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- KallistoHemomancia
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[CL] Confiança
Seg Nov 16, 2020 5:23 pm
chansudesu gosta desta mensagem
- KallistoHemomancia
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Re: [CL] Confiança
Seg Nov 16, 2020 6:13 pm
O Sol já seguia caminho para encontrar seu ocaso colorindo o céu com os tons do crepúsculo. Os raios alaranjados do Sol tentavam tingir a sóbria cor predominante na Baía das Cinzas. Uma brisa do mar atravessava o cais do abatedouro e invadia as ruas da cidade levando consigo seu sabor salgado. Pessoas gritavam tentando aproveitar os últimos momentos disponíveis para vender seus itens. Boa parte dos comerciantes comuns preferia evitar a noite, abrindo espaço para aqueles que viviam do contrabando se esgueirarem pelos becos. A maioria dos que passavam pelas ruas mantinha um passo rápido. Uma goblin passou correndo por entre as pernas das pessoas tentando alcançar algo de valor e ocultou-se em um beco. Um pescador erguia seu último pescado e oferecia um belo desconto para quem comprasse.
Calixto caminhava a passos lentos. Estava cansado e desabrigado. O casebre onde morou por um bom tempo fora invadido por uma gangue. Ele chegou a ponderar se valeria a pena lutar para reivindicar a posse do lugar, mas estava em desvantagem numérica e o local era infestado por ratos. Não valeria o esforço empregado. Com a noite chegando ao céu, ele sabia que precisava ou de um novo abrigo, ou de uma ocupação.
Um pouco mais à frente, avistou a taverna “O Caldeirão Furado”, local onde se encontrava boa bebida e prostitutas de qualidade. Talvez a resposta para seu probleminha de abrigo se encontrava ali dentro. A taverna sempre possuía um mural com requisições de trabalho. Assim que adentrou o lugar, uma mulher se aproximou.
— Eu já estava com saudades de você, gatão. — Sua voz era macia e um tanto sedutora. Trajava uma roupa de odalisca e diversas joias (que certamente eram falsas). A mulher lançou-se sobre Calixto abrançando-o com uma de suas mãos e alisando o chifre do tiefling com a outra. Ele apenas esboçou um sorriso malicioso.
— Eu estive com você ontem, Valeska. E, para a infelicidade deste pobre aventureiro, estou aqui hoje a trabalho. — Calixto fez uma expressão de gato surrado e desvencilhou-se da mulher tomando a direção do mural.
Calixto caminhava a passos lentos. Estava cansado e desabrigado. O casebre onde morou por um bom tempo fora invadido por uma gangue. Ele chegou a ponderar se valeria a pena lutar para reivindicar a posse do lugar, mas estava em desvantagem numérica e o local era infestado por ratos. Não valeria o esforço empregado. Com a noite chegando ao céu, ele sabia que precisava ou de um novo abrigo, ou de uma ocupação.
Um pouco mais à frente, avistou a taverna “O Caldeirão Furado”, local onde se encontrava boa bebida e prostitutas de qualidade. Talvez a resposta para seu probleminha de abrigo se encontrava ali dentro. A taverna sempre possuía um mural com requisições de trabalho. Assim que adentrou o lugar, uma mulher se aproximou.
— Eu já estava com saudades de você, gatão. — Sua voz era macia e um tanto sedutora. Trajava uma roupa de odalisca e diversas joias (que certamente eram falsas). A mulher lançou-se sobre Calixto abrançando-o com uma de suas mãos e alisando o chifre do tiefling com a outra. Ele apenas esboçou um sorriso malicioso.
— Eu estive com você ontem, Valeska. E, para a infelicidade deste pobre aventureiro, estou aqui hoje a trabalho. — Calixto fez uma expressão de gato surrado e desvencilhou-se da mulher tomando a direção do mural.
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Re: [CL] Confiança
Ter Nov 17, 2020 2:48 pm
Nível Simples
Quest: O colar afanado
Descrição: Enquanto observava o quadro de missões, Calista percebe que havia um pergaminho cuja caligrafia, claramente feminina, lhe chamava mais atenção. Era um pedido de resgate e devolução de um colar, que aparentemente havia sido roubado de sua dona, a qual fixara o pedido no quadro. Ao que tudo indicava, o fato havia ocorrido há poucos dias, durante o anoitecer, em uma rua pouco movimentada da cidade. No pergaminho podia ser encontrado o nome da mulher - Madame Norrra - bem como seu endereço, uma rua movimentada, bem distante daquela onde ocorrera o roubo. No topo, um desenho ricamente detalhado do colar encabeçava o pedido.
Obs¹: Uma missão simples e que te da muita liberdade tanto para desenvolvimento quanto para, caso queira, usar dos teus outros dois dados sorteados;
Recompensas: 50 de XP — Baú Básico — Ouro a ser definido na conclusão
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Missão: O colar afanado [parte 1]
Ter Nov 17, 2020 5:37 pm
O mural nunca estava vazio e apresentava diversas propostas de missões simples a complexas. Os olhos vermelhos do tiefling analisaram rapidamente o todo e pararam ao avistar um pergaminho de boa qualidade e com uma bela escrita. Ele arrancou a solicitação e passou a ler.
— Uma donzela, vítima da violência e do caos da Baía. Poderia eu pedir missão mais digna? — Calixto apertava o pergaminho contra o peito enquanto mirava para o teto perdido em seus próprios pensamentos.
Seguiu por entre os ébrios da taverna até o balcão.
— Ei, Baldur, reconhece esse pergaminho aqui? — O tiefling já chegou apoiando todo o corpo sobre o balcão e inclinando-se em direção ao dono da taverna. Em sua mão direita exibia o pergaminho.
Baldur era um orc que há anos havia se aposentado da vida de guerreiro. Mas, apesar de não possuir a jovialidade, os músculos expostos indicavam que ele nunca parara de treinar. Em meio à lei do mais forte, todos da Baía sabiam que alguns lugares eram perigosos demais para tentar iniciar uma confusão. A taverna do Caldeirão Furado era um deles. Ninguém ousava irritar Baldur. Pode-se dizer que a taverna possuía os bêbados mais educados da cidade. Os que fugiam da linha era retirados do local com toda a educação que um orc guerreiro poderia proporcionar.
O orc estava limpando uma caneca com um pano que não parecia muito higiênico. Ele se inclinou para dar uma boa olhada e fungou.
— E eu lá vou lembrar. Todo dia vem alguém enfiar papel naquele mural. — Com a caneca “limpa”, encheu-a de cerveja e entregou para um homem que estava praticamente vermelho de tão bêbado.
