[H] Tormenta das Estrepes

Talvez existam testemunhas ainda mais antigas do que as épocas de guerra e desolação que poderiam revelar de fato a história sobre como um vale verdejante, com um ecossistema vasto, tornou-se o que é hoje. Seu nome ressoa pelas terras a sudeste de Alurea como o mal encarnado num único ponto de natureza, não como se tivesse causado algum mal em si, mas sim pelo fato de sua simples existência: tudo nesse lugar grita perigo, desde os espinhos voluptosos que crescem como montanhas de estrepes às ossadas de criaturas colossais que já viveram aqui no passado e morreram seja devido à caça ou às mudanças que aconteceram territorialmente.

De toda maneira, desbravar a Tormenta das Estrepes significa, no mínimo, não ter amor à vida. O lugar por si só já é tido como uma das defesas às terras chari mais ao leste devido aos perigos que esconde, sendo assim, dificilmente aventureiros — principalmente vindos do reino humano — decidem desbravar pela região. Algumas canções respeitadas que tornaram-se lendas, dizem a respeito dar um ponto perigosíssimo do lugar: um lar de seres mitológicos capazes de devastar exércitos por inteiro com apenas uma gota de seu poder, com garras que laceram embarcações e asas capazes de projetar sombras sobre reinos inteiros. Ainda que não sejam informações tão desenvolvidas, sabe-se o suficiente para temê-las da forma que são contadas.

De toda maneira, geograficamente, o lugar em si é um inferno encarnado. Os espinhos petrificados surgem como estalactites, tomando grande parte do território — desde as planícies aos relevos — como um tapete espigado, dificultando em muito o acesso a certas áreas. Algumas criaturas simplesmente conseguiram uma forma mais fácil de viver se adaptando à realidade repleta de ferrões, organizando-se em bandos e esperando que forasteiros desavisados tentem cruzá-los para que, visando defender seu território, elas ataquem sem um pingo de misericórdia.

De qualquer forma, ainda que as lendas instiguem e a própria geografia do lugar interesse, é difícil algum ser vivo ter coragem o suficiente de cruzar a tormenta... certo?