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[CL] Recomeço Empty [CL] Recomeço

Seg Out 26, 2020 7:03 pm
MorganaSumário

Morgana já está vivendo sua vida na Baía Cinzenta há pouco mais de um ano, adaptando-se ao novo estilo de vida, ao passo em que aprende, aos poucos, mais sobre si mesma e sobre essa nova cultura tão diferente daquela de sua terra natal.

Contudo, Morgana pouco sabe ainda sobre sua origem ou a extensão das consequências que ela tem sobre a forma como manifesta sua magia através de seus alinhamentos. Desse modo, a garota precisa lidar com seus problemas cotidianos enquanto supera obstáculos de seu próprio caminho ao autoconhecimento.


01ºMagiaDescobrir mais sobre suas manifestações de magia (luz e sombras) e talvez encontrar algum mestre que possa lhe explicar sobre;02ºOrigensConforme evolui o autoconhecimento em sua magia, desenvolver algum tipo de ligação com seu subconsciente para conhecer mais de sua origem e criação;

01[CL] Recomeço YJWY3FUErickErick é um Weretiger que vive na Baía Cinzenta já há muitos anos, e tem ajudado Morgana desde que ela chegou à cidade. Sempre muito atencioso, costuma acompanhar a garota quando ela caminha pelas ruas, como um guarda-costas;



[CL] Recomeço RVxnURI
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[CL] Recomeço Empty Re: [CL] Recomeço

Seg Out 26, 2020 7:26 pm
[CL] Recomeço VDveWjX
Knock Knock. Ouço batidas leves na porta, seguidas de uma voz rouca. - Morg, você está pronta? Vou entrar... - segue-se então o ranger de uma porta e passos levemente atrapalhados. Ao olhar para o tigre bípede de dois metros e meio de altura, sinto-me diminuta, mas já não mais estremeço como outrora.

[CL] Recomeço IA9r5Gl

- Oh, olá, Erick. Veio mais cedo hoje. Servido? - disse naturalmente, apontando para uma pequena pilha de torradas que havia acabado de fazer para mim e deixado sobre a mesa de madeira gasta, enquanto fervia o leite.

- E recusar suas torradas? Nem se eu ficasse maluco! - disse, já abocanhando a primeira quase inteira, o que me fez rir levemente. Acho que eu precisaria fazer mais algumas, enquanto fervia leite para nós.

Conheci Erick pouco depois de ter desembarcado aqui na Baía Cinzenta, há pouco mais de um ano. Com o sacrifício de minha mãe, consegui lugar em um barco de contrabando vindo de Alastrine pra Charissa, mas não me restara mais nenhuma opção. Com a traição de Eva e a morte de nossa mãe, eu jamais poderia correr o risco de encontrar de novo com meu pai ou meus irmãos e ter que encarar seus olhos carregados de culpa a me julgar.

Charissa era o oposto de muito daquilo que eu havia aprendido durante toda minha vida. Aqui a lei era a do mais forte, crimes eram cometidos sem punição, criaturas assustadoras vagavam livremente pelas ruas. Contudo, tinha de encarar que esse era meu lugar, afinal, para Alastrine eu era uma dessas criaturas. E, francamente, para mim também.

Ainda assim, dei sorte de encontrar pessoas como Erick, que me ajudaram. Devo dizer que, à princípio, tinha que resistir à reação espontânea de soltar um gritinho toda a vez que o via, mas com o tempo, conforme fui conhecendo e descobrindo mais sobre como ele na verdade era um rapaz muito doce, acabei superando isso. Com ele, pelo menos.

- Trouxe um presente pra você. Dois, na verdade, se considerar também o que trouxe pra ela. - disse, fazendo graça.

- Hahaha, eu já te disse, ela também sou eu, só um pouco... Mais pálida. Mas bem, vejamos se o que tem aí vale minhas torradas. - disse, entre risos. É claro que ele já sabia disso, mas gostava de sempre brincar sobre as minhas mudanças, acho que era a forma dele de demonstrar naturalidade com isso.