— Vamos lá, Baldur! Olha essa letra! É uma mulher bonita com certeza. Imagino que perfumada e com belas roupas.
O orc estava ficando impaciente com a insistência, mas acabou cedendo e fez uma expressão que parecia estar buscando algo em sua mente.
— É… acho que vi uma mulher desse tipo aí próxima ao mural. — Pegou a caneca vazia de um cliente e a reabasteceu. — Ela estava acompanhada de outra mulher. Só isso que sei. Agora pode sair de cima do meu balcão.
Calixto franziu a testa em descontentamento, pois esperava informações melhores. Afastou-se do balcão e agradeceu o orc com uma reverência.
Deixando a taverna para trás, ele agora precisava seguir para o endereço indicado no pergaminho.
Prezado leitor, há alguns dias fui roubada e perdi meu precioso colar. Darei todos os detalhes necessários pessoalmente, portanto, venha à minha casa no endereço abaixo.
Madame Norrra
— Uma donzela, vítima da violência e do caos da Baía. Poderia eu pedir missão mais digna? — Calixto apertava o pergaminho contra o peito enquanto mirava para o teto perdido em seus próprios pensamentos.
Seguiu por entre os ébrios da taverna até o balcão.
— Ei, Baldur, reconhece esse pergaminho aqui? — O tiefling já chegou apoiando todo o corpo sobre o balcão e inclinando-se em direção ao dono da taverna. Em sua mão direita exibia o pergaminho.
Baldur era um orc que há anos havia se aposentado da vida de guerreiro. Mas, apesar de não possuir a jovialidade, os músculos expostos indicavam que ele nunca parara de treinar. Em meio à lei do mais forte, todos da Baía sabiam que alguns lugares eram perigosos demais para tentar iniciar uma confusão. A taverna do Caldeirão Furado era um deles. Ninguém ousava irritar Baldur. Pode-se dizer que a taverna possuía os bêbados mais educados da cidade. Os que fugiam da linha era retirados do local com toda a educação que um orc guerreiro poderia proporcionar.
O orc estava limpando uma caneca com um pano que não parecia muito higiênico. Ele se inclinou para dar uma boa olhada e fungou.
— E eu lá vou lembrar. Todo dia vem alguém enfiar papel naquele mural. — Com a caneca “limpa”, encheu-a de cerveja e entregou para um homem que estava praticamente vermelho de tão bêbado.
— Vamos lá, Baldur! Olha essa letra! É uma mulher bonita com certeza. Imagino que perfumada e com belas roupas.
O orc estava ficando impaciente com a insistência, mas acabou cedendo e fez uma expressão que parecia estar buscando algo em sua mente.
— É… acho que vi uma mulher desse tipo aí próxima ao mural. — Pegou a caneca vazia de um cliente e a reabasteceu. — Ela estava acompanhada de outra mulher. Só isso que sei. Agora pode sair de cima do meu balcão.
Calixto franziu a testa em descontentamento, pois esperava informações melhores. Afastou-se do balcão e agradeceu o orc com uma reverência.
Deixando a taverna para trás, ele agora precisava seguir para o endereço indicado no pergaminho.
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Missão: O colar afanado [parte 2]
Ter Nov 17, 2020 6:57 pm
O endereço não era muito distante, uma vez que Calixto já estava na região mais movimentada da cidade. A esta altura, as estrelas já pintavam os céus e diversas tochas eram acesas pelas ruas. Ao chegar no local indicado, se viu diante de uma casa com uma entrada muito bem limpa e conservada. “Digna de uma donzela”, pensou o jovem.
Aproximou-se da porta e bateu três vezes. Instantaneamente ela se abriu revelando uma grande sala com diversos livros no chão. O tiefling adentrou, mas não localizou ninguém além de um gato dormindo em cima de um livro aberto.
— Madame Norrra? — falou em tom alto na expectativa de que a mulher o ouvisse de onde estivesse. Mas apenas assustou o gato que saltou de onde estava e correu para trás do sofá. Nada mais além disso.
Calixto deu de ombros e caminhou pela sala observando os livros pelo chão. Os títulos se referiam à queima da mana primal, conceitos do estudo de magia e hemomancia. Seja quem fosse sua contratante, era alguém intelectual e curiosa a respeito da magia do sangue.
— Desculpe-me a demora, nobre cavalheiro.
Repentinamente uma voz feminina surgiu atraindo a atenção do tiefling. Uma bela mulher estava de pé detrás do sofá. Possuía longos cabelos negros que escorriam pelas suas costas. Seu rosto era jovial, mas a tonalidade de sua pele era pálida, quase como se estivesse doente. Ela deu a volta no sofá e sentou-se, fazendo um sinal para que Calixto fizesse o mesmo na poltrona logo atrás dele.
— É uma honra poder auxiliá-la, madame.
— A honra é minha por ter concedido a mim parte do seu tempo. — A mulher ajeitou o cabelo e cruzou as pernas. — Aliás, perdoe-me a bagunça. Às vezes me perco nos estudos. — Sorriu.
— Não há porque de se desculpar. Não há nada mais belo do que buscar conhecimento.
— Como prometido, darei alguns detalhes que possa ajudá-lo. Há dois dias, estive na região das docas em um beco próximo a uma tenda de ervas. Como estava distraída, alguém encapuzado passou correndo por mim e puxou o colar de meu pescoço. Eu ainda tentei persegui-lo, mas foi em vão. Devido ao meu estado atual, não consigo empreender uma investigação por conta própria e muito menos enfrentar o ladrão.
— Que criatura vil se aproveitaria da fragilidade de uma bela mulher? Mas diga-me uma coisa, você mora sozinha?
— Sim. Desde que cheguei à Baía.
— E quem era a mulher que estava te acompanhando no dia em que você publicou o pergaminho?
— Era Tasha, minha empregada. Ela vem periodicamente realizar a limpeza da casa.
— Quando foi a última vez que ela veio aqui?
— Foi no mesmo dia do roubo. Enquanto eu estava no beco, ela estava comprando alguns peixes. Logo após o ocorrido, fomos diretamente à taverna.
— Entendo. Não temas, minha bela donzela. Seu infortúnio será revertido em alegria.
Calixto ergueu-se da poltrona com energia e fez uma pose de heroi conseguindo outro sorriso de Norrra. Enquanto deixava a casa da mulher, pensou na bela caminhada que teria que fazer até a região das docas.
Aproximou-se da porta e bateu três vezes. Instantaneamente ela se abriu revelando uma grande sala com diversos livros no chão. O tiefling adentrou, mas não localizou ninguém além de um gato dormindo em cima de um livro aberto.
