com uma sequência de duas joelhadas, mas fui capaz de o bloquear. Depois disso, um soco destro, um chute rotativo com a perna esquerda, uma cotovelada, sequência de três socos... todos aparados pelos meus braços. Os outros dois que haviam rolado pelo chão anteriormente se recuperaram, mas sem espaço para avançarem, apenas assistiam nossa troca de golpes apostando no êxito de seu companheiro.

O cheiro do suor já se fazia presente em todo o ar, fosse meu, dele, ou dos demais. O sangue em minhas veias fervia e meu coração palpitava acelerado, o que certamente era fruto de meu estado de espírito. Somos treinados para praticar as artes marciais de maneira efetiva e direta, sem grandes esforços e poupando o máximo de nosso fôlego. Era impossível que eu estivesse nas condições atuais caso meu interior se encontrasse alinhado.

Mestre Verhitan estaria decepcionado caso me visse lutando agora, perdido em incertezas que transbordavam pela testa no formato de gotículas. "Tolo!" pude ouvir sua voz ecoando repreensiva em minha mente assim que notei, tardiamente, o punho do adversário aproximando-se do meu rosto. O impacto do golpe levou-me ao chão, e o gosto metálico de sangue alastrou-se por todo o interior da boca, manchando-me com a desonra pela falta de equilíbrio.

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[CL] Etéreo - Página 2 Empty Re: [CL] Etéreo

Seg Set 07, 2020 7:44 pm

R olei para trás desviando do chute que receberia diretamente no estômago caso continuasse parado ali. Estava frustrado... irritado... os sentimentos de um passado distante retornando na tentativa de dominar-me. Balancei a cabeça esperando livrar-me deles e aguardei que o homem se aproximasse mais. Ele estava confiante após seu último acerto e o sorriso vitorioso em sua face seria justamente o motivo de sua derrota.

Minha mão direita aproximou-se lentamente do bastão que jazia atrás de mim. Esperei pelo momento certo, o segundo em que ele levantou sua perna para chutar minha cabeça com a sola do pé, e ergui-me desferindo um golpe com a ponta da arma em seu queixo. Passei-a para a palma esquerda e a descansei nas costas. Enquanto o agora atordoado Iniciado ainda se recuperava do ataque, avancei um passo e inspirei profundamente. Cerrei então os dedos da mão destra e apliquei nele com todo meu potencial um soco na boca do estômago.

Sem ar e desequilibrado pelo impacto do golpe, cambaleou para trás e tropeçou naquele que eu fizera desmaiar no início do confronto. Caminhei em sua direção, passei pelo corpo inerte e girei meu bastão, parando sua ponta de frente para o rosto do homem.

— Peço que se acalmem e retornem. Respirava pesadamente, cansado, mas tentando soar o mais firme possível.

Meus olhos fixaram-se nos dele, depois diretamente nos dois que assistiam mais de perto, e por fim no restante que se aglomerava mais atrás. Se após tudo o que viram decidissem persistissem em sua ideia, eu estaria pronto para fazer com que cada um deles caísse ao chão e fossem submetidos à vontade da Balança. Eu era o agente dela, e estava disposto a agir em seu nome até que cada última gota de minha força fosse utilizada.

HB Utilizada:

Lvl 01 (70/100)

HP (220/250)

MANA (145/150)

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[CL] Etéreo - Página 2 Empty Re: [CL] Etéreo

Seg Set 07, 2020 10:05 pm

Naquele dia, após a vitória de Tzo, mesmo com seus pensamentos conturbados a respeito de seu rendimento na missão de parar os fugitivos, os mesmos Iniciados não mais voltaram a cruzar limites dentro das imediações do Monastério Shijiang. Bakshi mal foi parabenizado pelos seus superiores Monges e Mestres, uma vez que encontravam-se em polvorosa realizando reuniões atrás de reuniões. Ainda que tudo possa ter parecido muito repentino e mal valorizado, o homem ainda foi regozijado com acesso às fontes termais para tratar de sua fadiga pós batalha em nome da Balança.

Com isso, recuperou-se de seus ferimentos e conseguiu tempo caso quisesse alinhar seus pensamentos novamente.

