[FP] Nadezhla Ebonique

Não é fácil nascer entre os miseráveis, e Nadezhla sabe muito bem disso, embora nunca tenha sido humilde por exceção da questão financeira. Seus pais não tinham muita oportunidade na vida em Alastrine, com negócios conturbados e tentativas falhas de ingressar para os acadêmicos ou até mesmo a altaguarda. Contudo, o nome Ebonique se ergueu com força assim que o seu pai, Ansleigh Ebonique numa jornada buscando encontrar um paradeiro para morarem e enfim deixarem Alastrine para trás, descobriu algo que mudou os parâmetros alastrios e serviu de base para a criação de magnificências que auxiliaram em muito os objetivos do reino.

Devona Ebonique, sua progenitora, sempre foi uma mulher humilde, filha de agricultores numa fazenda dentro do próprio reino e, com toda a mudança de vida oriunda da descoberta magnífica de seu marido, manteve-se a mesma de sempre. Quando o nome da família migrou rapidamente para parte da nobreza humana, os parâmetros de Ansleigh mudaram — ele ansiava por mais, mais descobertas, mais dinheiro, mais reconhecimento. Em uma de suas buscas, quando Nadezhla possuía quinze anos, ele decidiu ir no lugar que, para Alastrine, soava como o nome do inferno em si: Charissa.

Ansleigh perdeu-se em buscas ambiciosas que poderiam trazê-lo riquezas embora desafiassem os valores alastrios e, no fim, foi investigado pela altaguarda em nome de outras casas nobres que desconfiavam de sua súbita ascensão. Os boatos de que os Ebonique haviam feito pacto com aquilo que feria os dogmas pentaniais pegou Devona e Ansleigh de surpresa. Nadezhla nunca aceitou tamanho ultraje. O homem foi entregue aos sentençais para que passasse toda sua eternidade no Oblívio, enquanto Devona, sofrendo por nunca mais ver seu marido novamente, pensou em largar tudo.

Mas foi o momento em que Nadezhla surgiu como um verdadeiro pilar. Com dinheiro, a sua genitora fez com que oportunidades entre o clero fossem entregues à jovem de bandeja — conseguiu cada vez mais espaço até que, por fim, limpasse o nome Ebonique com sua fidelidade, ideias que traziam novos ares às decisões clericais e ascensão rápida entre os demais fiéis fê-la chamar atenção pelos gestos humanitários que tomava e de como sua voz ecoava em meio a reuniões sempre visando o futuro de uma nação unida, fortificada enquanto aqueles que haviam trazido a magia para o mundo.

Dez anos se passaram.

Ansleigh tornou-se apenas uma mancha no passado da casa Ebonique, Devona envelheceu estudando como conduzir as rédeas da situação com muita maestria quando tratava-se de comprar aquilo que precisa, tornando-se uma anciã que, ainda assim, devido a ter um passado de fazendeira entre camponeses pacatos, não era capaz de chegar às mesmas perspectivas de Nadezhla que, por outro lado, vivenciou o sofrimento de seus pais com a pobreza enquanto criança e a corrupção de Ansleigh pela ambição, moldando sua personalidade como uma mulher que anseia tornar-se diplomata religiosa.

Ainda além, como se herdasse a ambição de Ansleigh, sua vontade quebra barreiras tangíveis e busca por aquilo que verdadeiramente importa — o poder. Utilizando do clero como um meio para tornar-se gradativamente influente entre o povo alastrio, o nome Ebonique ganha força conforme Devona utiliza de sua influência financeira em oportunidades afim de preparar o tabuleiro para sua filha. Nadezhla, que sabe quais cuidados deve tomar para não acabar como seu progenitor, precisa lidar com a fé cega dos demais e sempre estar um passo adiante das outras famílias que também encontram-se no mesmo jogo de ascensão.