— Madame Norrra? — falou em tom alto na expectativa de que a mulher o ouvisse de onde estivesse. Mas apenas assustou o gato que saltou de onde estava e correu para trás do sofá. Nada mais além disso.
Calixto deu de ombros e caminhou pela sala observando os livros pelo chão. Os títulos se referiam à queima da mana primal, conceitos do estudo de magia e hemomancia. Seja quem fosse sua contratante, era alguém intelectual e curiosa a respeito da magia do sangue.
— Desculpe-me a demora, nobre cavalheiro.
Repentinamente uma voz feminina surgiu atraindo a atenção do tiefling. Uma bela mulher estava de pé detrás do sofá. Possuía longos cabelos negros que escorriam pelas suas costas. Seu rosto era jovial, mas a tonalidade de sua pele era pálida, quase como se estivesse doente. Ela deu a volta no sofá e sentou-se, fazendo um sinal para que Calixto fizesse o mesmo na poltrona logo atrás dele.
— É uma honra poder auxiliá-la, madame.
— A honra é minha por ter concedido a mim parte do seu tempo. — A mulher ajeitou o cabelo e cruzou as pernas. — Aliás, perdoe-me a bagunça. Às vezes me perco nos estudos. — Sorriu.
— Não há porque de se desculpar. Não há nada mais belo do que buscar conhecimento.
— Como prometido, darei alguns detalhes que possa ajudá-lo. Há dois dias, estive na região das docas em um beco próximo a uma tenda de ervas. Como estava distraída, alguém encapuzado passou correndo por mim e puxou o colar de meu pescoço. Eu ainda tentei persegui-lo, mas foi em vão. Devido ao meu estado atual, não consigo empreender uma investigação por conta própria e muito menos enfrentar o ladrão.
— Que criatura vil se aproveitaria da fragilidade de uma bela mulher? Mas diga-me uma coisa, você mora sozinha?
— Sim. Desde que cheguei à Baía.
— E quem era a mulher que estava te acompanhando no dia em que você publicou o pergaminho?
— Era Tasha, minha empregada. Ela vem periodicamente realizar a limpeza da casa.
— Quando foi a última vez que ela veio aqui?
— Foi no mesmo dia do roubo. Enquanto eu estava no beco, ela estava comprando alguns peixes. Logo após o ocorrido, fomos diretamente à taverna.
— Entendo. Não temas, minha bela donzela. Seu infortúnio será revertido em alegria.
Calixto ergueu-se da poltrona com energia e fez uma pose de heroi conseguindo outro sorriso de Norrra. Enquanto deixava a casa da mulher, pensou na bela caminhada que teria que fazer até a região das docas.
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3. Missão [em andamento]
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Missão: O colar afanado [parte 3]
Ter Nov 17, 2020 9:27 pm
Enquanto caminhava, o cenário aos poucos ia sendo modificando no tocante à quantidade de transeuntes nas ruas. Durante a noite, as docas costumavam ficar praticamente vazias. Algumas pequenas aglomerações podem ser vistas com a chegada de embarcações, mas logo cada um seguia seu ruma desaparecendo pelas ruas ou entre os becos. O silêncio imperava permitindo poucos sons surgirem: passos de um ou outro, cochichos, coisas sendo arrastadas, grunhidos entre outros.
Calixto localizou o local onde supostamente ficaria a tenda de ervas que Madame Norrra citara. O beco era ao lado e fedia a urina, fezes e lixo. A escuridão do local não incomodaram a visão aguçada do tiefling. Alguns ratos passaram correndo ao notar a presença do homem ali. Calixto levou o cotovelo ao nariz na tentativa falha de diminui o desagradável odor e seguiu até o fim do beco. Em sua cabeça, imaginava não haver nada útil ali, afinal, haviam se passado três dias desde o roubo. Quaisquer vestígios certamente já estaria apagados ou destruídos. Entretanto, não custava dar uma olhada.
O beco levava até o outro lado da rua que também estava pouquíssima movimentada. Antes de desistir da procura ali, sentiu a presença de algo atrás de si. Sacou rapidamente Cècil e, virando-se rapidamente, apontou a espada em direção ao chão. Uma pequena criatura com grandes olhos amarelos e brilhantes estava com a mãozinha erguida na tentativa de pegar algo dos bolsos de Calixto. Não era possível identificar mais detalhes devido a ela estar coberta com um capuz. Ao ver a espada apontada para si, a criatura gritou e levantou as mãos se rendendo.
— E você quem é…? — O tom de Calixto era sério e ameaçador. A criatura sequer ousava em se mexer.
— Des-desculpa. Eu não ia. Eu sou Miu. Eu não ia. — A voz era feminina, um tanto aguda e estava trêmula devido à situação em que se encontrava.
Olhando mais de perto, o tiefling notou se tratar de uma goblin. Suas grandes orelhas estavam abaixadas denotando seu medo e seu corpo estava quase todo envolto por faixas brancos. Os cabelos negros de Miu eram longos e bagunçados caindo vários fios na frente do seu rosto. Calixto guardou Cècil na bainha.
— Para a sua sorte, seu alvo hoje fui eu. Mas talvez você não tenha sorte um outro dia.
— Eu agradeço, eu agradeço. Não vou tentar te roubar mais. — Miu balançou a cabeça várias vezes de um lado para outro fazendo o capuz que cobria sua cabeça cair para trás. Automaticamente a goblin ficou desesperada para se cobrir e esconder seu rosto do tiefling.
— Você sempre está por aqui nas docas?
— Sim, sim, sim. Eu moro aqui nas ruas.
— Viu algum roubo que aconteceu neste beco uns três dias atrás?
— Sempre vejo roubos. Tem roubos toda hora aqui. — Ela sorriu desajeitada enquanto puxava mais ainda o capuz.
— E uma mulher, muito pálida, com longos cabelos negros. Ela quem foi roubada. Lembra de algo?
Miu parou alguns segundos refletindo consigo mesma. Repentinamente apresentou uma expressão animada arregalando os olhos e abrindo um sorriso largo que exibiu seus dentes afiados.
— EU LEMBRO! Eu tava fugindo do pescador e trombei com alguém que saiu correndo daqui. Quando vi, uma mulher que parece com o que você falou estava gritando por socorro. Eu fiquei brava porque quando trombei com ele acabei jogando o peixe pra trás e o pescador pegou e fiquei sem comida. Daí fiquei com raiva e comecei a correr atrás dele. Daí ele entrou numa casa, mas quando entrei atrás dele ele não tava lá. Daí eu fiquei frustrada e dormi com fome. — Miu falou rapidamente, mal tomando fôlego entre uma frase e outra. Ao final de sua fala, o rosto empolgado deu lugar a um rosto que denotava a dor por ter passado fome naquele dia.