Entretanto, os dias passaram-se. No terceiro pôr-do-sol, um Iniciado foi enviado ao seus aposentos para convocá-lo a uma convocação de mantra em coletivo que ocorreria num lugar mais afastado dos pátios de ambiente aberto. Seguindo-o, Tzo percebeu que passavam pela estadia principal para meditação até que, por fim, fosse deixado aos cuidados de ninguém mesmo que Mestre Ma’ren em pessoa. O homem de idade mais avançada sorria simpaticamente com os olhos fechados, mantendo ambas as mãos escondidas atrás de suas costas conforme mantinha uma respiração impecável: para qualquer leigo, talvez fosse apenas um ato de inflar o peito e tragar o ar, contudo, para Tzo, que mantinha-se numa jornada incansável de aprendizado, era quase como se…

Como se ele nunca estivesse desalinhado. Não apenas isso: o seu sorriso, os olhos, a forma como portava a mão — tudo dialogava acerca de um tema tão único e singular capaz de fazer os mais experientes mergulharem numa correnteza de pensamentos infindáveis. “O que ele está pensando?” ou “Por quantos anos ele vem se especializando?” eram apenas algumas das dúvidas capazes de fazer qualquer um perder-se em sua própria percepção conforme o homem simplesmente existia numa magnitude de harmonia inquebrável. Recebeu Tzo sem sequer olhá-lo diretamente: sua visão mantinha-se no sol beijando harmoniosamente o cume do horizonte montanhoso.

— Vos esperam faz algum tempo — alegou num tom calmo, mas entoando a palavra “tempo”.

De alguma forma, para Tzo, era como se Ma’ren estivesse com pressa.

Então, o leque se abriu. Não era apenas Ma’ren. Talvez… se apenas ele fosse um pouco mais perceptivo¹ em questões mundanas….

O Mestre não esperou.

Suas costas foram dadas a Tzo antes que pudesse responder a questão. Em seguida, o senhor encurvado dirigiu-se à parede de frente para a entrada do pequeno templo, observando as decorações responsáveis por ornamentar o ambiente: uma lótus entalhada em prata balançando-se como um metrônomo, emitindo pequenos e sutis tic tac que apenas aumentavam a tensão do momento. Alguns pergaminhos pendurados contendo diversas oratórias eram mais elementos para compor o que a visão de Bakshi contemplava. Em poucos instantes, Ma’ren retirou o seu cordão repleto de contas Shijiang e recitou aquelas palavras escritas em runas alureanas ao longo dos papéis.

Ele farfalharam no ar. A lótus de prata bateu mais rapidamente.

As contas de Ma’ren foram depositadas ao longo das oito pétalas da flor, imbuídas numa linha tão tênue de mana que Tzo sequer poderia ler a olho nu.

O metrônomo parou. Os pergaminhos ressoaram. A parede de madeira se abriu no meio a partir da lótus. Como se toda a estrutura do templo tivesse sido arquitetada para esse momento, as contas reagiram e, por incrível que pareça, não quebraram, mas sim esticaram-se à medida em que o ídolo de prata separava-se em duas partes idênticas e balanceadas. Não houve tremores. Tudo foi tão rápido, com apenas alguns sons miúdos e iluminações que talvez viessem do sistema complexo responsável por reagir à mana do Mestre que, por sua vez, pegou seu cordão de contas e colocou-o enrolado no pescoço, já tendo voltado ao tamanho anterior.

Estranhamente não havia ninguém passando do lado externo no momento em que o ato fora realizado: talvez Ma’ren tivesse arquitetado tudo nas entrelinhas para que meditações e treinos de mantras fossem extendidos até após o descanso do sol? De qualquer forma, diante de suas visões, agora estendia-se um caminho talhado na própria rocha da montanha responsável por estruturar o Shijiang: Degraus em espirais desciam de maneira que deixavam apenas a escuridão contemplar suas curiosidades, engolfando-os num silêncio interminável.

— Degrau após degrau. Não é engraçado? o que?