- Desculpe, mas não tem como algo ser tão bom quanto suas torradas, mas eu juro que me esforcei, tá bem? Aqui, esse é pra você. - disse, depositando um buquê sobre a mesa. Comparado aos que eu estava acostumada a ver em Alastrine, mesmo em uma região sem grandes condições como a em que eu vivia, aquele buquê era no mínimo miserável, com flores opacas e sem brilho. Contudo, considerando onde estávamos, era de uma vibração de cores que pouco se via.

Pequei o buquê em minhas mãos e toquei meu nariz nas flores, para ser capaz de sentir fracamente o doce aroma.

- São lindas! Mas onde conseguiu isso? - olhei desconfiada, imaginando mil e uma maneiras diferentes - todas envolvendo encrencas - pelas quais ele poderia ter conseguido aquelas flores.

- Ah, nada demais. Apenas tive que matar um homem, roubar o couro que ele carregava, então ameaçar uma mulher pra que o pai dela trocasse as flores pelo couro. Ah, mas acabei tendo que matar ele também, porque ele recusou... Uma pena, era boa pessoa, sabe... - disse, tentando parecer displicente enquanto soprava o leite que eu lhe servira, esperando esfriar o suficiente para beber. Contudo, assim que seus olhos encontraram com os meus, Erick desatou a gargalhar, no que o acompanhei. Pelo visto não saberia da procedência das flores. - Bem, agora o segundo presente...

O rapaz então levantou-se, retirando um embrulho de couro de suas costas e depositando ao comprido na mesa. Era um objeto comprido, totalmente enrolado pelo couro. Erick fez sinal com a cabeça, indicando que eu abrisse o embrulho. Seu semblante agora estava mais sério, o que deixou-me levemente nervosa, fazendo meu coração palpitar.

Desatei os nós das cordas que prendiam o couro do embrulho, puxando as folhas do tecido para cara lado, até que se abrisse por completo, revelando uma espada de folha leve, acompanhada por uma bainha de madeira, adornada com alguns detalhes esculpidos nela. Peguei a espada em minhas mãos e a ergui à altura de meus olhos. Era realmente bastante leve, mas pelo toque parecia ser feita de material resistente. Sua empunhadura revestida com couro e com as partes em madeira exposta também delicadamente esculpidas, como a bainha, também era bastante confortável em minha mão. Embainhei a espada e então olhei curiosa para Erick.

- Muito obrigada pelo presente. Ela é realmente linda, foi você quem fez? - questionei, sabendo que ele trabalhava com um ferreiro. Ele apenas assentiu - Ela é perfeita, de verdade. Mas... Porque? - não era uma pergunta.

- Sabe como é, segurança nunca é demais, é sempre bom ter consigo algo, caso precise. Pedi ao velho Gil que me deixasse usar a forja e ele concordou, contanto que eu pagasse pelos materiais, claro. Velho pão-duro. - queixou-se ele, talvez tentando aliviar um pouco o clima tenso, mas falhando miseravelmente com sua próxima sentença - E bem, andam correndo uns boatos meio estranhos por aí, e eu me preocupo com a tua segurança.

Isso era a mais pura das verdades, eles sequer precisava verbalizar. Desde que eu chegara, recebi ajuda para encontrar essa casa e um trabalho para viver, e todos os dias Erick me acompanhava pela manhã, quando eu saía, e pela noite, quando eu voltava, ainda que ele mesmo morasse alguns quarteirões em direção ao Porto.

- Tem razão. De novo, muito obrigada pelos presentes. - disse, prendendo a espada em meu cinto - Então, quer comer mais alguma coisa? Posso fazer mais torradas, se quiser...

- Não precisa, aquelas já estavam ótimas, uuuffa - disse, sorrindo e massageando a barriga de maneira satisfeita.

Lavei a louça antes de sairmos, refletindo sobre o que ele havia falado e sobre o significado dos presentes. Ao que imaginava, o real presente era a espada, e as flores foram só um meio que ele encontrou de suavizar a situação. Eu sempre era surpreendida com o quão sensível ele podia ser, apesar de sua aparência animalesca.

Recebido armamento dos dados.