— Muita informação, não é mesmo? — Calixto sorriu. — Obrigado, Miu. Você foi tão prestativa que merece uma recompensa. — Os olhos da goblin brilharam animados novamente. — Sabe onde fica a taverna O Caldeirão Furado? — Confirmou que sim. — Vá até lá e diga essas mesmas palavras: “Calixto ‘Fatum’ está me pagando um jantar e te dará o dinheiro quando resolver o problema de Norrra”. Fale diretamente com Baldur. — Miu gritou de alegria e começou a correr em direção à taverna. — EI, MIU! Mas preciso que você me mostre a casa que você mencionou.
Calixto localizou o local onde supostamente ficaria a tenda de ervas que Madame Norrra citara. O beco era ao lado e fedia a urina, fezes e lixo. A escuridão do local não incomodaram a visão aguçada do tiefling. Alguns ratos passaram correndo ao notar a presença do homem ali. Calixto levou o cotovelo ao nariz na tentativa falha de diminui o desagradável odor e seguiu até o fim do beco. Em sua cabeça, imaginava não haver nada útil ali, afinal, haviam se passado três dias desde o roubo. Quaisquer vestígios certamente já estaria apagados ou destruídos. Entretanto, não custava dar uma olhada.
O beco levava até o outro lado da rua que também estava pouquíssima movimentada. Antes de desistir da procura ali, sentiu a presença de algo atrás de si. Sacou rapidamente Cècil e, virando-se rapidamente, apontou a espada em direção ao chão. Uma pequena criatura com grandes olhos amarelos e brilhantes estava com a mãozinha erguida na tentativa de pegar algo dos bolsos de Calixto. Não era possível identificar mais detalhes devido a ela estar coberta com um capuz. Ao ver a espada apontada para si, a criatura gritou e levantou as mãos se rendendo.
— E você quem é…? — O tom de Calixto era sério e ameaçador. A criatura sequer ousava em se mexer.
— Des-desculpa. Eu não ia. Eu sou Miu. Eu não ia. — A voz era feminina, um tanto aguda e estava trêmula devido à situação em que se encontrava.
Olhando mais de perto, o tiefling notou se tratar de uma goblin. Suas grandes orelhas estavam abaixadas denotando seu medo e seu corpo estava quase todo envolto por faixas brancos. Os cabelos negros de Miu eram longos e bagunçados caindo vários fios na frente do seu rosto. Calixto guardou Cècil na bainha.
— Para a sua sorte, seu alvo hoje fui eu. Mas talvez você não tenha sorte um outro dia.
— Eu agradeço, eu agradeço. Não vou tentar te roubar mais. — Miu balançou a cabeça várias vezes de um lado para outro fazendo o capuz que cobria sua cabeça cair para trás. Automaticamente a goblin ficou desesperada para se cobrir e esconder seu rosto do tiefling.
— Você sempre está por aqui nas docas?
— Sim, sim, sim. Eu moro aqui nas ruas.
— Viu algum roubo que aconteceu neste beco uns três dias atrás?
— Sempre vejo roubos. Tem roubos toda hora aqui. — Ela sorriu desajeitada enquanto puxava mais ainda o capuz.
— E uma mulher, muito pálida, com longos cabelos negros. Ela quem foi roubada. Lembra de algo?
Miu parou alguns segundos refletindo consigo mesma. Repentinamente apresentou uma expressão animada arregalando os olhos e abrindo um sorriso largo que exibiu seus dentes afiados.
— EU LEMBRO! Eu tava fugindo do pescador e trombei com alguém que saiu correndo daqui. Quando vi, uma mulher que parece com o que você falou estava gritando por socorro. Eu fiquei brava porque quando trombei com ele acabei jogando o peixe pra trás e o pescador pegou e fiquei sem comida. Daí fiquei com raiva e comecei a correr atrás dele. Daí ele entrou numa casa, mas quando entrei atrás dele ele não tava lá. Daí eu fiquei frustrada e dormi com fome. — Miu falou rapidamente, mal tomando fôlego entre uma frase e outra. Ao final de sua fala, o rosto empolgado deu lugar a um rosto que denotava a dor por ter passado fome naquele dia.
— Muita informação, não é mesmo? — Calixto sorriu. — Obrigado, Miu. Você foi tão prestativa que merece uma recompensa. — Os olhos da goblin brilharam animados novamente. — Sabe onde fica a taverna O Caldeirão Furado? — Confirmou que sim. — Vá até lá e diga essas mesmas palavras: “Calixto ‘Fatum’ está me pagando um jantar e te dará o dinheiro quando resolver o problema de Norrra”. Fale diretamente com Baldur. — Miu gritou de alegria e começou a correr em direção à taverna. — EI, MIU! Mas preciso que você me mostre a casa que você mencionou.
Lvl 01 (5/100)
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Mana (40/40)
ST (25/25)
HP (20/20)
Mana (40/40)
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1. Coringa=Gossip[Informação conseguida através de Miu]
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Missão: O colar afanado [parte 4]
Ter Nov 17, 2020 10:45 pm
A casa, que estava mais para casebre, ficava a cinco quarteirões do beco. Feita de madeira, possuía um aspecto bastante velho e abandonado. A porta da frente estava trancada. Mas, ao lado, uma janela quebrada o convidava a entrar. Não havia nada ali dentro, era um único cômodo inteiramente vazio. Conseguiu identificar mais duas janelas, mas ambas estavam firmemente trancadas.
“O ladrão entrou aqui e fora seguido por Miu, mas ela não o encontrou. Se as únicas saídas são as outras duas janelas que não demonstram sinais de rompimento, há algo escondido por aqui.”, pensou tomando a bainha da espada em mãos e começando a bater no chão.
Ao final do cômodo, bem próximo à parede, Calixto sentiu o com oco ao bater no chão. Abaixou-se e olhou mais de perto. Notou uma fina abertura, uma espécie de falha no chão. Aparentemente se tratava de um alçapão, mas sem nenhuma alça.
— Isso aqui não foi feito para ser aberto por fora. Então alguém já estava esperando o ladrão. — Calixto levantou-se do chão e deu uma última olhada no cômodo na tentativa de encontrar algum objeto fino, mas não havia nada. — Me perdoe, Cècil. — O tiefling pegou a espada e usou sua ponta para enfiar na fresta do alçapão e puxá-lo para cima. Após o ato, ele beijou Cècil e a guardou novamente.
O caminho revelado estava escuro e possuía apenas uma vertical. Graças à sua visão, Calixto viu que a altura era de uns cinco metros aproximadamente. Passo a passo ele desceu a escada alcançando o solo firme novamente. Dando uma boa olhada ao redor, estava numa espécie de sala um pouco menor que o cômodo acima, mas que possuía duas portas. De uma delas, o tiefling era capaz de ouvir um barulho abafado.