Como quem tivesse feito algo tedioso e rotineiro, Ma’ren seguiu escadaria abaixo.


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Seg Set 07, 2020 10:39 pm
[CL] Etéreo - Página 2 Arauto


A escadaria, pelo menos, era menor do que os cem degraus que Tzo teve de descer e subir rapidamente alguns dias atrás. Contudo, sua física era mal acabada e contemplada por imperfeições que denotavam o tempo: ao invés de retângulos perfeitos e polidos, eram mais como rochas sedimentadas, porosas e contendo fissuras ao longo de suas estruturas. O caminho foi extremamente silencioso por parte de Ma’ren que, independente das perguntas tecidas por Bakshi, manteve-se implacável com ambas as mãos recostadas às costas.

Lá em cima? A passagem na parede já havia sumido há tempos.

Conforme mais desciam, mais o empunhador do bastão podia sentir um calor ameno aproximar-se de sua pele, como mãos delicadas deslizando ao longo de seu corpo, esquentando-o de maneira confortável, trazendo-o uma sensação de calmaria. Cada vez mais calmo… extremamente sereno, movido apenas pelos sons rítmicos de seus próprios passos… de alguma forma, sua visão foi tornando-se mais turva, e, caso contasse os passos, perceberia certa lentidão repentina assolando-os.

— Não ouse dormir. Afinal, seria muito sacrifício trazê-lo aqui a troco de nada — com as palavras de Ma’ren, Tzo despertou do transe em que entrava.

Assim, com tais palavras servindo de prelúdio para a verdadeira cena, seus olhos finalmente viram algo que não mais daqueles degraus: um salão oval aberto, condecorado logo em seu centro com uma monumental estátua pétrea de um homem trajando vestes do Monastério. Ao seu redor, um trio de Mestres meditavam, completamente mergulhados apenas no som de seus sentidos e manifestações internas, estabelecendo semblantes calmos. Ma’ren parou no último degrau, fazendo menção com a própria mão para que Tzo seguisse adiante. Não havia mais nenhuma ação em sua postura que indicasse que o faria primeiro, quase como se…

— Não é a mim que esperam-me, apesar de nunca esperarmos por aquilo que queremos. — Pela primeira vez desde que haviam se visto no dia, decidiu olhar diretamente a face de Bakshi, virando seu pescoço para tal. — Siga em frente, caro Tzo, e seus pés o guiarão quando as respostas parecerem caminhos tomados por espinhos tortuosos.

Caso seguisse adiante, reconheceria que um dos Mestres meditando tratava-se de Verhitan em sua forma tão singular de lótus: os punhos fechados beijavam-se, com os sulcos entre os dedos conectando-se perfeitamente. A coloração alaranjada de seu manto caía-lhe pelo peito em diagonal, enquanto sua arma tão singular, os Aros Gêmeos, jaziam repousados em costas largas de músculos extremamente definidos juntamente de cicatrizes talhadas em sinuosas linhas esbranquiçadas. Mais ao lado, encontravam-se outras duas figuras desconhecidas.

Todos estavam numa espécie de clareira, uma vez que árvores chamativas por suas folhagens carmesins abraçavam toda aquela estrutura pétrea dos arredores, escondendo paredes por detrás de montes folheados e galhos finos de suas estruturas. Percebeu que, no centro, perto daquela mesma estátua, jazia uma espécie de chaleira fervendo sobre uma pequena fogueira acesa em pedras e lenha, acompanhada de uma travessa com xícaras em prata pura. Na água avermelhada, algumas daquelas folhas boiavam de maneira harmônica, compondo ritmos próprios e responsáveis por trazê-lo aquele mesmo bem-estar induzido de antes, quase como se estivesse prestes a cair no sono.

Mas a verdadeira surpresa veio logo depois.

[CL] Etéreo - Página 2 Anisim10
Anisimn, o Quatro Faces

— Que a Balança contemple suas ações, Tzo — a máscara dourada responsável por ocultar seu rosto não expressava qualquer emoção embora sua voz transparecesse a mais pura simpatia. — Sente-se por perto, creio que os demais Mestres já estejam no fim de suas meditações. O irmão Verhitan especialmente destacou bastante suas qualidades e, a respeito de curiosidade, foi quem o indicou para esse momento.