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Qua Out 28, 2020 8:21 pm
O clone recebeu 5 XP por post comum + 15 XP de interação simples com desenvolvimento de RP. Work!
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Seg Nov 02, 2020 8:52 pm
Seguíamos em silêncio pelas ruas pouco movimentadas. Era uma longa caminhada até a zona comercial que circundava o porto, já que eu morava em uma das áreas mais afastadas - inclusive, sabia que a casa de Erick ficava em algum lugar no meio do caminho, mas mesmo assim ele fazia questão de todos os dias andar mais para me encontrar.

Apesar de o rapaz ser muito falante, o silêncio não nos era um incômodo, principalmente quando estávamos na rua, pois ele mantinha-se o tempo todo em alerta. Do que ele me contara de sua história, viera para a cidade quando ainda era uma criança e vivera por muitos anos nas ruas, roubando comida para sobreviver. Certamente presenciara todo o azar de coisas horríveis que não o deixavam relaxar facilmente. Hoje, em especial, ele parecia ainda mais tenso.

- Sobre os boatos estranhos que comentou mais cedo... - introduzi, tentando quebrar o silêncio. A quietude dele e sua atenção com os arredores estava mais acentuada do que o normal, deixando-me tensa. Erick não fez sequer menção de responder, tampouco de que tinha ouvido, na verdade, então insisti - Do que se tratam?

- Hum? Desculpe, o que disse? - realmente, algo estava estranho. Repeti minha pergunta, sem me importar - Ah, sim. Bem, não é nada tão preocupante, se quer saber. Alias, acho até que seriam, se tivessem alguma confirmação... - vendo que eu não estava entendendo nada de suas divagações, deu prosseguimento - Andam dizendo que corpos tem sido encontrados mortos por becos escuros, com o sangue totalmente drenado. Mas ninguém nunca sabe dizer quem viu, onde, ou quem realmente desapareceu... Além dos casos normais, claro. No fim, são apenas boatos.

- E mesmo assim me deu uma espada? - perguntei.

- Huum... Sim. São boatos, prefiro acreditar que são boatos, mas... De qualquer forma, não precisa se preocupar com nada, eu mesmo garanto a tua segurança. - Erick empertigou-se cheio de si, estufando o peito, o que era um feito impressionante e até mesmo um pouco intimidador, dado seu tamanho. Apesar de suas palavras, algo em seu tom me fez pensar que estava me escondendo alguma coisa.

Seguimos o resto do caminho falando sobre banalidades, mas pude perceber que seus olhos seguiam mais atentos do que o normal.

-x-

Pela manhã eu trabalhava em uma padaria, o que me era muito reconfortante, pois me lembrava de casa. No começo não fora nada fácil, pois os ingredientes que tínhamos disponíveis, ainda que fossem teoricamente os mesmos do que os de Alastrine, eram muito diferentes na prática, então nada do que eu fazia dava certo. Isso até o dono do local, e também padeiro chefe - um homem bastante jovem, que herdara o estabelecimento após a morte prematura e misteriosa do antigo proprietário - decidir que eu ficaria encarregada das mercadorias de elite, que basicamente eram os produtos com valor mais alto da padaria, pois eram feitos com ingredientes de melhor qualidade, muito semelhantes aos que se via em Alastrine - pra mim, eram os mesmos.

Para mim era fácil, pois eram as receitas com as quais eu estivera acostumada desde que era criança - e que, inclusive, dominava melhor do que todos eles. Mas tal facilidade me tivera um preço. O dono decidira que não precisava me pagar o salário de um dia inteiro se eu era capaz de produzir o necessário para abastecer os estoques diários pela manhã. Assim, eu precisei encontrar um outro trabalho para a tarde, ou não teria dinheiro suficiente para sobreviver.

Levei algum tempo, mas depois de muita procura comecei a trabalhar, pela tarde, com um dos curandeiros da cidade. Nicolau era um homem idoso um tanto quanto rabugento, conhecido como o melhor curandeiro da cidade, mas também o mais misterioso e temperamental. Apesar do que diziam dele, eu o respeitava, admirava, e o tinha como uma pessoa boa, pois sempre cuidava muito bem da saúde daqueles que iam até ele - apesar de ser pago para isso.