Empunhando Cècil, aproximou-se da porta e a abriu rapidamente e ficando em guarda. A porta revelou um cubículo de no mais ou menos 3m². No chão estava uma pessoa amordaçada. As duas mãos amarradas e erguidas para cima estando a corda presa em um gancho no teto; os pés também estavam amarrados. Era um homem, meio-orc com uma expressão furiosa no rosto.
— Ora, ora, mas o que é isso aqui? — Calixto tirou a mordaça do homem e logo ele passou a falar.
— CORTA ESSA CORDA QUE EU VOU ESMAGAR AQUELES DESGRAÇADOS!!
— Sshh! — O tiefling se aproximou tapando a boca do meio-orc. — Você quer anunciar que estou aqui? E porque eu ajudaria um estranho? Se está amarrado é por alguma razão.
— Se você está aqui atrás deles, é porque sabe que são gente de merda. Então está claro que sou uma vítima aqui.
— É… você tem um ponto. — Com dois movimentos certeiros da espada, cortou as cordas.
Imediatamente o meio-orc se levantou e fez um alongamento nos ombros. Olhando mais de perto, Calixto notou que ele trajava uma calça de couro preta e um colete de couro. Um sobretudo preto o cobria completando o conjunto. Os cabelos negros e curtos estavam penteados para trás. Duas presas inferiores ficavam expostas e os olhos de coloração dourada eram um tanto sedutores.
— Valeu aí, mas agora preciso terminar algo. — O meio-orc bateu o pé no chão e uma marreta de pedra surgiu à sua frente. Ele a agarrou com as duas mãos e saiu correndo em direção à segunda porta. — EU PEGO VOCÊS, DESGRAÇADOS!
Calixto apenas bateu a mão no rosto em descontentamento e correu atrás dele.
“O ladrão entrou aqui e fora seguido por Miu, mas ela não o encontrou. Se as únicas saídas são as outras duas janelas que não demonstram sinais de rompimento, há algo escondido por aqui.”, pensou tomando a bainha da espada em mãos e começando a bater no chão.
Ao final do cômodo, bem próximo à parede, Calixto sentiu o com oco ao bater no chão. Abaixou-se e olhou mais de perto. Notou uma fina abertura, uma espécie de falha no chão. Aparentemente se tratava de um alçapão, mas sem nenhuma alça.
— Isso aqui não foi feito para ser aberto por fora. Então alguém já estava esperando o ladrão. — Calixto levantou-se do chão e deu uma última olhada no cômodo na tentativa de encontrar algum objeto fino, mas não havia nada. — Me perdoe, Cècil. — O tiefling pegou a espada e usou sua ponta para enfiar na fresta do alçapão e puxá-lo para cima. Após o ato, ele beijou Cècil e a guardou novamente.
O caminho revelado estava escuro e possuía apenas uma vertical. Graças à sua visão, Calixto viu que a altura era de uns cinco metros aproximadamente. Passo a passo ele desceu a escada alcançando o solo firme novamente. Dando uma boa olhada ao redor, estava numa espécie de sala um pouco menor que o cômodo acima, mas que possuía duas portas. De uma delas, o tiefling era capaz de ouvir um barulho abafado.
Empunhando Cècil, aproximou-se da porta e a abriu rapidamente e ficando em guarda. A porta revelou um cubículo de no mais ou menos 3m². No chão estava uma pessoa amordaçada. As duas mãos amarradas e erguidas para cima estando a corda presa em um gancho no teto; os pés também estavam amarrados. Era um homem, meio-orc com uma expressão furiosa no rosto.
— Ora, ora, mas o que é isso aqui? — Calixto tirou a mordaça do homem e logo ele passou a falar.
— CORTA ESSA CORDA QUE EU VOU ESMAGAR AQUELES DESGRAÇADOS!!
— Sshh! — O tiefling se aproximou tapando a boca do meio-orc. — Você quer anunciar que estou aqui? E porque eu ajudaria um estranho? Se está amarrado é por alguma razão.
— Se você está aqui atrás deles, é porque sabe que são gente de merda. Então está claro que sou uma vítima aqui.
— É… você tem um ponto. — Com dois movimentos certeiros da espada, cortou as cordas.
Imediatamente o meio-orc se levantou e fez um alongamento nos ombros. Olhando mais de perto, Calixto notou que ele trajava uma calça de couro preta e um colete de couro. Um sobretudo preto o cobria completando o conjunto. Os cabelos negros e curtos estavam penteados para trás. Duas presas inferiores ficavam expostas e os olhos de coloração dourada eram um tanto sedutores.
— Valeu aí, mas agora preciso terminar algo. — O meio-orc bateu o pé no chão e uma marreta de pedra surgiu à sua frente. Ele a agarrou com as duas mãos e saiu correndo em direção à segunda porta. — EU PEGO VOCÊS, DESGRAÇADOS!
Calixto apenas bateu a mão no rosto em descontentamento e correu atrás dele.
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1. Coringa=Gossip[Informação conseguida através de Miu]
2. Monstro
3. Missão [em andamento]
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Data de inscrição : 14/11/2020
Missão: O colar afanado [final]
Qua Nov 18, 2020 11:20 am
A segunda porta guardava um extenso corredor que logo mais à frente se dividia em cinco caminhos. O meio-orc não hesitou ao escolher um dos caminhos. Calixto continuava a segui-lo. Certamente o homem já deveria conhecer aqueles corredores. Mas por se tratar de alguém de linhagem orquina e por estar irritado, o tiefling ainda se preocupava em estar sendo levado para um beco sem saída.
O caminho finalmente pareceu levar a algum lugar. Calixto apoiou-se na parede para recuperar o fôlego enquanto o meio-orc seguiu para uma câmara mais à frente. Algumas tochas iluminavam seu interior. O tiefling deu uma volta no lugar passando a mão pela parede. Não havia nada ali. Apenas um beco sem saída. Ele suspirou lamentado sobre si mesmo.
— Por que vocês têm que ser assim? — O meio-orc ignorou o comentário e arremessou a marreta em direção ao tiefling. Calixto abaixou-se rapidamente e sentiu a marreta passando por cima de mim e atingir fortemente a parede. — EI! CADÊ SEU SENSO DE HUMOR? Hã!? — Mal terminara de falar e a marreta caiu em cima de sua cabeça juntamente com pedaços de madeira. Olhando para trás, Calixto viu que o local atingido era um porta camuflada. Ele cerrou os olhos em direção ao meio-orc. — Custava ter avisado?