Com toda a elegância e calma, como se vestisse tais elementos tão bem quanto sua própria máscara, o homem aproximou-se do bule e tampou-o, passando a servir daquela água avermelhada a cada uma das xícaras, como quem ministra o próprio líquido com maestria. Os buracos da face que davam para seus olhos mostravam apenas suas pálpebras fechadas. Ele passou a assobiar amigavelmente e, Tzo poderia perceber que, conforme o som tornava-se mais agudo, o chá derramava-se sobre a prata mais rapidamente e assim vice-versa.

— São Árvores de Sangue. Não as originais, já que existem apenas em terras ao sudeste, mas servem como espólios de tramas conflituosas entre Alastrine e Charissa num passado — serviu a última xícara.

Mais ao lado, um primeiro Mestre parecia romper o transe de meditação e voltar à realidade. Um par de cicatrizes erguia-se de seu queixo, encontrando-se na ponte do nariz e partindo pelos olhos que, ao abrí-los, mostravam-se completamente tomados por um branco opaco. O outro permanecia completamente inerte, bem como Verhitan.

— Colha as folhas com cuidado para não cortar os dedos em sua fineza laminar. Após, ferva-as por um dia inteiro para obter o resultado esperado e sirva o chá responsável por um alinhamento preciso de essência.

O homem mascarado empunhou uma das xícaras para que Tzo pudesse bebericar do líquido.

— Já que ainda estamos no aguardo, talvez queira compartilhar algo sobre o dia em que interceptou os Iniciados?

Caso Bakshi olhasse para trás, veria que não havia nem mesmo sinal da sombra de Ma’ren nas escadarias.

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[CL] Etéreo - Página 2 Empty Re: [CL] Etéreo

Qui Set 10, 2020 12:37 am

P ude sentir toda a dissonância em meu espírito deixar-me... não, era como se ela nunca tivesse aparecido. Seu significado se perdia conforme eu finalizava a descida dos degraus seguindo Mestre Ma'ren. De repente, meu âmago, mente e corpo pareciam estar em perfeita sintonia... em perfeito equilíbrio.

Tão logo alcancei o centro daquela peculiar e reconfortante clareira, podia jurar que meus pés sequer tocavam os chãos. Uma sensação indescritível de leveza interior dominava-me, quase que me obrigando a fechar as pálpebras e sentar-me em companhia dos demais em meditação. Uma calma e sútil sinfonia começou então a ecoar longe... muito longe... nas montanhas, talvez? Não, não vinha do externo...

Ela vinha de dentro.


Quando Anisimn apareceu, eu mal pude esboçar alguma surpresa. Meus sentidos estavam amortecidos e não havia espaço para qualquer outra sensação que não fosse a de serenidade. Era como se, na verdade, meu corpo houvesse esquecido que sentimentos contrários àquele existiam. E se ele não se lembrava, como poderia os reproduzir?

Ainda assim, a voz do Quatro Faces - nossa maior inspiração após o Grande Sábio - fazia-se presente de maneira que pudesse ser claramente ouvida. Ela se interligava de modo perfeito com o ambiente, com o ar, com meu espírito... Esse era o resultado de sua exímia e incontestável comunhão para com o exterior? Diante dele, sentia-me não como um adulto castigado pelo tempo, mas sim como uma criança. O respeitava, o admirava... atenderia a qualquer pedido seu como se vindo de um pai, honrando toda sua jornada e experiência.

Beberiquei o chá que me foi trazido aos lábios e senti o líquido aquecendo-me conforme descia gentilmente pela garganta. Era um sabor diferente, nada do que eu havia provado antes se assemelhava, era inconfundível, porém... agora que o engolira completamente, meu paladar começava a esquecer-se do gosto, como se precisasse de mais.

— Iniciados... Tardei um segundo para lembrar-me do ocorrido. — Mestre, naquele dia... eu estava em desequilíbrio. Confessei. — Mas eu precisava cumprir com meu propósito, não podia deixar que dessem às costas para a salvação.