- Não vou precisar de seus serviços por hoje, volte amanhã. - disse o idoso, logo que entrei em sua casa, que era onde ele atendia. Antes que ele pudesse bater a porta na minha cara, a segurei para poder perguntar se estava tudo bem, mas ele se adiantara e me poupara o trabalho - Guarde sua curiosidade para quando eu estiver ensinando como tratar de meus pacientes, garota. Eu vou apenas reabastecer meus estoques, então não poderei estar aqui e ficar de olho para que não mate nenhum dos meus pacientes por acidente, dando veneno no lugar de remédio. Volte amanhã, e não, não vou lhe pagar por hoje. Porque deveria? Agora vá, e não fique zanzando pelas ruas. - e fechou a porta.

É, a fama de rabugento condizia com seu comportamento. Ainda assim, sabia que no fundo ele era bom... Ele era, né?


Gossip dos dados utilizado

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Ter Nov 03, 2020 8:16 pm
15 XP por interação comum com desenvolvimento de RP

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Qua Nov 18, 2020 7:24 pm
Nicolau me dera o resto do dia de folga, então não havia muito mais o que fazer pelas redondezas do porto. Pensei em passar pela forja onde trabalhava Erick, mas ele provavelmente me obrigaria a esperá-lo para voltar para casa ou sairia mais cedo só para me acompanhar, e eu não queria prejudicá-lo.

Assim, decidi que o melhor era seguir sozinha para casa. Talvez até fosse bom, pois assim ele perceberia que sou capaz de me cuidar sozinha e que não precisava se preocupar tanto. Segui pelas ruas movimentadas, apenas mais uma silhueta encapuzada em meio ao constante fluxo de pessoas. Mais um manto cinza dentre tantos outros.

Enquanto passava próxima a um beco, tentando desviar do amontoado de pessoas que haviam no centro da via, pude ouvir um gorgolejar abafado, junto de um som de sucção. Parei minha caminhada e olhei para a escuridão ao lado, de onde vinha o som, esperando minha visão adaptar-se o suficiente para que pudesse avistar, no centro, um amontoado disforme que parecia se contorcer sobre si mesmo e sobre algo que lembrava vagamente um corpo.

Aproximei-me , lenta e cautelosamente, a cada passo mais horrorizada com a visão que se encontrava em minha frente. Um corpo humano realmente estava caído sobre o chão, provavelmente morto, e sobre ele algo que parecia ser uma bolha gigantesca de sangue se contorcia, sendo a origem do gorgolejar. Pela forma como a bolha pulsava, me parecia estar sugando o sangue daquele corpo, como se estivesse se alimentando. Nunca em minha vida eu vira nada semelhante, tampouco tão horripilante.

Saquei minha espada com minhas mãos trêmulas e a apontei para a criatura, sem muita firmeza. - A-afaste-se... Im-ediatamente.

A criatura, como que acordada de um transe, parou por uns instantes, estática, e começou a se erguer lentamente sobre o corpo desfalecido, tomando uma forma horripilante, com protuberâncias que simulavam olhos e uma boca circular com filamentos imitando garras, além de dois tentáculos que se projetavam dos lados, como braços. Sua altura mal devia chegar a um metro e meio, mas era tão pavoroso que isso não fazia diferença.

Antes que eu me desse conta, a criatura projetou um de seus tentáculos em minha direção. Assustada como estava, apenas tive tempo de reação o suficiente para colocar meus braços à frente de meu corpo em defesa própria. Pude sentir minha pele sendo rasgada enquanto a superfície da criatura, onde me tocara, parecera cristalizar-se em garras afiadas.

- A-AHH! - gritei, assustada, e caí no chão. A criatura de sangue veio em minha direção, preparando mais um ataque. Ergui novamente meus braços em minha defesa, pensando se aquele seria meu fim. Erick com certeza ficaria arrasado, e ao mesmo tempo desapontado. Depois de tantos avisos... Eu não podia simplesmente cair ali. Eu precisava reagir. Tinha que me proteger.

A criatura sanguínea iniciou um novo ataque enquanto tentava, de alguma forma, me erguer do chão para conseguir me defender. Contudo, antes que ele me atingisse, uma espécie de tela de luz surgiu em torno de todo meu corpo, aparando o golpe e protegendo-me de mais ferimentos. O ser, possivelmente surpreso que eu havia sido capaz de aparar seu golpe de forma inesperada, recuou por breves instantes, o suficiente pra que eu conseguisse ver melhor o corpo que estava no chão e identifica-lo.