O meio-orc bateu o pé novamente no chão e uma lança de pedra surgiu. Assim que a empunhou, saiu correndo pelo caminho revelado. O tiefling apenas suspirou e o seguiu novamente.
— Sinto cheiro dos imundos. — O orquino parou abruptamente fazendo com que Calixto tombasse nas costas dele. Com um impulso, atirou a lança com toda sua força enquanto o tiefling espiava curioso por cima do ombro. Um breve silêncio e um grito de dor de alguém. — RÁ! — Sorriu.
— Bela pontaria, bonitão. Agora permita-me.
Calixto empunhou Cècil e correu com toda velocidade na direção da lança. Seus olhos rubros começavam a avistar alguém caído no chão e outra figura agachada próximo. O local começou a se iluminar repentinamente assim como o calor que aumentara. O tiefling se jogou no chão e uma bola de fogo passou direto sobre ele e explodiu contra um escudo de pedra. Ao olhar para trás, viu o meio-orc com uma expressão de “sério?”.
— Sou frágil… — Riu.
O escudo fora arremessado em direção às duas figuras mais à frente e agora uma espada surgia no chão. Calixto levantou-se e bateu a poeira. Lado a lado, os dois empunhavam suas espadas contra os outros dois mais à frente.
— Então, espero que saiba trabalhar em — e o meio-orc saiu gritando com a espada erguida — equipe. É…
A batalha se iniciara com um confronto de espadas entre o meio-orc e a figura que antes estava agachada. A outra personagem no conflito, que outrora estava caída no chão, agora permanecia em pé apoiada na parede e com uma mão erguida em direção de Calixto. O fogo surgiu novamente. O tiefling esquivou para o lado, mas outra bola de fogo já estava preparada e o atingiu. Ele sempre levava uma pequena desvantagem em combate à distância.
Lambendo os lábios e com um sorriso sádico, Calixto passou a mão na lâmina de Cècil a imbuindo com sua mana fazendo com que a mesma adquirisse uma tonalidade rubra. Mais uma bola de fogo, mas desta vez ele não tentou desviar. O impacto e o calor o atingiram. Doeu, mas ele percebeu que a magia lançada estava mais enfraquecida. Talvez porque o conjurador estava ferido?
O tiefling começou a correr passando por entre os combatentes que brandiam suas espadas e, esquivando de mais uma bola de fogo, saltou para o chão dando um cambalhota e pegou o escudo de pedra. Imediatamente arremessou o escudo em direção ao conjurador da magia de fogo e correu em seu direção com a espada preparada. Ao tentar se defender do escudo, o conjurador não percebeu o tiefling se aproximando e a espada sendo encravada em seu coração. Calixto abraçou a pessoa e continuou a pressionar a espada contra sua vítima. Ele sentia o sangue de sua presa em contato com sua mana na lâmina da espada e seu vigor retornar.
O conjurador caiu no chão e, só então, Calixto percebeu se tratar de uma mulher. O rosto era jovial e os longos cabelos loiros ondulados estavam entrelaçado em uma trança. Já os olhos azuis haviam perdido o brilho da vida. Com uma rápida vistoria, o colar de Norrra fora encontrado em um dos bolsos da mulher.
— TASHA!!!
— Hã?
A voz masculina irrompeu da direção onde havia o duelo de espadas. O adversário do meio-orc largou a espada e lançou-se sobre o corpo sem vida da mulher.
— Não, meu amor. Estávamos quase lá. Quase lá… — Ele falava entre soluços e lágrimas enquanto apoiava a cabeça da mulher em seu colo. O meio-orc se aproximou com a espada apoiada o ombro e com uma expressão chorosa. — VOCÊ! SEU DESGRAÇADO!!!
— O crime não compensa quando se é capturado. Meu trabalho era recuperar este colar. — Calixto ergueu o colar na direção do homem e o guardou em seu bolso.
— ESSE COLAR ERA DELA! FOI A DESGRAÇADA DA NORRRA?
— Não tenho interesse em pormenores. — O tiefling ergueu a espada pronto para cortar a garganta do homem, mas foi impedido pelo meio-orc choroso.
— Eu quero ouvir. — falou o meio-orc fungando.
— Não adianta mais… do que adianta agora? — Ele alisou o rosto de sua amada e beijou sua testa. — Este colar era herança de família de Tasha. Quando ela foi trabalhar com Norrra, teve seu colar tomado à força. Aquela bruxa disse que precisava de um objeto de valor afetivo poderoso para concluir uma magia. Tasha não tinha poder para enfrentar diretamente sua patroa, por isso recorreu a mim para roubarmos de volta seu colar. Hoje estávamos em rota de fuga para o condado, mas… mas…
— Poético. — Calixto brandiu sua espada e cortou a garganta do homem que caiu sobre Tasha ali permanecendo. O meio-orc enxugou as lágrimas deu uma batida de leve nas costas do tiefling.
A dupla seguiu todo o caminho de volta até o alçapão onde se separaram. Calixto tomou as ruas em direção à casa de Norrra. A mulher regozijou-se por ter o seu colar de volta e informou que a recompensa da missão deveria ser retirada com Baldur na taverna. O tiefling não se sentia mal pelo o que ocorrera. Ele cresceu em um meio onde a morte era uma vizinha. O mais forte sempre vence, seja pela força física ou pelo dinheiro.
O caminho finalmente pareceu levar a algum lugar. Calixto apoiou-se na parede para recuperar o fôlego enquanto o meio-orc seguiu para uma câmara mais à frente. Algumas tochas iluminavam seu interior. O tiefling deu uma volta no lugar passando a mão pela parede. Não havia nada ali. Apenas um beco sem saída. Ele suspirou lamentado sobre si mesmo.
— Por que vocês têm que ser assim? — O meio-orc ignorou o comentário e arremessou a marreta em direção ao tiefling. Calixto abaixou-se rapidamente e sentiu a marreta passando por cima de mim e atingir fortemente a parede. — EI! CADÊ SEU SENSO DE HUMOR? Hã!? — Mal terminara de falar e a marreta caiu em cima de sua cabeça juntamente com pedaços de madeira. Olhando para trás, Calixto viu que o local atingido era um porta camuflada. Ele cerrou os olhos em direção ao meio-orc. — Custava ter avisado?
O meio-orc bateu o pé novamente no chão e uma lança de pedra surgiu. Assim que a empunhou, saiu correndo pelo caminho revelado. O tiefling apenas suspirou e o seguiu novamente.
— Sinto cheiro dos imundos. — O orquino parou abruptamente fazendo com que Calixto tombasse nas costas dele. Com um impulso, atirou a lança com toda sua força enquanto o tiefling espiava curioso por cima do ombro. Um breve silêncio e um grito de dor de alguém. — RÁ! — Sorriu.