Sentado sobre as pernas, repousei as mãos sobre o colo, mal sentindo o peso delas. O ar continuava leve, e parecia querer levar-me com ele quando suas brisas sopravam.

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[CL] Etéreo - Página 2 Empty Re: [CL] Etéreo

Qui Set 10, 2020 6:25 pm
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O som que ecoava dentro do ambiente ganhou seu ápice quando Tzo goleou pela primeira vez aquele líquido carmim. De repente, tudo ao redor parecia mais leve em todos os sentidos: mesmo o ar que respirava expressava sutileza, preenchendo seus pulmões com um toque macio antes de ser expirado num ato tão minuciosamente delicado que fazia todo o seu corpo ser entorpecido e levado pela calmaria do momento. Anisimn mantinha-se firme como uma rocha diante da situação, embora não expressasse feição alguma além daquela máscara talhada em ouro com semblante tristonho, o Mestre demonstrava incrível maestria em lidar com o contexto.

Anisimn manteve-se como um excelente ouvinte conforme as poucas palavras eram proferidas por Bakshi. Seus olhos por debaixo dos sulcos ovais da máscara permaneciam fechados, mas o homem agia como se enxergasse perfeitamente a localização de tudo ao seu redor — não apenas isso, mas o Acólito também teve a sensação de estar sendo constantemente observado — seja pelo Quatro Faces ou pelo outro Mestre que acordara há pouco, embora o segundo não possuísse olhos saudáveis para tal.

— Entendo — suas palavras vieram como um suspiro melódico de tamanha leveza — o desequilíbrio é um obstáculo que enfrentamos em nossas vidas cedo ou tarde. Quando os questionamentos aparecem, contudo, é ao nosso interior que devemos recorrer — a voz teceu a palavra com tanta harmonia que Tzo poderia jurar estar entrando lentamente num transe maior do que seus próprios sentidos. — Por conta disso, devemos constantemente realizar manutenções em nosso interior, conhecermos a nós mesmos para que, quando busquemos tais respostas, nós não sejamos largados às cegas. Estamos constantemente à bordo de uma nau isntável em marés desconhecidas, quando afundamos, torna-se ainda mais difícil atingir a superfície caso não conhecemos as águas que nos circundam.

No fim daquelas palavras, foi a vez de outro Mestre acordar. De feições delicadas e uma única trança na parte traseira de sua cabeça caindo sobre suas costas, ele resplandeceu um sorriso radiante para Tzo antes de bebericar o chá servido. Ao seu lado, o que já havia acordado permanecia concentrado no líquido bebericado pacientemente. Apenas Verhitan permanecia em transe de meditação conforme Anisimn continuava a agir como um maestro cada vez controlando mais e mais a situação com suas palavras carregadas de leveza e fluidez como a própria água.

— Mesmo tendo passado por tantas provações, você ainda encontra-se na posição de compartilhar suas tormentas, Tzo. Percebo como a humildade tornou-se o alicerce de sua alma, deixando que a neblina das dúvidas seja apenas mais um caminho a ser compartilhado com aqueles a quem confia. — O homem abriu seus olhos por debaixo dos espaços ovais da máscara. Tzo enxergou algo indescritível naquele olhar por debaixo da feição tristonha talhada em ouro, o suficiente para preenchê-lo com aquelas mesmas filosofias que envolviam marés e naus em alto-mar. — Agradeço fielmente por ter compartilhado suas tormentas em mar, caro Acólito. Demonstra coragem e, além disso, confiança.

A música parou.

— Eu caminho entre as silhuetas da ordem e do caos, canalizando ambos, mas não me tornando nenhum — o Mestre de olhos leitosos iniciou.

— Eu sou o guerreiro que ruma pela tênue linha da divisão — o segundo, mais delicado, entoou a seguir de maneira coordenada.

— Enquanto eu agir para manter o equilíbrio, estarei isento de pecados — foi a voz de Verhitan que finalizou o mantra.