Dona Martha era uma idosa ambiciosa e desconfiada, mas havia me alugado a casa onde eu morava por um valor que eu conseguia pagar. Não conhecia muito a respeito dela, além disso, mas a visão de seu corpo inerte, sugado, jogado no chão como se tivesse sido usado e descartado, fez algo em meu sangue ferver em ódio contra a criatura, que agora se preparava para mais um ataque.

- Como ousa tratar a vida humana dessa forma, sua criatura profana! - esbravejei, sentindo meu corpo todo mudando internamente enquanto trocava a forma como me apresentava, ajustando até mesmo minha postura e firmeza enquanto segurava a espada. Ao mesmo tempo, a rela de luz que cobria meu corpo como uma segunda pele, que me protegera do ataque da besta, estilhaçou-se e sumiu. - Vou fazê-lo pagar pelo que fez.

Concentrei-me na espada que empunhava enquanto aguardava a investida da criatura. De alguma forma que eu mais sentia do que entendia conscientemente, canalizei minha mana através da espada, fazendo surgir um tipo de aura obscura em torno da lâmina. Quando o ser avançou, eu estava preparada. Antes que me atingisse, dei um passo para trás e golpeei com a espada, conseguindo atravessar inteiro o corpo da criatura, que parou seu ataque. Tinha certeza de que meu golpe o havia atravessado de um lado para o outro, mas ele parecera logo conseguir se reconstituir, provavelmente por conta da composição líquida de seu corpo.

A besta aproveitou meu momento de hesitação pra desferir um ataque, como um soco, em minha barriga. Quando me recuperei do golpe, ele já preparava outro, mas, antes de ser atingida, concentrei novamente minha mana na espada e desferi um corte vertical com a espada, decepando o tentáculo que ele projetava em minha direção.

A criatura soltou um som lamurioso, quase um choro, e se desfez totalmente em uma poça de sangue, espalhando-se pelo chão. Guardei minha espada e apoiei-me na parede com a mão, segurando-me para não cair de joelhos, sentindo a fadiga enquanto trocava novamente.

- Mas foi uma bela bagunça que aconteceu aqui, jovem dama. - uma voz masculina veio de trás de mim, fazendo-me saltar de susto - Desculpe, não quis assusta-la. Eu vi quando entrou pelo beco e vim ver se estava tudo bem. Eu ia interferir, mas pareceu que soube se virar muito bem, então preferi não interromper. Rogo para que me perdoe, caso estivesse realmente precisando de socorro.

- Eu... Tudo bem, no fim ficou tudo bem, não se preocupe. - respondi, tateando meu braço procurando pelo ferimento de corte do golpe da criatura, mas sem encontrar nada. Olhei para o corpo sem vida de Dona Martha, caído em meio à poça de sangue, com pesar. - Eu a conhecia. Eu... Me sinto tão incapaz, não pude fazer nada...

- Mas ainda há o que se fazer. Ainda pode rezar pela alma dela, para que ela porra encontrar a paz dos cinco. - disse o homem, ajoelhando-se ao lado do corpo e pondo-se a rezar.

Vê-lo de tal forma trouxe à tona um emaranhado de lembranças e sentimentos que eu havia deixado para trás, da época em que vivia feliz em Alastrine, em que prestava trabalho voluntário na Catedral... Parecia uma vida que não me pertencia mais. Ajoelhei-me ao seu lado, sentindo-me estranha.

- Quando eu vivia em Alastrine, rezava todos os dias e frequentava sempre a Catedral. Mas... Desde que vim para cá, fui cada vez me sentindo mais distanciada dos cinco, mais... Impura.

- Não sinta-se assim, irmã. Reze. Reze que os cinco a perdoarão e a manterão pura, contanto que mantenha sua fé. Agora, vamos orar por sua conhecida.

Ficamos assim por longos minutos, ajoelhados em silêncio. Após algum tempo, que eu não pude ser capaz de precisar quanto, o homem ergueu-se e partiu, sem falar mais nada, apenas afagando levemente meu ombro antes de ir. Esperei mais um pouco e então fui embora.