— Bela pontaria, bonitão. Agora permita-me.
Calixto empunhou Cècil e correu com toda velocidade na direção da lança. Seus olhos rubros começavam a avistar alguém caído no chão e outra figura agachada próximo. O local começou a se iluminar repentinamente assim como o calor que aumentara. O tiefling se jogou no chão e uma bola de fogo passou direto sobre ele e explodiu contra um escudo de pedra. Ao olhar para trás, viu o meio-orc com uma expressão de “sério?”.
— Sou frágil… — Riu.
O escudo fora arremessado em direção às duas figuras mais à frente e agora uma espada surgia no chão. Calixto levantou-se e bateu a poeira. Lado a lado, os dois empunhavam suas espadas contra os outros dois mais à frente.
— Então, espero que saiba trabalhar em — e o meio-orc saiu gritando com a espada erguida — equipe. É…
A batalha se iniciara com um confronto de espadas entre o meio-orc e a figura que antes estava agachada. A outra personagem no conflito, que outrora estava caída no chão, agora permanecia em pé apoiada na parede e com uma mão erguida em direção de Calixto. O fogo surgiu novamente. O tiefling esquivou para o lado, mas outra bola de fogo já estava preparada e o atingiu. Ele sempre levava uma pequena desvantagem em combate à distância.
Lambendo os lábios e com um sorriso sádico, Calixto passou a mão na lâmina de Cècil a imbuindo com sua mana fazendo com que a mesma adquirisse uma tonalidade rubra. Mais uma bola de fogo, mas desta vez ele não tentou desviar. O impacto e o calor o atingiram. Doeu, mas ele percebeu que a magia lançada estava mais enfraquecida. Talvez porque o conjurador estava ferido?
O tiefling começou a correr passando por entre os combatentes que brandiam suas espadas e, esquivando de mais uma bola de fogo, saltou para o chão dando um cambalhota e pegou o escudo de pedra. Imediatamente arremessou o escudo em direção ao conjurador da magia de fogo e correu em seu direção com a espada preparada. Ao tentar se defender do escudo, o conjurador não percebeu o tiefling se aproximando e a espada sendo encravada em seu coração. Calixto abraçou a pessoa e continuou a pressionar a espada contra sua vítima. Ele sentia o sangue de sua presa em contato com sua mana na lâmina da espada e seu vigor retornar.
O conjurador caiu no chão e, só então, Calixto percebeu se tratar de uma mulher. O rosto era jovial e os longos cabelos loiros ondulados estavam entrelaçado em uma trança. Já os olhos azuis haviam perdido o brilho da vida. Com uma rápida vistoria, o colar de Norrra fora encontrado em um dos bolsos da mulher.
— TASHA!!!
— Hã?
A voz masculina irrompeu da direção onde havia o duelo de espadas. O adversário do meio-orc largou a espada e lançou-se sobre o corpo sem vida da mulher.
— Não, meu amor. Estávamos quase lá. Quase lá… — Ele falava entre soluços e lágrimas enquanto apoiava a cabeça da mulher em seu colo. O meio-orc se aproximou com a espada apoiada o ombro e com uma expressão chorosa. — VOCÊ! SEU DESGRAÇADO!!!
— O crime não compensa quando se é capturado. Meu trabalho era recuperar este colar. — Calixto ergueu o colar na direção do homem e o guardou em seu bolso.
— ESSE COLAR ERA DELA! FOI A DESGRAÇADA DA NORRRA?
— Não tenho interesse em pormenores. — O tiefling ergueu a espada pronto para cortar a garganta do homem, mas foi impedido pelo meio-orc choroso.
— Eu quero ouvir. — falou o meio-orc fungando.
— Não adianta mais… do que adianta agora? — Ele alisou o rosto de sua amada e beijou sua testa. — Este colar era herança de família de Tasha. Quando ela foi trabalhar com Norrra, teve seu colar tomado à força. Aquela bruxa disse que precisava de um objeto de valor afetivo poderoso para concluir uma magia. Tasha não tinha poder para enfrentar diretamente sua patroa, por isso recorreu a mim para roubarmos de volta seu colar. Hoje estávamos em rota de fuga para o condado, mas… mas…
— Poético. — Calixto brandiu sua espada e cortou a garganta do homem que caiu sobre Tasha ali permanecendo. O meio-orc enxugou as lágrimas deu uma batida de leve nas costas do tiefling.
A dupla seguiu todo o caminho de volta até o alçapão onde se separaram. Calixto tomou as ruas em direção à casa de Norrra. A mulher regozijou-se por ter o seu colar de volta e informou que a recompensa da missão deveria ser retirada com Baldur na taverna. O tiefling não se sentia mal pelo o que ocorrera. Ele cresceu em um meio onde a morte era uma vizinha. O mais forte sempre vence, seja pela força física ou pelo dinheiro.
Lvl 01 (5/100)
HP (20/20)
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ST (20/25)
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1. Coringa=Gossip[Informação conseguida através de Miu]
2.Monstro[npc hostil Tasha]
3.Missão[concluída]
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Data de inscrição : 28/08/2020
Re: [CL] Confiança
Qua Nov 18, 2020 12:04 pm
Conclusão da quest "O colar afanado" — 50 de XP — Baú Básico — 30 de Ouro;
Interação Prolongada com Desenvolvimento de RP — 25 de XP;
Batalha contra NPC hostil de 2 estrelas — 50 de XP.
Considerações: Ao entregar o colar à Madame Norrra, o caçador de recompensar repara um breve lampejo de malícia no olhar da mulher ao ter o objeto em mãos, com ainda um pouco de sangue seco em si. O trabalho estava feito, mas algo dizia ao homem que não seria a última vez que ouviria falar da donzela, e que não seria em circunstâncias tão agradáveis.
- KallistoHemomancia
- Mensagens : 26
Data de inscrição : 14/11/2020
Re: [CL] Confiança
Sáb Nov 21, 2020 10:10 pm
Calixto retornou para a taverna onde a agitação continuava a mesma. Seguiu direto para o balcão onde tinha certeza que vira um gato preto desaparecer diante de seus olhos. Além disso, parecia que Baldur estava conversando com o gato.
— Fazendo novos amigos?
— Não tanto quanto você. Sua amiga goblin veio aqui e comeu duas refeições e três canecas de cerveja. Vou descontar de seu pagamento.
— Poxa, Baldur. Pensei que ao ver aqueles olhinhos amarelos e famintos ia aquebrantar seu coração.