O Mestre de músculos bem definidos abriu lentamente seus olhos apenas depois do findar daquelas palavras. Sua face carregava uma inexpressividade tremenda, as cicatrizes de confrontos dispostas ao longo de seus largos ombros e trapézio dançaram-se como linhas esbranquiçadas conforme, de maneira sutil, ele girou o pescoço de maneira a estalá-lo duas vezes. No segundo crac entoado, depositou um olhar vagaroso sobre Tzo, como se avaliasse-o em seu mais profundo silêncio, julgando-o nos níveis mais inferiores de seu próprio cerne. Realizou um aceno positivo com a cabeça e voltou sua atenção a Anisimn que, sentado, permanecia diante dos demais.

— Creio que já podemos começar, Anisimn. Todo tempo economizado é um tempo bem investido — o dono da longa cicatriz que cruzava os olhos prosseguiu.

— Quem diria, Guong Liu? Soando como Mestre Ma’ren — o de delicadas palavras interveio.

— O motivo de termos chamado-o após tantos dias de reunião, Tzo, é intrínseco aos últimos episódios envolvendo o jovem Mikkel e Knoe. Todos os Mestres puderam participar e dar suas opiniões acerca do caso, discutimos algumas profecias antigas nos reveladas em gerações passadas e, é claro, ponderamos novas decisões julgando sempre a forma como o Grande Sábio teria lidado com a situação — seus olhos voltaram a se fechar. — É difícil inspirar os Iniciados sobre futuros promissores dentro do Monastério quando vêem seus ideais sendo mortos dessa forma. Se não agirmos a tempo de cortar o mal pela raiz…

— Estaremos falhando com tudo o que colocamos em prática em compromisso com o Shijiang — o Mestre da longa trança complementou.

— Exato, irmão Zhang He. Por isso, dedicamos esse ato a alguém que já demonstrou forte comprometimento anteriormente ao intervir na fuga dos Iniciados. Confrontar os seus, ou melhor, os nossos, não é algo fácil: nossa mente e corpo devem estar alinhados acima de tudo.

— Também envolve o fato de você ser uma testemunha. Não do que aconteceu, mas da chegada deles — Verhitan era preciso em suas palavras pesadas como seus punhos. — Entenda que Mikkel precisará de meditações precisas para esquecer aquilo que vivenciou e transformar esse caos no seu interior em um contraposto à ordem que incitamos. Enquanto você parece já ter certa… — franziu o cenho — experiência nisso.

Verhitan estava se referindo a que exatamente? Afinal, o que eles estavam planejando?

— Alastrine precisa estar ciente do que estamos enfrentando nesses tempos. Nossos falcões bico-de-rocha, por algum motivo, não estão sendo respondidos. Enviamos uma carta no exato dia do acontecimento e não recebemos nenhuma resposta até agora, nossa comunicação sempre foi extremamente precisa e no decorrer de apenas um pôr-de-sol com a agilidade dessas espécies.

— O que quer que tenha atacado os nossos, também está interferindo em nossa comunicação aérea. Os céus devem ser o território dessa criatura, suponho. — Ponderou Guong bebericando o seu chá. — Assim, se pegarmos o atalho correto…

— Ainda é cedo para suposições desse tipo, Guong — sempre unido de seu sorriso, Zhang parecia o mais alegre do momento apesar do contexto abordado. — O fato é que nós não sabemos com o que estamos lidando. Todo cuidado é pouco.

Guong expressou um semblante de descontentação em sua face envelhecida como um pergaminho amassado. Verhitan ignorava-os e parecia com o olhar distante.

— De toda forma, Tzo, você não será encarregado dessa função sozinho. O Monastério precisa que você encare os porta-vozes d’a Mão e conte-os o que aconteceu. Entenderá depois o porquê de sua presença ser extremamente necessária. — Anisimn pontuou.

O silêncio foi estabelecido por alguns segundos, como se fosse o momento para que Bakshi digerisse a informação.

— Partirão daqui a três véus do anoitecer. Assim que o quarto sol raiar nascendo entre as montanhas teragume, é tempo de partir. Não sejam vistos por ninguém do Monastério. — Guong passou mais alguns detalhes.

— A propósito, o plural se refere ao seu time, Tzo. Você é a chave, mas não o líder. — Zhang terminou o seu chá.

