[FP] Um companheiro fiel para um homem gentil

Nascido no ninho dos inugatari, o canídeo rejeitado foi guiado pelo seu próprio instinto de aventureiro para fora das redondezas de seu lar, mas nunca conseguiu encontrar o caminho de volta. Todos diziam que os nascidos sem fala não poderiam servir nem mesmo para pescadores ou ferreiros uma vez que sequer conseguiriam comunicar-se com a clientela, portanto, não designavam nenhum tipo de função dentro do próprio povoado. Assim sendo, o filhotinho caminhou, embora não soubesse para onde estava indo. Ele andou para longe buscando seu lar, sem ligar para o que diziam.

Com seu faro, ele buscou o cheiro de lar. E encontrou um amigo.

Numa vegetação completamente distinta do comum vysen, o inugatari comunicava-se apenas por latidos de um cão comum com aquele que havia encontrado. Ele o seguiu até que, por fim, cedesse e, por meio das adversidades, se tornassem próximos. Ele conseguiu conquistar e aquecer o coração gélido do homem que havia sofrido de tudo ao longo de sua infortúnia vida. Foi ali que ganhou um nome e não só isso, entendeu o significado de possuir um. Sutoru. Dia após dia, treinou com aquele que guiava-o, aprendendo todos os seus ensimentos e pondo-os em prática com todo o seu vigor. Entendeu os terrores nascidos da península e, brandindo uma espada, jurou honrar seu melhor amigo que, por consequência, também descobriu ser seu lar.

Mas Sutoru sempre sofreu com sua própria mente. Além de ter esquecido muito de sua infância a respeito de quem eram seus pais, não lembra-se também de quando seu melhor amigo o abandonara. Sem entender muito bem, ele vaga pela Península da Progênise repetindo os mesmos movimentos de seu mestre, tendo apenas uma certeza — ele precisa encontrar seu lar novamente.