O orc fitou seriamente o tiefling com uma expressão de poucos amigos, abaixou-se e pegou um pequeno baú debaixo do balcão entregando-o para Calixto.
— 5 peças de ouro. E considere isso um desconto.
Calixto abriu o baú e encontrou apenas 25 peças de ouro e uma poção de mana. Ele pegou a poção com a ponta dos dedos e olhou para o orc. O grandão apenas riu e foi empurrar um cliente que estava ameaçando vomitar no balcão. “Toda essa andança pra isso…”. O tiefling guardou seu pagamento em seus bolsos e deu uma bela olhada na taverna. Seus olhos sobrevoaram o ambiente até pousarem numa figura conhecida. Ele sorriu maliciosamente.
— EI, BALDUR!
— Que que foi?
— Conhece? — Calixto fez um sinal com a cabeça e apontou na direção antes vista.
— Pouco. Chegou tem uns três dias e está hospedado lá em cima. Fjord o nome, se nao me engano.
— Huuuum… Obrigado, Baldurzinho. — O orc grunhiu mal humorado e se afastou para servir bebidas.
Calixto não havia outros planos para aquela noite, então embarcar em outra aventura não seria nada mal. Seguindo na direção de seu alvo, aproximou-se de uma mesa com um meio-orc sentado. O orquino fumava enquanto admirava sua grande caneca de cerveja, mal percebera quando o tiefling sentou-se na cadeira à sua frente.
— Parece que o destino fez nossos caminhos se cruzarem novamente.
O meio-orc olhou para seu interlocutor e baforou a fumaça em sua direção. Calixto, em meio à pequena nuvem de tabaco, mantinha seu sorriso sorrateiro. O meio-orc apagou o cigarro na mesa e inclinou-se para frente.
— Fjord o nome. Valeu por ter me ajudado lá embaixo. — E bebeu um gole de sua cerveja.
— Disponha, meu caro. É um prazer para mim poder ajudar uma nobre alma. Mas me diga, fiquei sabendo que você chegou recentemente à baía. Veio a negócios?
— Você é bastante curioso… — Outro gole. — Digamos que estou onde eu posso estar agora.
— Então deixe-me lhe dar as boas-vindas da baía. BALDUR, TRÊS RODADAS DE CERVEJA PRA NÓS!!
A noite avançou enquanto tiefling e meio-orc enchiam a cara e jogavam conversa fora. Calixto já estava ébrio enquanto seu companheiro de bebida possuía a boa resistência orquina para beber o dobro que as criaturas normais.
— E foi então que peguei o cabo da vassoura e enfiei no meio do — O tiefling gesticulava encenando pegar algo e simulando enfiar dentro do copo com força. Sua risada era fácil, típico dos ébrios, enquanto Fjord enxugava as lágrimas das gargalhadas que estava dando.
— Chega! Chega! HA HA HA — Fjord bateu na mesa e levantou-se. Ele tomou a direção para a escada que ficava ao lado do balcão. Olhou para o tiefling com uma expressão sonolenta. Uma leve coloração vermelha poderia ser vista em suas bochechas. — Você vem?
— Fazendo novos amigos?
— Não tanto quanto você. Sua amiga goblin veio aqui e comeu duas refeições e três canecas de cerveja. Vou descontar de seu pagamento.
— Poxa, Baldur. Pensei que ao ver aqueles olhinhos amarelos e famintos ia aquebrantar seu coração.
O orc fitou seriamente o tiefling com uma expressão de poucos amigos, abaixou-se e pegou um pequeno baú debaixo do balcão entregando-o para Calixto.
— 5 peças de ouro. E considere isso um desconto.
Calixto abriu o baú e encontrou apenas 25 peças de ouro e uma poção de mana. Ele pegou a poção com a ponta dos dedos e olhou para o orc. O grandão apenas riu e foi empurrar um cliente que estava ameaçando vomitar no balcão. “Toda essa andança pra isso…”. O tiefling guardou seu pagamento em seus bolsos e deu uma bela olhada na taverna. Seus olhos sobrevoaram o ambiente até pousarem numa figura conhecida. Ele sorriu maliciosamente.
— EI, BALDUR!
— Que que foi?
— Conhece? — Calixto fez um sinal com a cabeça e apontou na direção antes vista.
— Pouco. Chegou tem uns três dias e está hospedado lá em cima. Fjord o nome, se nao me engano.
— Huuuum… Obrigado, Baldurzinho. — O orc grunhiu mal humorado e se afastou para servir bebidas.
Calixto não havia outros planos para aquela noite, então embarcar em outra aventura não seria nada mal. Seguindo na direção de seu alvo, aproximou-se de uma mesa com um meio-orc sentado. O orquino fumava enquanto admirava sua grande caneca de cerveja, mal percebera quando o tiefling sentou-se na cadeira à sua frente.
— Parece que o destino fez nossos caminhos se cruzarem novamente.
O meio-orc olhou para seu interlocutor e baforou a fumaça em sua direção. Calixto, em meio à pequena nuvem de tabaco, mantinha seu sorriso sorrateiro. O meio-orc apagou o cigarro na mesa e inclinou-se para frente.
— Fjord o nome. Valeu por ter me ajudado lá embaixo. — E bebeu um gole de sua cerveja.
— Disponha, meu caro. É um prazer para mim poder ajudar uma nobre alma. Mas me diga, fiquei sabendo que você chegou recentemente à baía. Veio a negócios?
— Você é bastante curioso… — Outro gole. — Digamos que estou onde eu posso estar agora.
— Então deixe-me lhe dar as boas-vindas da baía. BALDUR, TRÊS RODADAS DE CERVEJA PRA NÓS!!
A noite avançou enquanto tiefling e meio-orc enchiam a cara e jogavam conversa fora. Calixto já estava ébrio enquanto seu companheiro de bebida possuía a boa resistência orquina para beber o dobro que as criaturas normais.
— E foi então que peguei o cabo da vassoura e enfiei no meio do — O tiefling gesticulava encenando pegar algo e simulando enfiar dentro do copo com força. Sua risada era fácil, típico dos ébrios, enquanto Fjord enxugava as lágrimas das gargalhadas que estava dando.
— Chega! Chega! HA HA HA — Fjord bateu na mesa e levantou-se. Ele tomou a direção para a escada que ficava ao lado do balcão. Olhou para o tiefling com uma expressão sonolenta. Uma leve coloração vermelha poderia ser vista em suas bochechas. — Você vem?
Lvl 02 (40/200)
HP (21/21)
Mana (41/41)
ST (25/25)
HP (21/21)
Mana (41/41)
ST (25/25)
- Pendência de dado:
- 1. Informação
2. Monstro
3. Missão
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