Batalha contra criatura hostil dos dados - Hematócito.

habilidade usada:

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Qui Nov 19, 2020 8:35 am
Morgana enfrentou um Hematócio e recebeu 70 xp

Obs,: Conforme decidido no grupo, fora utilizada a já revogada fórmula de cálculo.

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Sáb Nov 21, 2020 11:37 pm
Baetylus
Debaixo desses dias nublados de nossa baía, as nuvens que bloqueiam o acesso de grande parte da iluminação solar dificilmente nos permite o direito de sorrir para as belezas mundanas que encontram-se dispostas ao longo da maior bênção que podíamos receber: a vida. Encontramo-nos tão próximos do mar, contudo, mesmo assim, sua verdadeira virtude jaz tão longe quanto nós estamos do real significado de compreender nossa existência. Por entre contestações e pensamentos vazios, chegamos, enfim, ao sentimento de união conforme refletimos a respeito daquilo que possuímos de fato. Do que somos donos se não de nossos próprios espíritos, afinal?


Convoco para que compareçam humildemente ao nosso Convento que pode ser alcançado de acordo com os detalhes exibidos no pergaminho. Lembrem-se: as cinzas são o caminho para realmente enxergarmos a verdade.




Quest Média
Debaixo das Cinzas

Descrição: Pouco tempo se passou desde o encontro com o religioso e Morgana percebeu que o homem que tanto rogava preces havia a deixado um pequeno pergaminho com seu conteúdo contendo alguns parágrafos em tinta. Aquilo que encontrava-se informado não parecia ser direcionado especificamente à alastria, mas servia como um convite e também um mapa, apesar de não haver nenhum tipo de coordenada ao longo de todo o papíro. Como se uma orquestra houvesse sido levantada por meio de um maestro talentoso, pequenos acontecimentos a guiavam-na para uma boa oportunidade entregue em suas mãos naquele momento — talvez fosse uma oportunidade em cheio demais para ser ignorada.
Recompensas: 100 de XP — Baú Médio — Ouro a ser definido na conclusão — Definição de Grandes Contatos

Spoiler:
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Seg Dez 14, 2020 6:47 pm
As cinzas são o caminho para realmente enxergarmos a verdade, estava escrito ao final do bilhete. Peguei o papiro em minhas mãos com delicadeza, relendo seu conteúdo para ter certeza de que, dado o conturbado momento, não havia deixado de entender algo importante. No fim, parecia apenas um convite a algum tipo de reunião.

Baetylus. Seria esse o nome do homem que me encontrara ali e deixara o bilhete, ou seria ele apenas um intermediário? De qualquer forma, perguntava-me se algum dia nos encontraríamos novamente. Quanto ao papiro, guardei-o em minhas vestes, sem pensar muito sobre.

Segui novamente para fora do beco, onde tentei de todas as formas chamar atenção para o corpo sem vida que estava lá jogado. As pessoas, contudo, apenas passavam reto, como se ignorassem minhas palavras ou mesmo minha existência. Quando tentei puxar alguém pelo braço, arrependi-me no mesmo instante, pois em um só movimento tive meu aperto desvencilhado e fui jogada contra o chão. O corpo iria simplesmente ficar lá jogado, até ser feito de alimento por criaturas famintas? Ninguém nem ao menos se importava minimamente que fosse com a vida alheia?

Aparentemente não. Derrotada e sem esperanças, segui até minha casa - a que alugava da senhora que acabara de ver ter seu sangue ser sugado até sua morte. Tudo o que eu desejava era que esse dia simplesmente acabasse, e que tudo voltasse ao normal, à paz.

Mas as surpresas desse dia ainda não haviam acabado. Logo que abri minha porta, deparei-me com outro papiro, aparentemente enfiado por debaixo da madeira. Entrei, perguntando-me se o homem havia descoberto onde eu morava e deixado mais algum recado, sentindo um arrepio perpassar minha espinha ao pensar sobre isso.

Abri o pergaminho e logo reparei que não seria da mesma pessoa, pela caligrafia grosseira e apressada da escrita.