— Durante esses três dias, encontre um Monge e um Mestre que irão guiá-lo em seu caminho. Como dito anteriormente, as opiniões de todos os Mestres foram levadas em consideração, contudo, o Monge deverá ser escolhido de maneira sucinta: selecione com sabedoria pois, uma vez abordado, ele deverá seguir com você ou, do contrário, iremos refazer todas as nossas coordenadas. Lembre-se que a discrição deve ser mantida a todo custo.

Todos os olhos voltaram-se a Verhitan de repentemente.

O homem soltou um longo suspiro.

— O caminho mais curto deve ser feito num um ponto cego entre as cordilheiras, que leva diretamente a uma área mais pacífica da floresta adiante. Em quatro dias chegarão e em mais quatro voltarão. Suprimentos serão dados e, como não temos acesso a nenhuma montaria, creio que seja uma questão nítida sobre usarem os próprios pés durante essa jornada. — Despejou as informações como se as tivesse estudado há algum tempo.

— Peço encarecidamente para que não se prolongue muito na Capital, caso contrário, nos despertará preocupações. Contudo, antes de prosseguirmos… — Anisimn depositou mais uma dose daquele mesmo chá carmim sobre a xícara de Tzo provavelmente já esvaziada — precisamos do seu consenso para que a missão seja bem sucedida. Se escolher negá-la, sabe que entenderemos e teremos que selecionar Mikken para o caso que, como você sabe, não encontra-se em plenas condições.

Aquelas palavras invocaram um forte fardo sobre os ombros de Tzo. Talvez não conseguisse senti-lo no momento devido às propriedades do chá, mas…

— Você aceita a missão?

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Sex Set 11, 2020 10:36 pm

T alvez o ambiente sereno, somado ao indescritivelmente saboroso chá, tenham sido a razão de eu não sentir o peso de tamanha responsabilidade num primeiro momento. De qualquer modo, dizer não para os Mestres que tanto respeitávamos estava fora de qualquer possibilidade. Sempre os tivemos como os maiores porta-vozes da Balança após o Grande Sábio, e se haviam entrado em consenso todos eles reunidos, um simples Acólito como eu não tinha o direito, nem a sabedoria necessária, para fazê-los mudar suas escolhas.

— Mestres, eu jurei ser o agente do equilíbrio. Fiz uma pausa, inclinando meu dorso e cabeça para baixo, em sinal de aceitação. — Não pretendo quebrar tal promessa.

Tão logo concordei com a grande missão me incumbida, fui dispensado cordialmente pelos mais sábios. Conforme deixava a clareira e iniciava a subida dos degraus para a saída, fui sentindo aquela profunda leveza deixar-me. Quando cheguei na passagem a qual Mestre Ma'ren havia aberto, a mesma ainda encontrava-se daquela forma, como se esperasse meu retorno.

Atravessei-a, deixando de vez para trás a profunda serenidade que aquele local proporcionava, embora me sentisse muito diferente de como estava antes de entrar ali. Meus objetivos novamente se mostravam claros e a Balança precisava de mim. Tais fatos caíam sobre meu corpo como combustível para que eu seguisse em frente com convicção, sem espaço para dissonâncias e sentimentos contrários aos cabíveis ao meu propósito.

Do lado de fora, o sol já despedia-se por entre as montanhas ao longe, apenas alguns feixes de sua luz penetrando as nuvens e mesclando o céu em cores diferentes. Daqui a mais três despedidas, assim que ele decidisse voltar, eu estaria partindo para as Cordilheiras Terragume, deixando o Shijiang depois de cinco anos, e retornando para Alastrine após vinte e um.

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Sáb Set 12, 2020 4:40 pm

P assei o resto da noite e parte da madrugada cogitando quem seria o Monge o qual eu confiaria compartilhar os assuntos a respeito de minha missão. Conforme mencionado pelos Mestres, precisávamos ser discretos acima de tudo, e caso o escolhido por mim decidisse não aceitar acompanhar-me, eu seria desconsiderado como possibilidade e fariam todo um novo planejamento para a execução de seus planos. Isso era inadmissível. Eu não podia falhar com eles.