        Venho por meio deste informar o falecimento da antiga proprietária do imóvel.
        Desta feita, a propriedade passará ao seu herdeiro legítimo, havendo reajuste no valor do aluguel para $***.
        Para permanência na casa, solicita o pagamento do referido valor na manhã do dia seguinte.
        Caso não possa realizar o pagamento, informa que deve deixar a casa imediatamente.
        Todo e qualquer coisa que ainda estiver dentro dessa na manhã do próximo dia será considerado como propriedade de seu novo dono - sejam bens ou pessoas.


Encarei incrédula o papel que estava em minhas mãos. Não havia endereçamento nem assinatura, mas, considerando tudo o que eu já tinha visto hoje, considerá-lo como falso não seria muito inteligente.

Talvez eu merecesse estar passando por isso. Talvez apenas o exílio naquele lugar ainda não fosse punição suficiente para meus pecados. Ou talvez fosse porque eu acabara transformando meu purgatório em uma rotina pacata e, talvez, até mesmo feliz, algo que eu não merecia.

Não percebi quando desabei no chão e comecei a chorar.

[...]

- Morgana! - a porta abriu-se com violência, revelando a figura tigresa de Erick contra o entardecer - Eu soube do... O que aconteceu aqui? - perguntou o garoto, olhando confuso em minha direção.

Eu estava bem no centro da casa, se é que ainda podia ser chamada assim. As poucas coisas que eu podia chamar de minhas estavam todas reunidas e embrulhadas em um lençol, aos meus pés. Todo o resto, contudo, estava totalmente destruído: a mesa de madeira, os balcões, a cama, tudo completamente despedaçado, quebrado, esmigalhado. Até mesmo algumas das paredes estavam com marcas de rachaduras e talhos que não existiam antes.

- Isso definitivamente não tem importância. Não mais, pelo menos. - entreguei-lhe o bilhete que havia encontrado mais cedo, ao chegar em casa, e observei em silêncio enquanto ele lia e a compreensão se formava em seu semblante, junto de algum outro sentimento, misturado e diluído, parecia... Dor? Remorso? Não parecia fazer muito sentido, então apenas ignorei. - Estou indo até o velho Nicolau pra ver se ele deixa eu ficar lá até encontrar outro lugar pra ficar. - disse, por fim.

- Não, não vai. - disse ele, sem rodeios - Digo, talvez ele deixe, mas não vá até ele. Ao invés disso, não prefere ficar na minha casa? Sabe como o Nicolau é temperamental, ele não vai te dar um segundo de paz enquanto estiver lá de favor.

- Pois eu acho é que ele vai gostar, aproveitar a oportunidade pra me fazer trabalhar mais ainda sem pagar um centavo a mais por isso. E, de qualquer forma... Eu não quero ser um peso pra ti, não tenho como te pedir mais nada, depois de tantas coisas que tu já fez por mim. - completei, desviando o olhar, refletindo se fora uma boa ideia ter me mantido daquela forma, ao invés de retornar logo e dar vasão à melancolia que estava guardada lá no fundo.

- Então está decidido! E não adianta reclamar, pode ter certeza de que tu vai me dar muito menos trabalho morando comigo... Só de pensar que não vou mais precisar caminhar da minha casa até aqui só pra depois voltar esse caminho todo... Vamos, eu levo as tuas coisas. - disse Erick, puxando pelo ombro a trouxa que eu havia improvisado - E acho melhor colocar o capuz, vai ser mais fácil de irmos discretamente. Alias, adorei a decoração nova, mas não acho que quem quer que tenha herdado a casa vá ficar muito feliz ou entender teu senso de moda... - disse ele, entre risos.

Respondi com um meio sorriso, sentindo a melancolia que eu afogava em minhas profundezas aos poucos desaparecendo. Aquilo estava certo, ou eu apenas estava adiando o inevitável, usando a boa vontade de Erick como desculpa para fugir de minha punição? Talvez fosse, mas, diante de meu desejo egoísta, aceitei e segui com o homem-tigre pelas ruas cinzentas.

Primeira parte. Não revisei mt bem, não sei tbm se a escrita ficou ok - fui interrompido umas 3x enquanto escrevia, mas não gosto de parar na metade. Não usei, ainda, nenhum dos outros dois dados que tenho (gossip e monstro).

Lvl 01 (30/100)
HP (12/25)

MANA (15/35)

ST (5/20)


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