Dentre tantas possibilidades, em certo momento, cheguei enfim a uma conclusão: Ji'hao Senzou. Era bastante conhecido no monastério, o que ia contra melhores chances de agirmos em segredo, mas haviam pontos específicos que o tornavam uma boa escolha. O primeiro deles era sua experiência.

Todos sabemos o quão habilidoso ele é em combate e seu costume de treinar contra feras nas montanhas nos podia fornecer algum conhecimento do terreno. Claro, Knoe também era um Monge e acabara morto nas cordilheiras, mas a força de Ji'hao ia muito além da de nosso irmão falecido. Se ele nos acompanhasse, eu sentiria-me muito mais seguro quanto ao êxito de nossa missão.

O problema era acessá-lo.

Senzou costuma estar sempre acompanhado pelo monastério, treinando a si mesmo e aos demais em testes de resistência, força e embates físicos. O único momento em que eu podia ter certeza de que estaria sozinho... era no período de meditação pela manhã nos cumes, o mesmo local no qual estive com Jaard sóis atrás. Contudo, Ji'hao sentava-se num dos mais elevados, muito acima daquele onde eu tinha o hábito de estar. Chegar até ele por si só seria um desafio intenso, mas talvez isso lhe mostrasse o quão forte era minha dedicação no assunto.

Dormi, e assim que a claridade da alvorada deu seus primeiros sinais, acordei junto aos demais no dormitório. Não costumávamos comer nada pelos primeiros momentos da manhã. Nos levantamos, trocamos vestes caso necessário, seguimos em conjunto para uma das montanhas no território denominado como pertencente ao Shijiang e lá nos dividíamos, cada um escalando até o nível que seu próprio corpo e alinhamento interior permitisse. Tão logo alguém se cansasse e não fosse mais capaz de subir, deveria sentar-se no ponto onde chegou e meditar por ali.

Iniciei a escalada como fazia em todo raiar do sol, calmo e convicto. Não precisamos de pressa alguma para tal atividade, mas seguimos todos num mesmo ritmo, Iniciados, Acólitos e Monges, trocando poucas palavras com os mais próximos a fim de pouparmos folego. Um dos novatos, ainda inexperiente, aproximou-se empolgado por mais um dia de aprendizado pela frente.

— A harmonia da Balança, irmão Tzo! Cumprimentou-me.

— Que ela nos proporcione o equilíbrio, Irmão Jaard. Respondi.

Seguimos em silêncio por alguns segundos, pois naquela parte em específico algumas pedras pequenas costumam soltar do chão e provocar uma série de escorregões. Nossos passos devem ser firmes, atenciosos e precisos nas escaladas. Qualquer hesitação ou descuido e uma queda de metros nos aguarda - na melhor das situações, ganhamos alguns ossos quebrados. Na pior, a morte.

— Posso meditar com você hoje?

— Posso acompanhá-lo até aquele ponto, mas hoje tentarei ir um pouco mais além.

— MAIS AINDA? Exclamou surpreso, chamando a atenção dos demais. — Desculpem.

Não o respondi, mas não por repreensão, e sim por precisar de foco. Minhas articulações começavam a ficar úmidas de suor e manter uma conversa nesse momento seria como abrir portas e convidar a fadiga para entrar. Por mais que eu realizasse aquele percurso matinalmente, ele não deveria ser subestimado. Os que o faziam, passados dez minutos agora, começavam a sentir e entender os impactos corporais do ar rarefeito somado a movimentação em terreno íngreme.

Panturrilhas doloridas, cansaço no peito, respiração curta e aceleramento cardíaco eram apenas os primeiros efeitos, seguidos depois por câimbras, visão turva, náuseas, dores de cabeça e em casos mais intensos, vômitos. Tais sintomas não mais me ocorriam há muito tempo devido à prática, mas não estaria livre deles hoje quando tentasse superar meus próprios limites e alcançar Ji'hao.

— Nossa, ufa... só mais alguns metros. Jaard agradecia, próximo do seu ponto de parada.

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